Saudades de Roberto Jefferson...
Noblat
Sobrou para o PTB - outra vez.
Em 2008, Guido Mantega, ministro da Fazenda do segundo governo Lula, convidou Luiz Felipe Denucci para presidir a Casa da Moeda.
O natural seria que a nomeação de Denucci se desse sob o patrocínio exclusivo do ministro da Fazenda. Autoridade para isso ele tinha de sobra.
Mas não: Mantega achou necessário procurar um partido que topasse bancar a indicação de Denucci. O partido ganharia prestígio assim. E o governo o argumento de que atendera a mais um pedido de sua base.
Havia precedentes.
José Gomes Temporão foi para o ministério da Saúde por decisão pessoal de Lula. Para fazer média com o PMDB, porém, Lula pediu ao governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, que assumisse a paternidade da escolha de Temporão.
Atento ao exemplo que vinha de cima, Mantega telefonou para o deputado Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara, e propôs que pusesse Denucci na conta do PTB. Arantes aceitou.
Denucci foi demitido no último fim de semana sob a suspeita de ter cometido grossas falcatruas.
Quem só conhece uma parte da história deve estar pensando:
- Bem, feito! Quem mandou o governo ceder cargo tão relevante ao nada confiável PTB?
Curioso: o PTB se queixava de não ter seus pedidos acatados por Denucci.
Mais curioso ainda: o PMDB jogou pesado para derrubar Denucci, interessado em subtrair o cargo do PTB.
Recordar é viver: em 2005, o escândalo do mensalão foi detonado por Roberto Jefferson, na época deputado federal e presidente do PTB.
O governo tentou debitar na conta dele malfeitos descobertos na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
O troco de Jefferson foi mortal: denunciou que o PT pagava a deputados para que votassem na Câmara como mandava o governo.
Jefferson perdeu o mandato. José Dirceu perdeu a chefia da Casa Civil, o mandato de deputado e o futuro político.
O PTB carece de outro Jefferson disposto a jogar areia no ventilador.
Uma pena! Não é?
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