quinta-feira, 29 de março de 2012
Brasil "sui generis": QUANDO O ALVO ATACA
Prestem atenção nas informações que eu destaco do texto de Murilo de Aragão, cujo título é "Longe de acabar".
São fatos que não se verbalizam no dia-a-dia porque o tom adotado pelos interlocutores, aquele que visa tocar a opinião pública e que prevalece no inconsciente coletivo, é ditado para favorecer o governo do PT e satanizar qualquer criatura que porventura ouse contestar ou clamar por justiça.
"De acordo com o ex-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), os senadores reclamam muito mais da falta de consideração, de atenção, que de alguma coisa concreta, como uma nomeação ou liberação de emenda."
É exatamente desse tipo de manifestação que se tem notícia e não há nada que os desbone por isso, exceto quando oportunistas usam temas seríssimos, muitos envolvendo princípios religiosos, para barganhar com o governo. Isso, porém, é muito diferente do que ter convicções verdadeiras, como têm os que defendem os agricultores que estão correndo o risco de perdas irreparáveis se a pressão de ONGs ambientalistas internacionais conseguirem interferir nas nossas leis e na soberania nacional.
Esse direito é legítimo, senão podemos concluir que já se instalou uma tirania no Brasil e só um dos poderes decide.
"Por exemplo: a Folha de S.Paulo informa que os cortes orçamentários dos ministérios do PT foram menores do que nos outros ministérios. E os partidos aliados reclamam que os ministérios não petistas são fiscalizados por petistas e carecem de autonomia."
Achei interessante saber disso, já li algo a respeito, que a presidente ignora completamente os ministros de outros partidos porque nomeou "amigos" para o segundo escalão. São esses que realmente comandam os ministérios e que são recebidos por Dilma. Cabe uma reflexão, quem seriam, então, os responsáveis pelos esquemas denunciados nos últimos tempos?
"Existem restos a pagar de emendas parlamentares desde 2008! Em fevereiro, o governo anunciou o bloqueio de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012... Estima-se que os cortes incluam o total das emendas parlamentares, que somam R$ 20,3 bilhões, mas só a execução orçamentária vai confirmar isso."
Dilma Rousseff repete o modelo adotado pelo ex-presidente Lula e privilegia prefeituras do PT na partilha de recursos federais. Confiram AQUI, trata-se de um desrespeito às pessoas quem não elegeram prefeitos petistas, pois a população é penalizada.
Emendas são verbas carimbadas, LEGAIS, para financiar pequenas obras ou programas nos municípios. Quase a totalidade dos prefeitos não contam com outros recursos senão esses para atender sua população.
Mas tem governante que costuma usar a liberação de emendas como moeda de troca para aprovar projetos de seu interesse no Congresso, isto é, só libera a verba se o parlamentar votar a favor do que a presidência quer.
É um "MENSALÃO" às avessas, ao invés de pagar pelo voto, cobra obediência; em vez de prêmio, castigo.
Vejam do que o Executivo é capaz para chantagear deputados e senadores.
"O Orçamento da União é uma peça de ficção, já que o que é debatido no Congresso não tem relevância alguma no Executivo. Ou seja, é fácil acreditar que a crise é movida por interesses menores. Fica mais fácil entender e apontar os vilões. O “culpado” sempre é o mordomo e, nesse caso, ele está no Congresso! Mas, lamentavelmente, a culpa não é apenas do “mordomo”."
Está na hora de apontar o dedo para os "donos" da casa, até quando o PT vai transferir a culpa de seus "malfeitos" para "mordomos" e caseiros?
A FACE DO ÓDIO NÃO RESPEITA NEM OS IDOSOS
Os fascistoides estão nas ruas.
Ou: Dilma saiu da VAR-Palmares; precisa agora deixar claro que a VAR-Palmares saiu de Dilma
Reinaldo Azevedo
(Fotos de Fábio Motta/AE)
Ontem, o PC do B, que tem um ministério no governo Dilma Rousseff — e sou justo: Aldo Rebello (Esportes) fez um excelente trabalho quando relator do Código Florestal na Câmara —, levou ao ar trechos do seu programa no horário político gratuito.
(...)
Assistiu-se a uma soma formidável de mentiras, de retórica oca, de vigarices intelectuais. O pior momento, certamente, é aquele em que o PC do B tenta afetar sua pureza e rigidez ideológicas. Se estivesse agarrado a seu credo original, seria péssimo. Mas isso também é mentira.
É hoje um partido fisiológico de esquerda, como qualquer outro, que vai se alimentando de carguinhos e de dinheiro público. O escândalo das ONGs, no ano passado, ilustra bem o que quero dizer. Mas não vou me me perder nesse particular porque o objeto deste texto é outro.
Lembrei o caso do PC do B porque foi o partido que protagonizou a guerrilha do Araguaia. Jamais teve compromisso com a democracia. É de tal sorte admirador da ditadura comunista que, atenção!, até hoje não reconhece o processo de desestalinização da União Soviética.
(...)
Não obstante, O PARTIDO É LIVRE PARA RECONSTITUIR A HISTÓRIA COMO QUISER.
Como o comunismo perdeu a batalha no país, temos democracia e liberdade.
A própria presidente Dilma Rousseff é beneficiária desses valores. Ex-membro de dois grupos terroristas, o Colina (Comando de Libertação Nacional) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), também ela, aqui e ali, em seus discursos, reconta o passado como lhe dá na telha e exalta aquela juventude — qual mesmo??? — que teria lutado por democracia.
Falso! Tão falso quanto afirmar que ela cumpriu a promessa de construir 1.700 creches em 2011.
No livro “Combate nas Trevas”, o historiador comunista Jacob Gorender cita justamente o Colina como um grupo que assumia claramente uma perspectiva terrorista.
E o mesmo se diga da VAR-Palmares, que surgiu justamente da fusão daquela primeira organização a que pertenceu Dilma com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), de Carlos Lamarca.
Juntos e em associação com outros, os três grupos mataram dezenas de pessoas que nem sequer tinham ligação com a luta política.
Consta que Dilma, pessoalmente, não matou ninguém. Mas pertencia ao comando — inclusive cuidando de parte da grana — de grupos que mataram. Isso é inequívoco. Como é inequívoco que Colina, VPR ou VAR-Palmares jamais quiseram democracia.
Não obstante, Dilma tem a liberdade, que ela não ajudou a construir, de contar a história como lhe dá na telha.
(...)
Por que o Clube Militar não pode fazer um seminário sobre 1964?
O objetivo não era exatamente “comemorar” o golpe, como se está dizendo por aí, mas abordar o período segundo uma ótica, estou certo, que não é exatamente a da esquerda.
(...)
Mas quê… Desde o governo Lula, MAS DE FORMA MAIS ACENTUADA SOB A GESTÃO DILMA, os revanchistas estão tentando criar confusão e trazer o passado a valor presente, mas com uma particularidade: UM DOS LADOS, A ESQUERDA, PODE DIZER DE SEUS ADVERSÁRIOS O QUE BEM ENTENDER, MAS SEUS ADVERSÁRIOS ESTARIAM PROIBIDOS DE DAR A SUA VERSÃO ATÉ SOBRE SI MESMOS.
Entenderam qual é o busílis? Não só a “verdade” se tornou monopólio de um dos lados como o próprio direito de se manifestar.
(...)
Há três dias, hordas sob o comando do MST — evidência omitida pelos jornais — saíram perseguindo pessoas por aí e pichando suas casas e local de trabalho sob o pretexto de pedir a instalação da Comissão da Verdade. Isso é “justiça de rua”, é fascismo.
Agora, um bando decide agredir e xingar os militares da reserva, que têm o direito legal de debater o que lhes der na telha. Ninguém estava lá conspirando contra a ordem e pregando golpe de estado.
Tais ações estão sendo claramente incentivadas, instigadas e, na prática, apoiadas pelo governo federal.
Consta que havia 350 baderneiros por lá. Não será difícil, a persistir esse estado de coisas, encontrar outras 350 dispostas a defender os que estão sendo caçados e cassados ao arrepio da lei.
O que quer Maria do Rosário?
O que quer Dilma Rousseff?
O confronto de rua?
(...)
A presidente tem de fazer a escolha entre a democracia e a guerra de todos contra todos. Ela já saiu da VAR-Palmares faz tempo — por isso não permito que seja chamada de “terrorista” aqui. Falta agora demonstrar que a VAR-Palmares também saiu de Dilma. Há hoje um claro incentivo à baderna que emana do Palácio do Planalto. E isso tem de acabar. Em nome da lei e da Constituição!
É com elas que Dilma governa, não com seu passado supostamente glorioso. Até porque ele é controverso. Os familiares das vítimas do Colina e da VAR-Palmares sabem disso muito bem.
Íntegra AQUI.
Ou: Dilma saiu da VAR-Palmares; precisa agora deixar claro que a VAR-Palmares saiu de Dilma
Reinaldo Azevedo
(Fotos de Fábio Motta/AE)
Ontem, o PC do B, que tem um ministério no governo Dilma Rousseff — e sou justo: Aldo Rebello (Esportes) fez um excelente trabalho quando relator do Código Florestal na Câmara —, levou ao ar trechos do seu programa no horário político gratuito.
(...)
Assistiu-se a uma soma formidável de mentiras, de retórica oca, de vigarices intelectuais. O pior momento, certamente, é aquele em que o PC do B tenta afetar sua pureza e rigidez ideológicas. Se estivesse agarrado a seu credo original, seria péssimo. Mas isso também é mentira.
É hoje um partido fisiológico de esquerda, como qualquer outro, que vai se alimentando de carguinhos e de dinheiro público. O escândalo das ONGs, no ano passado, ilustra bem o que quero dizer. Mas não vou me me perder nesse particular porque o objeto deste texto é outro.
Lembrei o caso do PC do B porque foi o partido que protagonizou a guerrilha do Araguaia. Jamais teve compromisso com a democracia. É de tal sorte admirador da ditadura comunista que, atenção!, até hoje não reconhece o processo de desestalinização da União Soviética.
(...)
Não obstante, O PARTIDO É LIVRE PARA RECONSTITUIR A HISTÓRIA COMO QUISER.
Como o comunismo perdeu a batalha no país, temos democracia e liberdade.
A própria presidente Dilma Rousseff é beneficiária desses valores. Ex-membro de dois grupos terroristas, o Colina (Comando de Libertação Nacional) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), também ela, aqui e ali, em seus discursos, reconta o passado como lhe dá na telha e exalta aquela juventude — qual mesmo??? — que teria lutado por democracia.
Falso! Tão falso quanto afirmar que ela cumpriu a promessa de construir 1.700 creches em 2011.
No livro “Combate nas Trevas”, o historiador comunista Jacob Gorender cita justamente o Colina como um grupo que assumia claramente uma perspectiva terrorista.
E o mesmo se diga da VAR-Palmares, que surgiu justamente da fusão daquela primeira organização a que pertenceu Dilma com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), de Carlos Lamarca.
Juntos e em associação com outros, os três grupos mataram dezenas de pessoas que nem sequer tinham ligação com a luta política.
Consta que Dilma, pessoalmente, não matou ninguém. Mas pertencia ao comando — inclusive cuidando de parte da grana — de grupos que mataram. Isso é inequívoco. Como é inequívoco que Colina, VPR ou VAR-Palmares jamais quiseram democracia.
Não obstante, Dilma tem a liberdade, que ela não ajudou a construir, de contar a história como lhe dá na telha.
