terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Inadimplência dispara em janeiro com crédito mais caro ao consumidor

R7

Juros do empréstimo pessoal chegam a 50,3% ao ano; cheque especial está em 185,9%
Gustavo Gantois, do R7, em Brasília


O ano começou mal para os brasileiros e, com o aumento na taxa de juros ao consumidor, as famílias registraram um crescimento no calote. Em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Banco Central, a inadimplência avançou 0,2 ponto percentual, para 7,6%. Dessa forma, o índice se iguala ao patamar alcançado em janeiro de 2010.

O principal motivo para o crescimento da inadimplência foi o aumento no calote para aquisição de veículos. De acordo com Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central, a inadimplência em veículos registrou crescimento de 2,7 pontos percentuais nos últimos doze meses, chegando a 5,3% em janeiro.

- Em 2010, houve um crescimento de 49% na aquisição de veículos. Em 2011, esse volume recuou para 23%. Ainda assim, é um número alto e esse ciclo de credito se reflete nas taxas de inadimplência. Tanto é assim que, quando olhamos a inadimplência de veículos, é justamente esse segmento que puxa a taxa para cima.

Mas os veículos não são os únicos vilões dessa história. Em janeiro, os juros do crédito pessoal chegaram a 50,3% ao ano, um aumento de 2,1 ponto percentual em relação a dezembro.

No cheque especial, o Banco Central registrou um recuo de 2,2 ponto percentual, para 185,9% ao ano. Ainda assim, as taxas são proibitivas e essa modalidade de crédito deve ser evitada.

Contando todas as modalidades de crédito, incluindo também a aquisição de veículos, a taxa de juros registrou um aumento de 1,3 ponto percentual em janeiro, chegando a uma média de 42,7%.

O spread, que é a diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes, também cresceu. Em janeiro, de acordo com o Banco Central, ela atingiu 34,9 pontos percentuais nos empréstimos concedidos a pessoas físicas, acima dos 33,7 pontos percentuais registrados em dezembro.

O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil caiu 0,2 ponto percentual em janeiro, chegando a 48,8% do PIB (Produto Interno Bruto), o que equivale a R$ 2,027 trilhões de reais.

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