Governo anuncia corte de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012
A maior tesourada é na área de Saúde: R$ 5,4 bilhões.
Marta Beck
Regina Alvarez
O Globo
O corte de R$ 55 bilhões no Orçamento Federal, anunciado pelo governo nesta quarta-feira, foi 10% maior que o praticado no Orçamento do ano passado, que foi reduzido em R$ 50 bilhões.
Apesar do discurso oficial do governo de que o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento Federal preservou integralmente investimentos e programas sociais, o detalhamento dos números divulgados nesta quarta-feira mostra um cenário diferente.
Houve uma redução de nada menos que R$ 25 bilhões nos investimentos em relação ao montante aprovado na lei orçamentária. O valor é composto, na maior parte, por emendas parlamentares (R$ 20,6 bilhões), que foram totalmente bloqueadas, conforme adiantou O GLOBO.
O corte está dividido da seguinte forma: dos R$ 35 bilhões de despesas discricionárias, R$ 25 bilhões equivalem a investimentos e R$ 10 bilhões a custeio. O restante, de R$ 20 bilhões computados no cálculo, não representa corte de despesas, mas sim uma reestimativa nas despesas obrigatórias. Ou seja, o governo não tem poder para simplesmente cortar esses custos, ele apenas espera que eles caiam com base em novas projeções.
(...)
Segundo nota divulgada pelo Ministério do Planejamento, as despesas discricionárias (aquelas em que o governo pode mexer livremente) no Orçamento de 2012 serão reduzidas em R$ 35,010 bilhões, e as obrigatórias, em R$ 20,5 bilhões.
De acordo com a nota, as despesas obrigatórias foram reduzidas em função de diminuições nos gastos com benefícios previdenciários, LOAS, subsídios, FDA (Fundo de Desenvolvimento da Amazônia) e FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste), fabricação de cédulas e Moedas e Complemento do FGTS.
Nas despesas discricionárias, a maior tesourada foi na área de Saúde - R$ 5,4 bilhões.
Em segundo lugar ficou o Ministério das Cidades, com R$ 3,322 bilhões a menos, seguido pela Defesa, com R$ 3,319 bilhões de redução.
O Ministério da Justiça sofreu um corte de R$ 2,247 bilhões e o da Integração Nacional, de R$ 2,193 bilhões.
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