(...)
Por que o Clube Militar não pode fazer um seminário sobre 1964?
O objetivo não era exatamente “comemorar” o golpe, como se está dizendo por aí, mas abordar o período segundo uma ótica, estou certo, que não é exatamente a da esquerda.
(...)
Mas quê… Desde o governo Lula, MAS DE FORMA MAIS ACENTUADA SOB A GESTÃO DILMA, os revanchistas estão tentando criar confusão e trazer o passado a valor presente, mas com uma particularidade: UM DOS LADOS, A ESQUERDA, PODE DIZER DE SEUS ADVERSÁRIOS O QUE BEM ENTENDER, MAS SEUS ADVERSÁRIOS ESTARIAM PROIBIDOS DE DAR A SUA VERSÃO ATÉ SOBRE SI MESMOS.
Entenderam qual é o busílis? Não só a “verdade” se tornou monopólio de um dos lados como o próprio direito de se manifestar.
(...)
Há três dias, hordas sob o comando do MST — evidência omitida pelos jornais — saíram perseguindo pessoas por aí e pichando suas casas e local de trabalho sob o pretexto de pedir a instalação da Comissão da Verdade. Isso é “justiça de rua”, é fascismo.
Agora, um bando decide agredir e xingar os militares da reserva, que têm o direito legal de debater o que lhes der na telha. Ninguém estava lá conspirando contra a ordem e pregando golpe de estado.
Tais ações estão sendo claramente incentivadas, instigadas e, na prática, apoiadas pelo governo federal.
Consta que havia 350 baderneiros por lá. Não será difícil, a persistir esse estado de coisas, encontrar outras 350 dispostas a defender os que estão sendo caçados e cassados ao arrepio da lei.
O que quer Maria do Rosário?
O que quer Dilma Rousseff?
O confronto de rua?
(...)
A presidente tem de fazer a escolha entre a democracia e a guerra de todos contra todos. Ela já saiu da VAR-Palmares faz tempo — por isso não permito que seja chamada de “terrorista” aqui. Falta agora demonstrar que a VAR-Palmares também saiu de Dilma. Há hoje um claro incentivo à baderna que emana do Palácio do Planalto. E isso tem de acabar. Em nome da lei e da Constituição!
É com elas que Dilma governa, não com seu passado supostamente glorioso. Até porque ele é controverso. Os familiares das vítimas do Colina e da VAR-Palmares sabem disso muito bem.
Íntegra AQUI.
PALPITE INFELIZ
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
Não há presidente da República que não queira e no mais das vezes consiga influir na eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.
O gesto é institucionalmente deformado, mas não há nada de novo na pretensão de Dilma Rousseff de se imiscuir nos assuntos do Congresso tentando emplacar o atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no comando do Senado a partir de 2013.
De inédito, contudo, há a forma. Nunca antes neste País se viu uma operação tão atabalhoada. Pela antecedência, pela falta de sutileza e pelo excesso de audácia referida na autoconfiança plena de imprevidência.
Para começo de conversa, há uma incongruência. Dilma busca firmar a imagem de intransigente que não abre mão de suas prerrogativas para ceder às exigências de divisão de poder almejada pelos integrantes de sua coalizão.
Não quer interferências, mas não se peja em interferir no funcionamento do Parlamento, subtraindo dos partidos a autonomia para decidir questões que dizem respeito à instituição, cujo compromisso primeiro é (ou deveria ser) com a sociedade.
Oficialmente não há essa tentativa de ingerência de que se fala. O Palácio do Planalto divulgou uma nota politicamente correta desmentindo "tais referências" que "desrespeitam a independência do Poder Legislativo e afrontam as prerrogativas dos senhores parlamentares". Mui respeitoso o texto.
Só que o mesmo "Palácio" passa recibo no sentido oposto quando ensaia uma operação casada e orienta o secretário executivo do ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann - homem de confiança da presidente - a se filiar ao PMDB, a fim de liberar o titular (Edison Lobão) para voltar ao Senado como candidato à presidência.
Na prática tiraria a pasta do partido e, em tese, manteria a participação pemedebista no governo. De fachada.
Não fosse apenas o caráter intervencionista da manobra, resta ainda sua natureza rudimentar aliada ao fato de a ação de Dilma resultar na compra de mais uma briga.
A proposta que faz ao PMDB é a de aceitar mais uma vez cumprir o papel de barriga de aluguel, como já ocorreu com a da filiação do ministro da Saúde no governo Lula, José Gomes Temporão (hoje no PSB), com Henrique Meirelles (hoje no PSD) e com o próprio Lobão quando saiu do antigo PFL (DEM) para o PMDB a fim de atender ao mesmo tipo de conveniência.
A presidente tem o direito e o dever de controlar seus ministérios, mas não ao custo de uma intervenção em um Poder autônomo segundo os preceitos da República, como se a delegação recebida nas urnas lhe conferisse credenciais para presidir também o Congresso.
Não há presidente da República que não queira e no mais das vezes consiga influir na eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.
O gesto é institucionalmente deformado, mas não há nada de novo na pretensão de Dilma Rousseff de se imiscuir nos assuntos do Congresso tentando emplacar o atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no comando do Senado a partir de 2013.
De inédito, contudo, há a forma. Nunca antes neste País se viu uma operação tão atabalhoada. Pela antecedência, pela falta de sutileza e pelo excesso de audácia referida na autoconfiança plena de imprevidência.
Para começo de conversa, há uma incongruência. Dilma busca firmar a imagem de intransigente que não abre mão de suas prerrogativas para ceder às exigências de divisão de poder almejada pelos integrantes de sua coalizão.
Não quer interferências, mas não se peja em interferir no funcionamento do Parlamento, subtraindo dos partidos a autonomia para decidir questões que dizem respeito à instituição, cujo compromisso primeiro é (ou deveria ser) com a sociedade.
Oficialmente não há essa tentativa de ingerência de que se fala. O Palácio do Planalto divulgou uma nota politicamente correta desmentindo "tais referências" que "desrespeitam a independência do Poder Legislativo e afrontam as prerrogativas dos senhores parlamentares". Mui respeitoso o texto.
Só que o mesmo "Palácio" passa recibo no sentido oposto quando ensaia uma operação casada e orienta o secretário executivo do ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann - homem de confiança da presidente - a se filiar ao PMDB, a fim de liberar o titular (Edison Lobão) para voltar ao Senado como candidato à presidência.
Na prática tiraria a pasta do partido e, em tese, manteria a participação pemedebista no governo. De fachada.
Não fosse apenas o caráter intervencionista da manobra, resta ainda sua natureza rudimentar aliada ao fato de a ação de Dilma resultar na compra de mais uma briga.
A proposta que faz ao PMDB é a de aceitar mais uma vez cumprir o papel de barriga de aluguel, como já ocorreu com a da filiação do ministro da Saúde no governo Lula, José Gomes Temporão (hoje no PSB), com Henrique Meirelles (hoje no PSD) e com o próprio Lobão quando saiu do antigo PFL (DEM) para o PMDB a fim de atender ao mesmo tipo de conveniência.
A presidente tem o direito e o dever de controlar seus ministérios, mas não ao custo de uma intervenção em um Poder autônomo segundo os preceitos da República, como se a delegação recebida nas urnas lhe conferisse credenciais para presidir também o Congresso.
Ministério da Pesca compra lanchas que não usa
MARTA SALOMON - O Estado de S.Paulo
Sem competência para fiscalizar a pesca irregular, o Ministério da Pesca comprou 28 lanchas-patrulha por mais de R$ 1 milhão cada, das quais ao menos 23 nunca entraram em operação ou estão avariadas, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Parte da fatura de R$ 31,1 milhões foi paga na gestão de Ideli Salvatti, responsável hoje pela coordenação política do governo Dilma Rousseff.
Dados do Tesouro mostram que parcela de R$ 5,2 milhões da compra foi paga em abril e maio de 2011, sob ordem da então ministra da Pesca, no programa de "apoio e implantação de infraestrutura aquícola e pesqueira". Ontem à noite, a assessoria de Ideli Salvatti informou que a auditoria do TCU investigou não o pagamento, mas a compra das lanchas, negócio autorizado na administração de Altemir Gregolin, que deixou a pasta em dezembro de 2010.
(...)
Desde a criação da Secretaria até a saída de Ideli Salvatti, o posto criado no governo Lula coube ao PT de Santa Catarina. "O negócio foi lançado para a Intech Boating ganhar", afirma o relatório do ministro Aroldo Cedraz, aprovado na sessão de ontem do Tribunal. O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado. "As medidas e padrões de desempenho atendem perfeitamente aos requisitos excessivamente detalhados nos editais dos pregões", diz o relatório. E mais: o aviso de licitação foi publicado em jornal que circula só no Distrito Federal, onde não há estaleiros. A licitação exigia que as lanchas deveriam ser entregues em São Luís (MA) e Belém (PA).
Processo. Mesmo sem saber o tamanho do prejuízo, o TCU determinou a abertura de processo para recuperação do dinheiro desviado.
Íntegra AQUI.
Sem competência para fiscalizar a pesca irregular, o Ministério da Pesca comprou 28 lanchas-patrulha por mais de R$ 1 milhão cada, das quais ao menos 23 nunca entraram em operação ou estão avariadas, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Parte da fatura de R$ 31,1 milhões foi paga na gestão de Ideli Salvatti, responsável hoje pela coordenação política do governo Dilma Rousseff.
Dados do Tesouro mostram que parcela de R$ 5,2 milhões da compra foi paga em abril e maio de 2011, sob ordem da então ministra da Pesca, no programa de "apoio e implantação de infraestrutura aquícola e pesqueira". Ontem à noite, a assessoria de Ideli Salvatti informou que a auditoria do TCU investigou não o pagamento, mas a compra das lanchas, negócio autorizado na administração de Altemir Gregolin, que deixou a pasta em dezembro de 2010.
(...)
Desde a criação da Secretaria até a saída de Ideli Salvatti, o posto criado no governo Lula coube ao PT de Santa Catarina. "O negócio foi lançado para a Intech Boating ganhar", afirma o relatório do ministro Aroldo Cedraz, aprovado na sessão de ontem do Tribunal. O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado. "As medidas e padrões de desempenho atendem perfeitamente aos requisitos excessivamente detalhados nos editais dos pregões", diz o relatório. E mais: o aviso de licitação foi publicado em jornal que circula só no Distrito Federal, onde não há estaleiros. A licitação exigia que as lanchas deveriam ser entregues em São Luís (MA) e Belém (PA).
Processo. Mesmo sem saber o tamanho do prejuízo, o TCU determinou a abertura de processo para recuperação do dinheiro desviado.
Íntegra AQUI.
VINGANÇA COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO
Comemoração de militares termina em pancadaria no Centro do Rio
Manifestantes bloquearam a entrada do Clube Militar e acuaram quem chegava para o evento
O Globo
A comemoração do golpe militar de 1964, organizada por militares da reserva nesta quinta-feira no Centro do Rio, terminou com uma grande confusão. Cerca de 350 pessoas, entre eles representantes do PT, PCB, PCdoB, Psol, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, bloquearam a entrada principal do Clube Militar, na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, e tumultuaram a chegada dos convidados para o evento. O tempo todo gritavam palavras de ordem, chamando os militares de torturadores, assassinos e covardes. Uma pessoa foi presa após trocar socos e pontapés com um militar. O policiamento do local foi reforçado pela tropa de choque da PM.
