Não é uma opinião, é um fato. COM VÍDEO E TUDO
Reinaldo Azevedo
Vocês já ouviram falar da Proposta de Emenda Constitucional nº 300, a PEC 300?
Ela iguala o salário das Polícias Militares de todos os Estados ao que se paga no Distrito Federal, que tem a PM mais bem-paga do país. É uma espécie de fomentadora continuada de revoltas das polícias Brasil afora.
Como isso começou? Ora, com uma formidável parceria entre Luiz Inácio Lula Apedeuta da Silva e José Roberto Arruda, então governador do Distrito Federal, que já estava nas teias do petismo, bem perto de ser destruído.
(...)
No dia 8 de maio de 2008, o Apedeuta assinou a Medida Provisória 426, que concedia reajuste de 14,2% aos 28 mil policiais militares e bombeiros do Distrito Federal, extensivo aos que já estavam na reserva.
(...)
Por que por MP? Porque os gastos com segurança, saúde e educação do Distrito Federal são bancados por um Fundo Constitucional. Vale dizer: saem dos cofres da União!
Fez-se uma grande festa em Brasília.
Adivinhem quem foi a estrela.
Na prática, como se nota, Lula é o pai da matéria. E vejam como ele gosta de fazer proselitismo em porta de quartel. Ele próprio previu, sindicalista que foi, o óbvio: a reivindicação se estenderia país afora. Tudo no maior ufanismo.
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) não teve dúvida: apresentou a PEC 300, nacionalizando, então, o piso.
(...)
Era evidente que os estados quebrariam caso os salários se igualassem.
Faria de Sá deu um jeitinho e pôs no texto um penduricalho interessante:
ficou estabelecido que a União arcaria com aquilo que os estados não puderem pagar.
Mais precisamente: seria criado um fundo de compensação, e o governo federal repassaria aos estados o que excedesse o valor atualmente gasto com salários.
O governo Dilma agora enrola os policiais.
Dilma usou a PEC 300 contra Serra na campanha de 2010
Há um deputado estadual em São Paulo chamado Major Olimpio, do PDT. Ele chegou a ser cotado para vice de Aloizio Mercadante (PT) na disputa pelo governo de São Paulo em 2010. Foi um ativo colaborador da campanha da Dilma.
Policiais do Brasil inteiro receberam correspondência afirmando que o tucano José Serra era contra a PEC 300 — logo, entendia-se que Dilma era favorável!
Michel Temer (PMDB), hoje vice-presidente, comprometeu-se com os policiais. Nota: Serra nem havia tocado no assunto.
Agora o governo federal tenta se virar com o espeto.
E quem arca com o custo político das mobilizações das Polícias Militares?
Ora, os governos dos Estados, inclusive os da base aliada.
Na prática, especialmente depois daquele discurso tão eloqüente, Lula é o pai da PEC 300, certo?
Os policiais devem cobrar o apoio do companheiro, que ajudou a eleger a companheira.
A proposta é pagar aos policiais do Brasil inteiro o que se paga no DF e mandar a conta para o governo federal.
Lula avaliou que a 300, assim como a 51, também era uma boa idéia!
(..)
Vá lá, Dilma, pague tudo!
Afinal, o governo federal nem mesmo está obrigado a cumprir o rigor de uma Lei de Responsabilidade Fiscal. É claro que as contas públicas sofrerão um rombo. Conseqüência de uma lei perversa que os petistas costumam seguir à risca: a Lei da Irresponsabilidade Eleitoral!
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