Cada militar que chegava ao local era cercado, xingado e só conseguia entrar no prédio sob escolta da PM.
(...)
Os militares, que ficaram o tempo todo acuados dentro do prédio, saíram aos poucos do local. Uns pela porta dos fundos e outros, escoltados pela PM até uma estação do metrô que fica em frente ao Clube ou até conseguirem um táxi.
Manifestantes bloquearam a entrada do Clube Militar e acuaram quem chegava para o evento
O Globo
A comemoração do golpe militar de 1964, organizada por militares da reserva nesta quinta-feira no Centro do Rio, terminou com uma grande confusão. Cerca de 350 pessoas, entre eles representantes do PT, PCB, PCdoB, Psol, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, bloquearam a entrada principal do Clube Militar, na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, e tumultuaram a chegada dos convidados para o evento. O tempo todo gritavam palavras de ordem, chamando os militares de torturadores, assassinos e covardes. Uma pessoa foi presa após trocar socos e pontapés com um militar. O policiamento do local foi reforçado pela tropa de choque da PM.
Cada militar que chegava ao local era cercado, xingado e só conseguia entrar no prédio sob escolta da PM.
(...)
Os militares, que ficaram o tempo todo acuados dentro do prédio, saíram aos poucos do local. Uns pela porta dos fundos e outros, escoltados pela PM até uma estação do metrô que fica em frente ao Clube ou até conseguirem um táxi.
quarta-feira, 28 de março de 2012
O DESAFIO DE PIMENTEL
Ricardo Noblat
Alto lá!
Que os apressadinhos contenham sua animação com a perspectiva de ver Aguinaldo Ribeiro, atual ministro das Cidades, demitido pela presidente Dilma Rousseff. Não verão.
O programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, descobriu que em 2008 e 2009, na condição de deputado estadual pelo PP, Aguinaldo recebeu da Assembléia Legislativa da Paraíba RS 137 mil usados para tratamento médico dele, do pai e de uma irmã no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Por não fazer parte do contingente de pobres do Estado, Aguinaldo não tinha direito a tão generoso tipo de ajuda.
Logo... Logo rua com ele, pois a faxineira ética não é e jamais será conivente com malfeitos. Onde já se viu manter no ministério um político capaz de se beneficiar do dinheiro alheio? Com Dilma, não, violão.
Pensando melhor: com Dilma, sim. Com ela o malfeito pode ser tolerado mediante duas condições ou apenas uma: se foi cometido antes do início do seu governo; e se o autor do malfeito for seu queridinho.
Aguinaldo não é queridinho de Dilma. Mas já se passaram quatro anos do malfeito só agora denunciado. Digamos que ele prescreveu. Continuará empregado, pois. Acabou sendo salvo pelo “Fator Pimentel”, uma genuína invenção de Dilma.
No início de dezembro último, Thiago Herdy, repórter de O Globo em Belo Horizonte, publicou a primeira de uma série de reportagens sobre o negócio da vida de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Pimentel embolsou R$ 2 milhões por consultorias não prestadas a um time reduzido de clientes. Os principais deles: a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (R$ 1 milhão) e a construtora mineira Convap (R$ 514 mil).
Herdy cobrou de Pimentel comprovantes do serviço prestado em 2009 e 2010, tão logo deixou a prefeitura de Belo Horizonte para ser candidato ao Senado. Pimentel não deu.
Cobrou comprovantes aos supostos clientes deles – os clientes negaram. Procurou dirigentes da federação – salvo o presidente da época, nenhum se lembrou de eventuais reuniões com Pimentel. Ou de estudos assinados por ele.
O atual presidente da Federação suplicou:
- Por favor, me dêem um tempo para pensar a respeito. O assunto é muito delicado.
Está pensando até hoje.
Foi aí que Dilma entrou em cena para livrar do sufoco seu ex-companheiro de luta armada contra a ditadura militar de 64. A oposição queria convocá-lo a dar explicações no Congresso.
- O governo acha estranho que o ministro preste satisfações no Congresso da sua vida privada, da vida pessoal passada dele.
Desde quando homem público tem direito a vida privada?
Pimentel foi consultor sem dar consultoria mesmo depois de estar na ativa como um dos coordenadores da campanha de Dilma à sucessão de Lula.
Novamente em socorro de Pimentel, Dilma estabeleceu por fim a jurisprudência que passa uma borracha em malfeitos praticados por seus auxiliares ou aliados antes dela assumir a presidência da República:
- Não tem nada a ver com o meu governo. O que estão acusando nada tem a ver com meu governo.
Carlos Lupi, presidente do PDT, deixou de ser ministro do Trabalho de Dilma por que usou um jatinho de empresário para viajar pelo Nordeste. A falta de decoro ocorreu durante o governo Lula.
Contraditório? E daí? Presidente da República não pode dizer uma coisa aqui, outra acolá?
Registre-se que Lupi só perdeu o ministério porque a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou a Dilma que se livrasse dele. Pegaria mal para ela ignorar a recomendação.
A mesma comissão decidiu, agora, cobrar de Pimentel as explicações que Dilma o dispensou de oferecer.
Pimentel tem 10 dias para fazer o que não conseguiu desde dezembro do ano passado – criar uma história crível para justificar uma consultoria que jamais prestou. É de se ver.
Mesmo com Selic em queda, crédito encarece
Mesmo com a Selic em queda, custo do crédito sobe pelo 2º mês seguido
Autor(es): FERNANDO NAKAGAWA , ADRIANA FERNANDES
O Estado de S. Paulo - 28/03/2012
Apesar da queda do juro básico e dos bons indicadores de emprego e renda, o crédito está cada vez mais caro. Na média, o preço dos financiamentos avançou de 38% ao ano, em janeiro, para 38,l%, em fevereiro. O encarecimento é liderado pelas operações para pessoas físicas, cuja taxa alcançou 45,4% no mês passado, e a tendência de alta permanece. O Banco Central atribui o fenômeno à inadimplência
Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência recorde no financiamento de veículos levou os bancos a adotar uma postura mais conservadora: aumentaram as margens nos empréstimos, o chamado spread, e por consequência as taxas de juros nessas operações.
Dados apresentados ontem pelo BC mostram que o preço dos financiamentos subiu pelo segundo mês seguido. Na média, o juro avançou de 38% ao ano, em janeiro, para 38,1%, em fevereiro. O encarecimento é liderado pelas operações para pessoas físicas, cuja taxa alcançou 45,4% no mês passado. Dado preliminar de março mostra que a tendência de alta segue e o custo já atingiu 45,5% no dia 15, o maior desde setembro.
O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Túlio Maciel, avalia que a inadimplência que resiste em cair é a grande culpada da alta do juro aos clientes, especialmente no crédito para compra de veículos.
Nessa operação, o calote subiu de 5,3% em janeiro para 5,5% no mês passado, novo recorde. Boa parte dessa inadimplência, diz Maciel, nasceu em operações realizadas em 2010. Naquele ano, o governo incentivou o crédito via bancos públicos e o total de empréstimos para veículos cresceu impressionantes 49,1%.
Leia mais AQUI.
Autor(es): FERNANDO NAKAGAWA , ADRIANA FERNANDES
O Estado de S. Paulo - 28/03/2012
Apesar da queda do juro básico e dos bons indicadores de emprego e renda, o crédito está cada vez mais caro. Na média, o preço dos financiamentos avançou de 38% ao ano, em janeiro, para 38,l%, em fevereiro. O encarecimento é liderado pelas operações para pessoas físicas, cuja taxa alcançou 45,4% no mês passado, e a tendência de alta permanece. O Banco Central atribui o fenômeno à inadimplência
Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência recorde no financiamento de veículos levou os bancos a adotar uma postura mais conservadora: aumentaram as margens nos empréstimos, o chamado spread, e por consequência as taxas de juros nessas operações.
Dados apresentados ontem pelo BC mostram que o preço dos financiamentos subiu pelo segundo mês seguido. Na média, o juro avançou de 38% ao ano, em janeiro, para 38,1%, em fevereiro. O encarecimento é liderado pelas operações para pessoas físicas, cuja taxa alcançou 45,4% no mês passado. Dado preliminar de março mostra que a tendência de alta segue e o custo já atingiu 45,5% no dia 15, o maior desde setembro.
O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Túlio Maciel, avalia que a inadimplência que resiste em cair é a grande culpada da alta do juro aos clientes, especialmente no crédito para compra de veículos.
Nessa operação, o calote subiu de 5,3% em janeiro para 5,5% no mês passado, novo recorde. Boa parte dessa inadimplência, diz Maciel, nasceu em operações realizadas em 2010. Naquele ano, o governo incentivou o crédito via bancos públicos e o total de empréstimos para veículos cresceu impressionantes 49,1%.
Leia mais AQUI.
"EM BUSCA DO NADA"
TEXTO PUBLICADO NA EDIÇÃO DE VEJA DESTA SEMANA E NO BLOG DO Augusto Nunes
J.R. GUZZO
A palavra provavelmente mais correta para descrever a maior parte das atividades do governo brasileiro hoje em dia, em português comum, seria “farsa”. Mas é melhor, por prudência e pela cortesia com que se devem tratar nossas altas autoridades em geral, utilizar alguma coisa mais leve ─ “ficção”, talvez, é o termo que se aconselha, já que não pode ser entendido como ofensa (Deus nos livre de uma coisa dessas), e ao mesmo tempo serve para resumir com bastante clareza a atual conduta do superior comando da nação.
Entre as paredes do caixote de concreto e vidro em que funciona o Palácio do Planalto, é fabricada todos os dias a impressão de que ali se vive numa colmeia de trabalho sem descanso e de operosidade sem precedentes; segundo essa visão, apresentada como fato praticamente indiscutível na propaganda oficial, ainda não foi criado no Brasil o problema que as prodigiosas qualidades de gerência atribuídas à presidente Dilma Rousseff tenham deixado sem solução.
Mas um metro para fora do Palácio, na vida real que começa na rua, o mundo dos fatos, indiferente ao que se diz do lado de dentro, mostra o contrário: nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido.
Falta de tempo para mostrar serviço de verdade, do tipo que pode ser visto e comprovado, com certeza não é. Já faz mais de nove anos que a presidente Dilma está dentro do governo, no qual dá expediente desde o primeiro dia de mandato de seu antecessor ─ com a função, justamente, de ser a tocadora de obras número 1 da República.
Alguma coisa de porte, a esta altura, já tinha de ter aparecido. Mas não aparece.
Tão inúteis quanto a passagem do tempo ou os oceanos de dinheiro que o poder público tem para gastar vêm sendo as demissões em série na equipe ministerial. Em pouco mais de um ano de governo Dilma, já foram para a rua doze ministros, mais os lideres no Senado e na Câmara ─ todos nomeados por ela mesma, é verdade, incluindo-se aí alguns dos mais notórios candidatos a morte súbita que já passaram por um ministério na história deste país.
Os resultados disso, pelo que se viu até agora, foram nulos. As demissões, sem dúvida, mostram que a presidente está disposta a valer-se de sua posição no topo da cadeia alimentar de Brasília ─ pode mandar qualquer um embora, e não pode ser mandada embora por ninguém.
O problema, tristemente, é que o exercício repetido de toda essa autoridade não tem sido capaz de gerar nenhum efeito útil para a vida prática do país e do cidadão.
Seja porque Dilma está substituindo tão mal quanto nomeou, seja porque os novos ministros vivem paralisados pelo medo de perder o seu emprego, o fato é que nenhuma de todas as trocas feitas até agora resultou num único metro a mais de estrada asfaltada, ou num poste de luz, ou em qualquer coisa que preste.
O que certamente não falta, nesse deserto de resultados, é a construção de miragens.
Empreiteiras de obras públicas, por exemplo, fazem aparecer na imprensa fotos da presidente em cima de um carrinho de trem, cercada por um alarmante cordão de puxadores de palmas, numa visita de inspeção à Ferrovia Norte-Sul. Uns tantos minutos depois, todos voltam a seu carro oficial ou helicóptero e deixam para trás a realidade.
A Ferrovia Transnordestina, por exemplo, com 1700 quilômetros de extensão, foi iniciada em 2006 e deveria ter sido entregue em 2010; já estamos em 2012, o custo de 4,5 bilhões de reais pulou para quase 7 bilhões e tudo o que se conseguiu construir, até agora, foram 10% do percurso.
O petroleiro João Cândido, que começou a ser construído quatro anos atrás para a Petrobras em Pernambuco, e foi lançado ao mar em 2010 pelo ex-presidente Lula como um prodígio da nova indústria naval brasileira, voltou a terra firme logo após a cerimônia; continua lá até hoje.
Entre as mais espetaculares obras do PAC, com todos os seus bilhões em investimentos, inclui-se o “trem-bala” ─ mas a única coisa que se pode dizer com certeza sobre o “trem-bala”, até agora, é que ele não existe.
A presidente Dilma, que sabe muito bem o que é inépcia, tenta há nove anos achar o caminho de saída desse vale de lágrimas; pode continuar tentando pelos próximos cinquenta e não vai encontrar nada. Não vai encontrar porque procura no lugar errado; imagina que a solução está em criar mais repartições públicas, mais regras, mais controles, mais programas e mais tudo o que faça um “estado forte”. É o tipo de ideia que encanta a presidente. Nunca deu certo até hoje. Mas ela continua convencida de que um dia ainda vai dar.
J.R. GUZZO
A palavra provavelmente mais correta para descrever a maior parte das atividades do governo brasileiro hoje em dia, em português comum, seria “farsa”. Mas é melhor, por prudência e pela cortesia com que se devem tratar nossas altas autoridades em geral, utilizar alguma coisa mais leve ─ “ficção”, talvez, é o termo que se aconselha, já que não pode ser entendido como ofensa (Deus nos livre de uma coisa dessas), e ao mesmo tempo serve para resumir com bastante clareza a atual conduta do superior comando da nação.
Entre as paredes do caixote de concreto e vidro em que funciona o Palácio do Planalto, é fabricada todos os dias a impressão de que ali se vive numa colmeia de trabalho sem descanso e de operosidade sem precedentes; segundo essa visão, apresentada como fato praticamente indiscutível na propaganda oficial, ainda não foi criado no Brasil o problema que as prodigiosas qualidades de gerência atribuídas à presidente Dilma Rousseff tenham deixado sem solução.
Mas um metro para fora do Palácio, na vida real que começa na rua, o mundo dos fatos, indiferente ao que se diz do lado de dentro, mostra o contrário: nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido.
Falta de tempo para mostrar serviço de verdade, do tipo que pode ser visto e comprovado, com certeza não é. Já faz mais de nove anos que a presidente Dilma está dentro do governo, no qual dá expediente desde o primeiro dia de mandato de seu antecessor ─ com a função, justamente, de ser a tocadora de obras número 1 da República.
Alguma coisa de porte, a esta altura, já tinha de ter aparecido. Mas não aparece.
Tão inúteis quanto a passagem do tempo ou os oceanos de dinheiro que o poder público tem para gastar vêm sendo as demissões em série na equipe ministerial. Em pouco mais de um ano de governo Dilma, já foram para a rua doze ministros, mais os lideres no Senado e na Câmara ─ todos nomeados por ela mesma, é verdade, incluindo-se aí alguns dos mais notórios candidatos a morte súbita que já passaram por um ministério na história deste país.
Os resultados disso, pelo que se viu até agora, foram nulos. As demissões, sem dúvida, mostram que a presidente está disposta a valer-se de sua posição no topo da cadeia alimentar de Brasília ─ pode mandar qualquer um embora, e não pode ser mandada embora por ninguém.
O problema, tristemente, é que o exercício repetido de toda essa autoridade não tem sido capaz de gerar nenhum efeito útil para a vida prática do país e do cidadão.
Seja porque Dilma está substituindo tão mal quanto nomeou, seja porque os novos ministros vivem paralisados pelo medo de perder o seu emprego, o fato é que nenhuma de todas as trocas feitas até agora resultou num único metro a mais de estrada asfaltada, ou num poste de luz, ou em qualquer coisa que preste.
O que certamente não falta, nesse deserto de resultados, é a construção de miragens.
Empreiteiras de obras públicas, por exemplo, fazem aparecer na imprensa fotos da presidente em cima de um carrinho de trem, cercada por um alarmante cordão de puxadores de palmas, numa visita de inspeção à Ferrovia Norte-Sul. Uns tantos minutos depois, todos voltam a seu carro oficial ou helicóptero e deixam para trás a realidade.
A Ferrovia Transnordestina, por exemplo, com 1700 quilômetros de extensão, foi iniciada em 2006 e deveria ter sido entregue em 2010; já estamos em 2012, o custo de 4,5 bilhões de reais pulou para quase 7 bilhões e tudo o que se conseguiu construir, até agora, foram 10% do percurso.
O petroleiro João Cândido, que começou a ser construído quatro anos atrás para a Petrobras em Pernambuco, e foi lançado ao mar em 2010 pelo ex-presidente Lula como um prodígio da nova indústria naval brasileira, voltou a terra firme logo após a cerimônia; continua lá até hoje.
Entre as mais espetaculares obras do PAC, com todos os seus bilhões em investimentos, inclui-se o “trem-bala” ─ mas a única coisa que se pode dizer com certeza sobre o “trem-bala”, até agora, é que ele não existe.
A presidente Dilma, que sabe muito bem o que é inépcia, tenta há nove anos achar o caminho de saída desse vale de lágrimas; pode continuar tentando pelos próximos cinquenta e não vai encontrar nada. Não vai encontrar porque procura no lugar errado; imagina que a solução está em criar mais repartições públicas, mais regras, mais controles, mais programas e mais tudo o que faça um “estado forte”. É o tipo de ideia que encanta a presidente. Nunca deu certo até hoje. Mas ela continua convencida de que um dia ainda vai dar.
"LEI DO COPO" É EXIGÊNCIA DE QUEM, AFINAL?
Fifa nunca reclamou de texto sobre bebidas na Lei da Copa, diz ministro
Eduardo Bresciani - Estadão
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira, 28, que a Fifa nunca reclamou da escolha do governo em votar a Lei Geral da Copa sem a liberação expressa da venda de bebidas alcoólicas.
(...)
Ele destacou que nunca teve uma conversa específica sobre o tema com a entidade e que o entendimento do governo é de que o texto original é suficiente para liberar a venda de bebidas. Na própria base aliada, porém, a maioria entende que nos estados e municípios onde há leis contrárias ao comércio do produto será preciso alterar estas regras.
Elefantes brancos. O ministro fez ainda ataques ao Tribunal de Contas da União (TCU) por um estudo do órgão apontar que pelo menos quatro dos doze estádios da Copa de 2014, Natal, Manaus, Cuiabá e Brasília, virariam "elefantes brancos". Para Aldo, o tribunal não tem condições de fazer essa análise.
(...)
Ele minimizou ainda a ameaça da Fifa de deixar Recife (PE) fora da Copa das Confederações de 2013. Aldo afirma que as obras estão no ritmo adequado.
"Essa decisão da FIFA não pode sofrer interferência do governo federal e do ministério do esporte. É uma decisão da FIFA.
Quanto ao cronograma das obras no estado de Pernambuco, as nossas informações constam de que as obras estão compatíveis com o calendário previsto".
Durante a reunião, o momento de maior pressão sobre Aldo veio do deputado Romário (PSB-RJ), ex-jogador de futebol campeão da Copa de 1994. O atacante afirmou que as obras de mobilidade não ficarão prontas e que a Copa só será boa para as classes A e B.
"A Copa é no Brasil, mas não é do povo brasileiro", disse o deputado.
Eduardo Bresciani - Estadão
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira, 28, que a Fifa nunca reclamou da escolha do governo em votar a Lei Geral da Copa sem a liberação expressa da venda de bebidas alcoólicas.
(...)
Ele destacou que nunca teve uma conversa específica sobre o tema com a entidade e que o entendimento do governo é de que o texto original é suficiente para liberar a venda de bebidas. Na própria base aliada, porém, a maioria entende que nos estados e municípios onde há leis contrárias ao comércio do produto será preciso alterar estas regras.
Elefantes brancos. O ministro fez ainda ataques ao Tribunal de Contas da União (TCU) por um estudo do órgão apontar que pelo menos quatro dos doze estádios da Copa de 2014, Natal, Manaus, Cuiabá e Brasília, virariam "elefantes brancos". Para Aldo, o tribunal não tem condições de fazer essa análise.
(...)
Ele minimizou ainda a ameaça da Fifa de deixar Recife (PE) fora da Copa das Confederações de 2013. Aldo afirma que as obras estão no ritmo adequado.
"Essa decisão da FIFA não pode sofrer interferência do governo federal e do ministério do esporte. É uma decisão da FIFA.
Quanto ao cronograma das obras no estado de Pernambuco, as nossas informações constam de que as obras estão compatíveis com o calendário previsto".
Durante a reunião, o momento de maior pressão sobre Aldo veio do deputado Romário (PSB-RJ), ex-jogador de futebol campeão da Copa de 1994. O atacante afirmou que as obras de mobilidade não ficarão prontas e que a Copa só será boa para as classes A e B.
"A Copa é no Brasil, mas não é do povo brasileiro", disse o deputado.
QUESTÃO DE COERÊNCIA
Se a Dilma deixou para os estados liberarem a cerveja na Copa, não há motivo para impedir que eles também decidam sobre o Código Florestal.
CoroneLeaks
A Câmara aprovou nesta quarta-feira, como o Governo Federal queria, o texto principal do projeto da Lei Geral da Copa. A lei não deixou clara a liberação da venda das bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos, transferindo a decisão para os Estados.
Uma tremenda esperteza da Dilma, mas uma grande oportunidade para os deputados.
Não vamos esquecer que a aprovação da Lei da Copa estava vinculada à votação do Código Florestal.
Se os Estados podem decidir sobre venda de bebidas, também podem definir o tamanho das áreas de preservação permanente às margens de rios, que é um dos pontos ainda abertos na negociação.
Se os governadores assumiram o ônus de liberar o álcool, que exijam o bônus de liberar a cana.
CoroneLeaks
A Câmara aprovou nesta quarta-feira, como o Governo Federal queria, o texto principal do projeto da Lei Geral da Copa. A lei não deixou clara a liberação da venda das bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos, transferindo a decisão para os Estados.
Uma tremenda esperteza da Dilma, mas uma grande oportunidade para os deputados.
Não vamos esquecer que a aprovação da Lei da Copa estava vinculada à votação do Código Florestal.
Se os Estados podem decidir sobre venda de bebidas, também podem definir o tamanho das áreas de preservação permanente às margens de rios, que é um dos pontos ainda abertos na negociação.
Se os governadores assumiram o ônus de liberar o álcool, que exijam o bônus de liberar a cana.
APROVADA A "LEI DO COPO" - COMPROMISSO DE LULA COM A FIFA
Por Gabriel Castro, na VEJA Online. Volto depois.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o texto do relator Vicente Cândido (PT-SP) para o projeto da Lei Geral da Copa, que cria normas para a realização do torneio mundial em 2014 e da Copa das Confederações do ano anterior. A votação se deu de forma simbólica. Restam agora, entretanto, os pontos mais controversos do texto, que serão analisados de forma separada.
A versão aprovada pelos deputados se omite em relação à venda de álcool durante o torneio esportivo, o que repassa a responsabilidade de negociar com a Fifa aos estados que hoje proíbem esse tipo de comércio. Esse ponto, entretanto, ainda pode ser alterado por emendas apresentadas ao texto. Outros trechos questionados dizem respeito aos critérios de concessão da meia-entrada.
A última mudança incluída no texto pelo relator foi a destinação de pelo menos 1% dos ingressos da Copa do Mundo para portadores de deficiência. Pela proposta aprovada, idosos - e apenas eles - terão direito a meia-entrada. Jovens e favorecidos por programas de transferência de renda serão beneficiados com uma cota limitada a 300.000 ingressos ao preço “popular” de 25 dólares, cerca de 45 reais.
Depois de aprovado pela Câmara o texto seguirá para o Senado Federal. A Lei Geral da Copa foi tema de uma negociação desgastante envolvendo a Fifa, o governo e partidos aliados no Congresso. Na semana passada, o governo tentou forçar a votação da proposta, mesmo sem acordo. Com a recusa de boa parte das legendas aliadas, a sessão acabou derrubada. Nesta quarta-feira, o líder do governo garantiu que o episódio não tem ligação com uma possível rebelião na base governista: “A tentativa teria sido bem sucedida. Não foi porque a questão do Código Florestal ainda contaminava as preocupações de uma maioria que se consolidou naquele momento”, afirmou.
Para que a Lei Geral da Copa fosse votada nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), concordou com a votação do Código Florestal já no mês de abril.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o texto do relator Vicente Cândido (PT-SP) para o projeto da Lei Geral da Copa, que cria normas para a realização do torneio mundial em 2014 e da Copa das Confederações do ano anterior. A votação se deu de forma simbólica. Restam agora, entretanto, os pontos mais controversos do texto, que serão analisados de forma separada.
A versão aprovada pelos deputados se omite em relação à venda de álcool durante o torneio esportivo, o que repassa a responsabilidade de negociar com a Fifa aos estados que hoje proíbem esse tipo de comércio. Esse ponto, entretanto, ainda pode ser alterado por emendas apresentadas ao texto. Outros trechos questionados dizem respeito aos critérios de concessão da meia-entrada.
A última mudança incluída no texto pelo relator foi a destinação de pelo menos 1% dos ingressos da Copa do Mundo para portadores de deficiência. Pela proposta aprovada, idosos - e apenas eles - terão direito a meia-entrada. Jovens e favorecidos por programas de transferência de renda serão beneficiados com uma cota limitada a 300.000 ingressos ao preço “popular” de 25 dólares, cerca de 45 reais.
Depois de aprovado pela Câmara o texto seguirá para o Senado Federal. A Lei Geral da Copa foi tema de uma negociação desgastante envolvendo a Fifa, o governo e partidos aliados no Congresso. Na semana passada, o governo tentou forçar a votação da proposta, mesmo sem acordo. Com a recusa de boa parte das legendas aliadas, a sessão acabou derrubada. Nesta quarta-feira, o líder do governo garantiu que o episódio não tem ligação com uma possível rebelião na base governista: “A tentativa teria sido bem sucedida. Não foi porque a questão do Código Florestal ainda contaminava as preocupações de uma maioria que se consolidou naquele momento”, afirmou.
Para que a Lei Geral da Copa fosse votada nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), concordou com a votação do Código Florestal já no mês de abril.
PAUTA E PARADIGMA
Quando a ampla maioria da população, mal orientada pela midia pautada pelo governo e por celebridades que se julgam formadores de opinião, embarca na onda de execrar um "PODER" com importância fundamental para fazer valer os princípios democráticos, o Legislativo, fico perplexa que não apareçam vozes influentes para alertar a todos nós sobre o perigo que isso representa.
Existem os trezentos "picaretas" descobertos por lula?
Sem dúvida, e todos têm sido seus fiéis escudeiros.
Por isso a necessidade de destacar os políticos dignos, que tenham credibilidade e fazem o possível para exercer seu papel fiscalizador com eficiência. Esses podem servir como referência na hora do eleitor decidir seu voto, então realmente teremos mudança de paradigma na política.
Mas o PT não se constrange quando se dispõe a destruir reputações, temos como exemplo o dossiê contra Ruth Cardoso e a violação de sigilo bancário do caseiro Francenildo. E o partido não atua apenas na sombra, o EX denegria adversários nos palanques sem o menor pudor, enquanto Dilma conta com a midia como porta-voz.
Apesar do discurso, analisemos as escolhas tanto de Lula quanto de Dilma, ambos fizeram questão de escolher os piores quadros dos partidos aliados para compor o seu governo, desprezando quem tem conduta ética. Assim, não dá para deixar de atribuir essa decisão à possibilidade de criar condições para que sejam facilmente eliminados e, ao mesmo tempo, garantir o apoio da opinião pública. Assim, o PT vai avançando em seu projeto de poder absoluto.
Estou batendo nessa tecla e fico satisfeita ao constatar que não estou delirando, principalmente quando uma grande jornalista, Dora Kramer, publica no Estadão matéria que trata exatamente de uma possível aposta de Dilma no desequilíbrio entre os Poderes.
Afirma com propriedade que, "por mais que o grosso da opinião pública não entenda direito o significado disso, cabe ao governante evitar cair na tentação de jogar na confrontação entre políticos e sociedade".
Mais, "o Executivo não pode se valer dela (da fragilidade do Legislativo) para sobressair-se junto à opinião pública nem para estabelecer uma conexão baseada na intimidação, na lógica da luta do bem contra o mal".
E conclui com o argumento semelhante aos que eu costumo utilizar nos meus comentários - "A se exacerbarem os ânimos nessa direção, amanhã ou depois aparecem os pregadores da inutilidade do Congresso e, a depender de como esteja o clima, pode prosperar um ambiente que não interessa a ninguém. Nem aos atuais condôminos do poder".
A mudança de paradigma na política nacional só seria possível se o eleitor tivesse escolhido o candidato que não tem vínculo com os tais "picaretas", muito menos apoios indesejados que o obrigasse a ceder cargos e espaços no governo.
Não sei como alguém consegue enxergar isso em Dilma se seus ministros foram demitidos pela imprensa e a troca de lideranças não foi nada além de revanchismo devido às suas sucessivas derrotas nas votações do Congresso e à intenção de contar com líderes orientados a acompanhar reuniões, podem conferir em matéria do Estadão, para evitar convocações de ministros petistas envolvidos em escândalos a prestarem esclarecimentos à Nação
O governo montou um esquema na Câmara para evitar surpresas e a repetição de derrotas, como as ocorridas na semana passada, e convocou uma tropa de choque para blindar os ministros nas comissões permanentes. A orientação foi transmitida pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aos demais líderes aliados em reunião, nesta terça-feira, 27, durante o almoço. Na semana passada, em meio à falta de controle do governo sobre a base, os deputados aprovaram a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para uma audiência pública na Comissão de Trabalho.
Reinaldo Azevedo sempre lembra que Dilma faz parte desse "pacote" que agora expõe à execração pública. Mesmo assim, Dilma repete as práticas do EX e corta verbas destinadas às prefeituras da oposição e de aliados, mas preserva os municípios governados por petistas e o contigenciamento do orçamento atinge ministérios controlados por aliados, mas também poupa o PT.
Quem é chantagista ou execrável? Quem joga no confronto ou quem reivindica tratamento justo?
Sinceramente, gostaria de acreditar na "faxina ética", mas os fatos demonstram que tudo não passa de um processo de "limpeza" dos partidos. Os discursos do EX convenceram muitos eleitores a não votarem em candidatos da oposição, isso já compromete nossa frágil Democracia. Dilma, pelo jeito, ficou encarregada de se livrar dos aliados e levar adiante o ideal de José Dirceu, que foi o comandante de sua campanha, a de encarnar as grandes propostas do PT para o Brasil.
terça-feira, 27 de março de 2012
CANDIDATOS LEGÍTIMOS DISPUTAM EM SÃO PAULO COM CANDIDATO "BIÔNICO" DO LULA
Agora falta o PT escolher um nome legítimo para disputar a Prefeitura de São Paulo; por enquanto, tem um interventor da ditadura lulista
Reinaldo Azevedo
O jornalismo pautado pelo PT deveria se perguntar por que Lula deu um murro na mesa e decidiu que o candidato à Prefeitura de São Paulo seria Fernando Haddad — E SEM PRÉVIAS. O PSDB, fato inegável, realizou as suas na cidade. O resultado foi compatível com um processo que de fato existiu, que não se limitou a cumprir uma formalidade.
Serra é, assim, o legítimo pré-candidato do PSDB à Prefeitura — candidato oficial tão logo se realize a convenção. Desafio um dos “cientistas políticos” tornados bocas de aluguel do PT a demonstrar que não. E faço a pergunta: “E Haddad? É o candidato legítimo do PT”?
Por que o partido não realiza uma prévia entre ele e Marta Suplicy pra gente ver no que dá? Mas quê… A direção do partido abortou o processo porque ele perderia feio.
Se existe hoje um candidato imposto, que referenda os piores hábitos da política, é Haddad. As bocas de aluguel silenciam a respeito porque, afinal, são pagas para pensar outra coisa — é o “negócio” como ciência.
Para o bem e para o mal, o PSDB não tem um “coroné” como Lula. É para o mal porque a ausência de um líder unificador traz contratempos, é evidente. O partido demora, muitas vezes, a reagir e permite certa canibalização interna. Mas é “para o bem” porque o partido sobreviverá à saída de cena deste ao daquele ao longo da história, como sobreviveu. Sérgio Motta e Mário Covas se foram, e a legenda está aí. Na ausência de Lula, como está demonstrado, o PT se esfarela — e, curiosamente, o governo também. Rezar para que o Apedeuta se recupere plenamente, para os petistas, é mais do que um voto da decência humana, como é o meu. Também é uma questão se sobrevivência política.
Vamos, petistas, coragem! Vamos, “analistas”, coragem! Que o PT renuncie à prática velha do dedaço e realize prévias entre Haddad e Marta Suplicy — e sem interferência da máquina federal (assim como Geraldo Alckmin não interferiu na disputa tucana).
Que o PT escolha o legítimo representante do partido (ou “legítima”), a exemplo do que fez o PSDB. Fazer digressões desairosas sobre a eleição interna do PSDB — ignorando como se deu a “nomeação” do candidato do PT e chamando isso de “análise isenta” — é coisa de vigarista intelectual.
Reinaldo Azevedo
O jornalismo pautado pelo PT deveria se perguntar por que Lula deu um murro na mesa e decidiu que o candidato à Prefeitura de São Paulo seria Fernando Haddad — E SEM PRÉVIAS. O PSDB, fato inegável, realizou as suas na cidade. O resultado foi compatível com um processo que de fato existiu, que não se limitou a cumprir uma formalidade.
Serra é, assim, o legítimo pré-candidato do PSDB à Prefeitura — candidato oficial tão logo se realize a convenção. Desafio um dos “cientistas políticos” tornados bocas de aluguel do PT a demonstrar que não. E faço a pergunta: “E Haddad? É o candidato legítimo do PT”?
Por que o partido não realiza uma prévia entre ele e Marta Suplicy pra gente ver no que dá? Mas quê… A direção do partido abortou o processo porque ele perderia feio.
Se existe hoje um candidato imposto, que referenda os piores hábitos da política, é Haddad. As bocas de aluguel silenciam a respeito porque, afinal, são pagas para pensar outra coisa — é o “negócio” como ciência.
Para o bem e para o mal, o PSDB não tem um “coroné” como Lula. É para o mal porque a ausência de um líder unificador traz contratempos, é evidente. O partido demora, muitas vezes, a reagir e permite certa canibalização interna. Mas é “para o bem” porque o partido sobreviverá à saída de cena deste ao daquele ao longo da história, como sobreviveu. Sérgio Motta e Mário Covas se foram, e a legenda está aí. Na ausência de Lula, como está demonstrado, o PT se esfarela — e, curiosamente, o governo também. Rezar para que o Apedeuta se recupere plenamente, para os petistas, é mais do que um voto da decência humana, como é o meu. Também é uma questão se sobrevivência política.
Vamos, petistas, coragem! Vamos, “analistas”, coragem! Que o PT renuncie à prática velha do dedaço e realize prévias entre Haddad e Marta Suplicy — e sem interferência da máquina federal (assim como Geraldo Alckmin não interferiu na disputa tucana).
Que o PT escolha o legítimo representante do partido (ou “legítima”), a exemplo do que fez o PSDB. Fazer digressões desairosas sobre a eleição interna do PSDB — ignorando como se deu a “nomeação” do candidato do PT e chamando isso de “análise isenta” — é coisa de vigarista intelectual.
Estratégia correta
André Henrique
Nesta segunda-feira, José Serra concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo e afirmou que pretende angariar o apoio do PC do B e do PSB.
Alguns internautas de direita ficaram revoltados porque consideram absurda uma aliança do tucano com partidos de esquerda. Por esta razão, concluem que José Serra não é digno de confiança por pertencer ao mesmo balaio ideológico destes partidos de esquerda.
Estes internautas ignoram a realpolitik. Desprezam o fato de os partidos serem mais pragmáticos que ideológicos e que precisam formar alianças amplas para chegar ao poder e para governar. O PSB está com Geraldo Alckmin. Em Campinas, os tucanos abriram mão de candidatura própria para prefeitura e vão apoiar o candidato Jonas Donizette, do PSB, em troca o PSB marchará com Alckmin nas eleições deste ano e nas de 2014. O apoio do PSB é crucial, tendo em vista que o partido governa seis estados e tem uma das maiores bancadas do Congresso.
Caso José Serra feche com o PSB, terá mais tempo de televisão e deixará a campanha de Fernando Haddad mais fragilizada. O PC do B é um dos partidos mais ideológicos do país e, ainda assim, está próximo do governo de Gilberto Kassab, e é um dos sustentáculos do governo Dilma, seria um desprestígio político para a candidatura Haddad perder o apoio do partido comunista. Na coalizão formada por José Serra há espaço para partidos de centro-direita como DEM e PSD. Estancar a cizânia entre ambos é essencial para não perder o DEM para o PMDB. Quanto mais apoios mais musculatura a candidatura Serra terá para desbancar a vitória petista na capital.
Uma eventual vitória do PT na cidade de SP nas eleições deste ano fortaleceria o partido para a disputa ao governo de SP em 2014. Em 2014, se o PT conquistar a presidência da República e o governo do Estado de SP terá a hegemonia política necessária para instaurar um governo autoritário no país. Se Lula estiver saudável, melhor ainda para o PT. A vitória de Serra na capital é essencial para brecar a hegemonia política tão sonhada pelo PT. É isto que muitos direitistas puristas têm de entender.
Portanto, a tentativa do tucano de ampliar a chapa com partidos tanto de centro-direita quanto de centro-esquerda é correta.
Nesta segunda-feira, José Serra concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo e afirmou que pretende angariar o apoio do PC do B e do PSB.
Alguns internautas de direita ficaram revoltados porque consideram absurda uma aliança do tucano com partidos de esquerda. Por esta razão, concluem que José Serra não é digno de confiança por pertencer ao mesmo balaio ideológico destes partidos de esquerda.
Estes internautas ignoram a realpolitik. Desprezam o fato de os partidos serem mais pragmáticos que ideológicos e que precisam formar alianças amplas para chegar ao poder e para governar. O PSB está com Geraldo Alckmin. Em Campinas, os tucanos abriram mão de candidatura própria para prefeitura e vão apoiar o candidato Jonas Donizette, do PSB, em troca o PSB marchará com Alckmin nas eleições deste ano e nas de 2014. O apoio do PSB é crucial, tendo em vista que o partido governa seis estados e tem uma das maiores bancadas do Congresso.
Caso José Serra feche com o PSB, terá mais tempo de televisão e deixará a campanha de Fernando Haddad mais fragilizada. O PC do B é um dos partidos mais ideológicos do país e, ainda assim, está próximo do governo de Gilberto Kassab, e é um dos sustentáculos do governo Dilma, seria um desprestígio político para a candidatura Haddad perder o apoio do partido comunista. Na coalizão formada por José Serra há espaço para partidos de centro-direita como DEM e PSD. Estancar a cizânia entre ambos é essencial para não perder o DEM para o PMDB. Quanto mais apoios mais musculatura a candidatura Serra terá para desbancar a vitória petista na capital.
Uma eventual vitória do PT na cidade de SP nas eleições deste ano fortaleceria o partido para a disputa ao governo de SP em 2014. Em 2014, se o PT conquistar a presidência da República e o governo do Estado de SP terá a hegemonia política necessária para instaurar um governo autoritário no país. Se Lula estiver saudável, melhor ainda para o PT. A vitória de Serra na capital é essencial para brecar a hegemonia política tão sonhada pelo PT. É isto que muitos direitistas puristas têm de entender.
Portanto, a tentativa do tucano de ampliar a chapa com partidos tanto de centro-direita quanto de centro-esquerda é correta.
A crise viajou?
Dora Kramer
O raciocínio desenvolvido pela presidente Dilma Rousseff sobre os recentes conflitos com o Congresso, em sua entrevista à revista Veja, é institucionalmente irretocável."Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático. Você não pode ganhar todas (blablabla)....
Infeliz, porém, apresenta-se a realidade em que a teoria não rende homenagens à prática. Nos atos Dilma contradiz as próprias palavras quando deixa transparecer que em seu modo de operação a única possibilidade de expressão do Parlamento é dizer "sim" a tudo que emana do Palácio do Planalto. Ou, então, o que pensa a presidente não é o que dizem nem o que fazem seus Auxiliares.
Se o caso for de erro de tradução, as coisas podem muito bem se ajeitar. Começando por Dilma mandar que parem de usar expressões como "faca no pescoço", de dizer que ficou "irritada" com isso ou "furiosa" com aquilo e que não vai admitir ser contrariada em votações.
Mas, se a discrepância for entre o discurso eventual e a prática cotidiana da presidente, complica. A realidade é exatamente aquela descrita por ela na entrevista: a despeito da fragilidade do Legislativo - gerada por uma deformação de conduta, é verdade - o Executivo não pode se valer dela para sobressair-se junto à opinião pública nem para estabelecer uma conexão baseada na intimidação, na lógica da luta do bem contra o mal.
Entre outros motivos porque denota deliberada aposta no desequilíbrio entre os Poderes. E por mais que o grosso da opinião pública não entenda direito o significado disso, cabe ao governante evitar cair na tentação de jogar na confrontação entre políticos e sociedade.
A se exacerbarem os ânimos nessa direção, amanhã ou depois aparecem os pregadores da inutilidade do Congresso e, a depender de como esteja o clima, pode prosperar um ambiente que não interessa a ninguém. Nem aos atuais condôminos do poder.
A presidente Foi à Índia. Ficará ausente por uma semana. Nesse período haverá tempo para conferir se a ela se aplica a frase do então senador Fernando Henrique Cardoso quando José Sarney era presidente - "A crise viajou" - ou se a confusão toda decorre de uma enorme falha de comunicação.
O raciocínio desenvolvido pela presidente Dilma Rousseff sobre os recentes conflitos com o Congresso, em sua entrevista à revista Veja, é institucionalmente irretocável."Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático. Você não pode ganhar todas (blablabla)....
Infeliz, porém, apresenta-se a realidade em que a teoria não rende homenagens à prática. Nos atos Dilma contradiz as próprias palavras quando deixa transparecer que em seu modo de operação a única possibilidade de expressão do Parlamento é dizer "sim" a tudo que emana do Palácio do Planalto. Ou, então, o que pensa a presidente não é o que dizem nem o que fazem seus Auxiliares.
Se o caso for de erro de tradução, as coisas podem muito bem se ajeitar. Começando por Dilma mandar que parem de usar expressões como "faca no pescoço", de dizer que ficou "irritada" com isso ou "furiosa" com aquilo e que não vai admitir ser contrariada em votações.
Mas, se a discrepância for entre o discurso eventual e a prática cotidiana da presidente, complica. A realidade é exatamente aquela descrita por ela na entrevista: a despeito da fragilidade do Legislativo - gerada por uma deformação de conduta, é verdade - o Executivo não pode se valer dela para sobressair-se junto à opinião pública nem para estabelecer uma conexão baseada na intimidação, na lógica da luta do bem contra o mal.
Entre outros motivos porque denota deliberada aposta no desequilíbrio entre os Poderes. E por mais que o grosso da opinião pública não entenda direito o significado disso, cabe ao governante evitar cair na tentação de jogar na confrontação entre políticos e sociedade.
A se exacerbarem os ânimos nessa direção, amanhã ou depois aparecem os pregadores da inutilidade do Congresso e, a depender de como esteja o clima, pode prosperar um ambiente que não interessa a ninguém. Nem aos atuais condôminos do poder.
A presidente Foi à Índia. Ficará ausente por uma semana. Nesse período haverá tempo para conferir se a ela se aplica a frase do então senador Fernando Henrique Cardoso quando José Sarney era presidente - "A crise viajou" - ou se a confusão toda decorre de uma enorme falha de comunicação.
As prévias, o previsível e o imprevisto
O que ocorrer nas capitais de Minas e São Paulo deverá ser determinante para a sucessão de Dilma em 2014
Roney Maurício
Este fim de semana foi marcado por duas importantes e previsíveis decisões relativas às próximas eleições municipais. Em São Paulo o PSDB confirmou a candidatura de José Serra à prefeitura da capital, colocando fim ao autofágico processo que prometia fazer o partido perder a hegemonia municipal. Em Belo Horizonte, outra hegemonia - a massacrante de Aécio Neves -, prevaleceu até sobre os históricos opositores petistas, que pronunciaram um envergonhado amém aos planos do cardeal mineiro, reeditando a obtusa aliança PSDB-PT em torno de Márcio Lacerda.
Sem qualquer nostalgia da política de café com leite e da República Velha, o que ocorrer nas capitais de Minas e São Paulo deverá ser determinante para a sucessão de Dilma em 2014. Uma improvável derrota de Serra em Sampa o deixará, definitivamente, fora do jogo sucessório, talvez da vida pública. Sua vitória acrescentará a pitada de incerteza com a qual não contavam todos os demais concorrentes à Presidência, incluindo Lula e Aécio. O primeiro continuará sem a sua sonhada base em terras tucanas, obrigando-o, mais uma vez, a compensar o déficit em São Paulo com vitórias expressivas em outras regiões. O segundo verá seu principal adversário no PSDB recuperar parte de sua força e prestígio comprometidos pela derrota em 2010.
Em que medida a provável vitória de Serra poderá levá-lo de volta ao quadro eleitoral de 2014 dependerá, na minha opinião, do quanto ela conseguir expressar uma vitória da oposição ao chamado lulo-petismo. Caso limite seu alcance às paróquias paulistana e tucana pouco acrescentará, creio, ao quadro sucessório que já se vinha desenhando há tempos. A questão é saber se a mensagem e a proposta de Serra serão capazes de falar não só aos paulistanos, mas aos brasileiros. E em dois momentos distintos: na campanha propriamente dita e na execução do plano de governo. Quanto ao primeiro momento Serra parece atrasado, no mínimo. Sua candidatura ainda não representa sequer um esboço de oposição ao lulo-petismo: o vácuo de oposição ainda não foi preenchido. Serra deveria estar encabeçando um grande esforço, de caráter nacional e supra-partidário, em busca da vitória da oposição nas principais cidades brasileiras. E seu programa de governo (que poderia ser compartilhado com outras candidaturas oposicionistas em outras cidades) deveria conter aspectos do debate nacional, como o fracasso das políticas de educação e saúde e a opção desindustrializante. E sugestões de ações no âmbito municipal.
Só Serra poderá desempenhar esse papel, que não foi escrito para Aécio. Aliás, é marcante a diferença entre os dois: Aécio alia-se ao PT para dar continuidade ao seu projeto; Serra o combate. Aécio pretende ser uma opção de continuidade; Serra só pode ser de rompimento. Aécio significa que Dilma continuará sem oposição até 2014; Serra precisa assumir este papel!
Ninguém, em sã consciência, crê que Aécio e o seu candidato percam a eleição em BH. Mas imprevistos acontecem...
Roney Maurício é economista e mora em Belo Horizonte (MG)
Roney Maurício
Este fim de semana foi marcado por duas importantes e previsíveis decisões relativas às próximas eleições municipais. Em São Paulo o PSDB confirmou a candidatura de José Serra à prefeitura da capital, colocando fim ao autofágico processo que prometia fazer o partido perder a hegemonia municipal. Em Belo Horizonte, outra hegemonia - a massacrante de Aécio Neves -, prevaleceu até sobre os históricos opositores petistas, que pronunciaram um envergonhado amém aos planos do cardeal mineiro, reeditando a obtusa aliança PSDB-PT em torno de Márcio Lacerda.
Sem qualquer nostalgia da política de café com leite e da República Velha, o que ocorrer nas capitais de Minas e São Paulo deverá ser determinante para a sucessão de Dilma em 2014. Uma improvável derrota de Serra em Sampa o deixará, definitivamente, fora do jogo sucessório, talvez da vida pública. Sua vitória acrescentará a pitada de incerteza com a qual não contavam todos os demais concorrentes à Presidência, incluindo Lula e Aécio. O primeiro continuará sem a sua sonhada base em terras tucanas, obrigando-o, mais uma vez, a compensar o déficit em São Paulo com vitórias expressivas em outras regiões. O segundo verá seu principal adversário no PSDB recuperar parte de sua força e prestígio comprometidos pela derrota em 2010.
Em que medida a provável vitória de Serra poderá levá-lo de volta ao quadro eleitoral de 2014 dependerá, na minha opinião, do quanto ela conseguir expressar uma vitória da oposição ao chamado lulo-petismo. Caso limite seu alcance às paróquias paulistana e tucana pouco acrescentará, creio, ao quadro sucessório que já se vinha desenhando há tempos. A questão é saber se a mensagem e a proposta de Serra serão capazes de falar não só aos paulistanos, mas aos brasileiros. E em dois momentos distintos: na campanha propriamente dita e na execução do plano de governo. Quanto ao primeiro momento Serra parece atrasado, no mínimo. Sua candidatura ainda não representa sequer um esboço de oposição ao lulo-petismo: o vácuo de oposição ainda não foi preenchido. Serra deveria estar encabeçando um grande esforço, de caráter nacional e supra-partidário, em busca da vitória da oposição nas principais cidades brasileiras. E seu programa de governo (que poderia ser compartilhado com outras candidaturas oposicionistas em outras cidades) deveria conter aspectos do debate nacional, como o fracasso das políticas de educação e saúde e a opção desindustrializante. E sugestões de ações no âmbito municipal.
Só Serra poderá desempenhar esse papel, que não foi escrito para Aécio. Aliás, é marcante a diferença entre os dois: Aécio alia-se ao PT para dar continuidade ao seu projeto; Serra o combate. Aécio pretende ser uma opção de continuidade; Serra só pode ser de rompimento. Aécio significa que Dilma continuará sem oposição até 2014; Serra precisa assumir este papel!
Ninguém, em sã consciência, crê que Aécio e o seu candidato percam a eleição em BH. Mas imprevistos acontecem...
Roney Maurício é economista e mora em Belo Horizonte (MG)
DILMA, ACORDA!
Ossami Sakamori
Para quem leu minhas matérias anteriores, sobre SELIC, câmbio, em sinal de alerta, desindustrialização, custo Brasil e tantas outras, vai entender o que estou a querer dizer.
Ontem, ouvi notícia de que Mantega vai manter isenção de IPI sobre linha branca por mais 90 dias, ou seja, até o fim de junho. E até lá, creio, vai prorrogar por mais 90 dias, por conta das eleições.
Dilma, tenha dó do povo! Essa campanha vem desde 2009! O povo já comprou o segundo fogão e segunda geladeira! Dizer que é para manter economia aquecida... Só tenho que dar risada... Preciso comentar?
Antes de ontem, foi a notícia alvissareira de desoneração de encargos da folha de pagamento, substituindo o recolhimento dos 20% patronal sobre folha, por 1,5% sobre faturamento.
Ô Mantega, você acha que os empresários são burros? Foi apenas substituição de contribuições. Seis por meia dúzia! Ou melhor, teve setor que o 1,5% sobre o faturamento ficou maior do que os 20% sobre folha... Só tenho que rir... Preciso comentar?
(...)
Com o dólar no patamar de R$1,80, acrescido a este o problema de guerra fiscal entre os estados, está havendo invasão de importados como nunca dantes vistos. Desde vestuário à máquinas e equipamentos industriais.
Nem é preciso dizer que isto causa a desindustrialização das nossas, que já são poucas.
Estamos, literalmente, agregando valores nos países de origem dos produtos... Preciso desenhar?
Outra constatação interessante. Cadê as vozes da antes poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo? Levou pito da Dilma no Palácio do Planalto na semana passada e não dá declaração nenhuma?
Antes tinha vozes como do Antonio Erminio, do Gerdau, do Mindlin. Hoje, restou alguns bons nomes, mas todos beneficários da transferência de renda ao inverso, dos pobres para os ricos, portanto eles se calam.
Agora, quem vai na rua contestar sobre desindustrialização é a CUT. Quem diria... A CUT defendendo a indústria nacional. Os tempos são outros. Inverteram os papeis.
Dilma, por favor, acorde para a situação presente do país. Não adianta conquistar popularidade à custa de entregar o país aos estrangeiros. O momento é grave. Nem tenho muita simpatia por V.Excia. mas gostaria que a Dilma fosse conhecida por salvar a pátria do que sair com a fama de ter vendido o Brasil para estrangeiros.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, cidadão comum.
Íntegra "imperdível" AQUI.
Para quem leu minhas matérias anteriores, sobre SELIC, câmbio, em sinal de alerta, desindustrialização, custo Brasil e tantas outras, vai entender o que estou a querer dizer.
Ontem, ouvi notícia de que Mantega vai manter isenção de IPI sobre linha branca por mais 90 dias, ou seja, até o fim de junho. E até lá, creio, vai prorrogar por mais 90 dias, por conta das eleições.
Dilma, tenha dó do povo! Essa campanha vem desde 2009! O povo já comprou o segundo fogão e segunda geladeira! Dizer que é para manter economia aquecida... Só tenho que dar risada... Preciso comentar?
Antes de ontem, foi a notícia alvissareira de desoneração de encargos da folha de pagamento, substituindo o recolhimento dos 20% patronal sobre folha, por 1,5% sobre faturamento.
Ô Mantega, você acha que os empresários são burros? Foi apenas substituição de contribuições. Seis por meia dúzia! Ou melhor, teve setor que o 1,5% sobre o faturamento ficou maior do que os 20% sobre folha... Só tenho que rir... Preciso comentar?
(...)
Com o dólar no patamar de R$1,80, acrescido a este o problema de guerra fiscal entre os estados, está havendo invasão de importados como nunca dantes vistos. Desde vestuário à máquinas e equipamentos industriais.
Nem é preciso dizer que isto causa a desindustrialização das nossas, que já são poucas.
Estamos, literalmente, agregando valores nos países de origem dos produtos... Preciso desenhar?
Outra constatação interessante. Cadê as vozes da antes poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo? Levou pito da Dilma no Palácio do Planalto na semana passada e não dá declaração nenhuma?
Antes tinha vozes como do Antonio Erminio, do Gerdau, do Mindlin. Hoje, restou alguns bons nomes, mas todos beneficários da transferência de renda ao inverso, dos pobres para os ricos, portanto eles se calam.
Agora, quem vai na rua contestar sobre desindustrialização é a CUT. Quem diria... A CUT defendendo a indústria nacional. Os tempos são outros. Inverteram os papeis.
Dilma, por favor, acorde para a situação presente do país. Não adianta conquistar popularidade à custa de entregar o país aos estrangeiros. O momento é grave. Nem tenho muita simpatia por V.Excia. mas gostaria que a Dilma fosse conhecida por salvar a pátria do que sair com a fama de ter vendido o Brasil para estrangeiros.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, cidadão comum.
Íntegra "imperdível" AQUI.
segunda-feira, 26 de março de 2012
GOVERNO DE CUBA "ESCONDE" OPOSITORES, DEVERIA SER DE VERGONHA
Cidadãos cubanos que fazem oposição ao governo foram presos antes da visita do Papa.
Pelo menos 150 dissidentes foram detidos nos últimos dias para impedir que protestem durante a visita do papa Bento XVI.
Além disso, "um número parecido foi proibido de sair de suas casas ou de assistir às missas ou recepções do papa nos lugares que ele percorrerá".
Pois o Papa Bento XVI cita presos em primeiro discurso em Cuba.
Confiram os comentários nas redes sociais se quiserem ter uma ideia do que pensa a respeito a militância doutrinada pelo Partido dos Trabalhadores e vejam se Reinaldo Azevedo não tem razão em sua ironia.
"O papa, como vocês sabem, não é de nada!
Bacana é a Maria do Rosário!
Fosse a nossa valente ministra a discursar em Cuba, ela atacaria o embargo americano.
O papa, como vocês sabem, não é de nada.
Bacana é Lula.
Fosse ele a discursar, compararia os presos políticos a bandidos brasileiros.
O papa, como vocês sabem, não é de nada.
Bacana é Dilma. Fosse ela a discursar, diria que, em matéria de direitos humanos, ninguém tem lições a dar a Cuba — afinal, grave mesmo é haver terroristas presos em Guantánamo…"
PERSEGUIÇÃO HISTÓRICA ABOMINÁVEL
Todas as vezes que leio algo sobre as relações de autoridades e lideranças brasileiras com outros países fico preocupada com a possibilidade de um confronto armado, não só pela tragédia em si, mas pela escolha de qual lado os convocados, ou seja, nossos filhos, iriam defender e contra quem teriam que combater.
Dois delinquentes foram presos por manter um site que prega, abertamente, a violência contra negros, gays, mulheres, meninas, judeus, cristãos, esquerdistas etc. Trata-se de uma festival de horrores e boçalidades.
É evidente que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, que se sobreponha a qualquer outro valor.
Se dois meliantes merecem estar na cadeia, e acho que merecem, por terem escrito o que escreveram, que punição cabe a um PARTIDO POLÍTICO que prega abertamente a extinção de um país?
É o que faz o PSTU.
(...)
É uma vergonha que um texto como aquele esteja no ar. Se, a partir de agora, o Ministério Público nada fizer, se a Polícia Federal deixar por isso mesmo, se os demais partidos não reagirem, estarão sendo cúmplice de uma violação da Constituição, da Lei dos Partidos (9.096/95) e da lei que pune o racismo.
Confiram AQUI.
Dois delinquentes foram presos por manter um site que prega, abertamente, a violência contra negros, gays, mulheres, meninas, judeus, cristãos, esquerdistas etc. Trata-se de uma festival de horrores e boçalidades.
É evidente que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, que se sobreponha a qualquer outro valor.
Se dois meliantes merecem estar na cadeia, e acho que merecem, por terem escrito o que escreveram, que punição cabe a um PARTIDO POLÍTICO que prega abertamente a extinção de um país?
É o que faz o PSTU.
(...)
É uma vergonha que um texto como aquele esteja no ar. Se, a partir de agora, o Ministério Público nada fizer, se a Polícia Federal deixar por isso mesmo, se os demais partidos não reagirem, estarão sendo cúmplice de uma violação da Constituição, da Lei dos Partidos (9.096/95) e da lei que pune o racismo.
Confiram AQUI.
QUEREM CASSAR OS DIREITOS POLÍTICOS DE SERRA
48 anos depois, há gente querendo cassar de novo os direitos políticos de Serra
Reinaldo Azevedo
O principal adversário do tucano José Serra na eleição para a Prefeitura de São Paulo não é o candidato do PT, do PMDB ou de outro partido qualquer.
Seu principal oponente é a cobertura política de boa parte da imprensa paulistana.
O viés de certo jornalismo que se quer isento já ultrapassa a fronteira do ridículo.
Nas prévias realizadas ontem, Serra obteve 52,1% dos votos — José Aníbal ficou com 31,2%, e Ricardo Trípoli, com 16,7%. Bastaria 33% mais um, certo? Ele superou, no entanto, a soma dos outros dois.
Leiam jornais de São Paulo, e vocês ficarão com a impressão de que Serra foi derrotado. E tal perspectiva, claro!, é atribuída a seus próprios “assessores”, que estariam esperando mais… A sorte de Serra é que existem os eleitores!
Ora, se a perspectiva fosse uma vitória com, sei lá, 70% ou 80% dos votos, então prévias para quê?
José Aníbal e Ricardo Trípoli só mantiveram suas respectivas postulações — Andrea Matarazzo e Bruno Covas desistiram como parte do entendimento político que juntou parcela do PSDB — porque, afinal, as prévias se mostraram um processo efetivo, que, de fato, mobilizou o partido.
O evento deveria, em si, independentemente de méritos e deméritos dos postulantes, estar sendo aplaudido.
Um observador que ignorasse como se andam a fazer salsichas no Brasil ficaria estupefato: “Esperem aí: esse cara obteve 52,1% dos votos, e estão dizendo que o resultado é ruim?” A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Quanto tempo vai demorar para que alguém lance suspeitas sobre a legitimidade de Dilma Rousseff?
Afinal, havia 124 milhões de eleitores no Brasil em 2010, e ela obteve “apenas” 55.752.529 — 44,9% dos votos. Entenderam?
Nada menos de 55,1% dos brasileiros habilitados a votar NÃO VOTARAM NELA.
Mas esse é o tipo de conta que não se faz com petista porque logo se lança a suspeita de que o analista é um golpista. Com um tucano, tudo bem! A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Talvez seja chegada a hora de os senhores editores e diretores de redação refletirem um tantinho se não estão passando da conta. Até quando a candidatura de Serra ficará refém do samba de uma nota só da renúncia à Prefeitura em 2006 — como se os próprios eleitores não tivessem se posicionado a respeito, inclusive os da cidade de São Paulo, ao elegê-lo governador?
Elegeram-no porque reprovaram a sua gestão?
Dos outros pré-candidatos não se cobram propostas, descumprimentos de promessas, passado, nada… Toda a severidade do chamado “jornalismo crítico” está reservada ao tucano. A sorte de Serra é que existem os eleitores.
O que mais esperam que diga? Por qual nova explicação anseiam? Em 2006, aconteceria uma de duas coisas: ou o PSDB lançava Serra candidato ao governo de São Paulo, ou Aloizio Mercadante, do PT, seria eleito.
O que, afinal de contas, esses setores do jornalismo censuram nos tucanos?
A “traição” de terem impedido a vitória de Mercadante?
Teria sido legítima se tivesse acontecido — apesar do dossiê dos aloprados… —, mas não aconteceu.
Qual foi o pecado do PSDB? Não ter escolhido a derrota?
A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Caso vença a eleição, não há no horizonte circunstância que force Serra a disputar um outro cargo em 2014. Esse jogo está jogado.
A insistência no tema, é indisfarçável, integra um trabalho que já não tem mais nada a ver com jornalismo: é militância política.
Não por acaso, a questão é hoje o único tema de que se ocupam o petista Fernando Haddad e o neopeemedebista Gabriel Chalita.
Ambos, aliás, podem fazer propostas escancaradamente anti-sociais — a exemplo do que disseram sobre a inspeção veicular —, e não se lê uma só linha de crítica, nada!
É que é preciso voltar a 2006, ao papel, ao esforço de criminalizar politicamente o que crime não é; à tentativa de condenar Serra por algo que a população aceitou.
A sorte de Serra é que existem os eleitores.
E é justamente porque os eleitores existem que se faz esse trabalho incansável: quem sabe eles mudem de ideia, não é?
Analistas ditos “isentos”, que fingem estar preocupados apenas com a “ciência política”, são ouvidos para falar sobre a política e pregam — sem citar nomes, claro! — o que chamam “renovação”.
Os renovadores, então, seriam Gabriel Chalita e Fernando Haddad.
Como ninguém aposta no taco do primeiro, trata-se de campanha eleitoral para o segundo — conta-se com o outro apenas como esbirro do projeto.
O homem da renovação é aquele que foi feito candidato porque o coronel Lula mandou.
Cada um escreva o que bem entender. Faço o mesmo.
Eu estou aqui apontando a existência de uma pauta direcionada, fanaticamente anti-Serra, que preserva os demais candidatos de qualquer abordagem crítica, que consegue transformar a vitória nas prévias eleitorais numa espécie de derrota.
Afinal, disputando com dois outros, ele obteve “apenas” 52,1% dos votos. Sabem como é… 47,9% não votaram nele, assim como 55,1% dos brasileiros NÃO VOTARAM EM DILMA!
Gilberto Dimenstein tinha todo o direito de tentar eleger Aloizio Mercadante, seu ex-cunhado, tio de seus filhos, em 2006. Aquela pequena ceninha que ele armou não precisava, no entanto, ter virado categoria de pensamento. Chegou a hora de a imprensa paulistana se ocupar dos problemas da cidade.
Serra já teve os direitos políticos cassados em 1964.
Nao será a democracia a cassá-los de novo!
Reinaldo Azevedo
O principal adversário do tucano José Serra na eleição para a Prefeitura de São Paulo não é o candidato do PT, do PMDB ou de outro partido qualquer.
Seu principal oponente é a cobertura política de boa parte da imprensa paulistana.
O viés de certo jornalismo que se quer isento já ultrapassa a fronteira do ridículo.
Nas prévias realizadas ontem, Serra obteve 52,1% dos votos — José Aníbal ficou com 31,2%, e Ricardo Trípoli, com 16,7%. Bastaria 33% mais um, certo? Ele superou, no entanto, a soma dos outros dois.
Leiam jornais de São Paulo, e vocês ficarão com a impressão de que Serra foi derrotado. E tal perspectiva, claro!, é atribuída a seus próprios “assessores”, que estariam esperando mais… A sorte de Serra é que existem os eleitores!
Ora, se a perspectiva fosse uma vitória com, sei lá, 70% ou 80% dos votos, então prévias para quê?
José Aníbal e Ricardo Trípoli só mantiveram suas respectivas postulações — Andrea Matarazzo e Bruno Covas desistiram como parte do entendimento político que juntou parcela do PSDB — porque, afinal, as prévias se mostraram um processo efetivo, que, de fato, mobilizou o partido.
O evento deveria, em si, independentemente de méritos e deméritos dos postulantes, estar sendo aplaudido.
Um observador que ignorasse como se andam a fazer salsichas no Brasil ficaria estupefato: “Esperem aí: esse cara obteve 52,1% dos votos, e estão dizendo que o resultado é ruim?” A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Quanto tempo vai demorar para que alguém lance suspeitas sobre a legitimidade de Dilma Rousseff?
Afinal, havia 124 milhões de eleitores no Brasil em 2010, e ela obteve “apenas” 55.752.529 — 44,9% dos votos. Entenderam?
Nada menos de 55,1% dos brasileiros habilitados a votar NÃO VOTARAM NELA.
Mas esse é o tipo de conta que não se faz com petista porque logo se lança a suspeita de que o analista é um golpista. Com um tucano, tudo bem! A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Talvez seja chegada a hora de os senhores editores e diretores de redação refletirem um tantinho se não estão passando da conta. Até quando a candidatura de Serra ficará refém do samba de uma nota só da renúncia à Prefeitura em 2006 — como se os próprios eleitores não tivessem se posicionado a respeito, inclusive os da cidade de São Paulo, ao elegê-lo governador?
Elegeram-no porque reprovaram a sua gestão?
Dos outros pré-candidatos não se cobram propostas, descumprimentos de promessas, passado, nada… Toda a severidade do chamado “jornalismo crítico” está reservada ao tucano. A sorte de Serra é que existem os eleitores.
O que mais esperam que diga? Por qual nova explicação anseiam? Em 2006, aconteceria uma de duas coisas: ou o PSDB lançava Serra candidato ao governo de São Paulo, ou Aloizio Mercadante, do PT, seria eleito.
O que, afinal de contas, esses setores do jornalismo censuram nos tucanos?
A “traição” de terem impedido a vitória de Mercadante?
Teria sido legítima se tivesse acontecido — apesar do dossiê dos aloprados… —, mas não aconteceu.
Qual foi o pecado do PSDB? Não ter escolhido a derrota?
A sorte de Serra é que existem os eleitores.
Caso vença a eleição, não há no horizonte circunstância que force Serra a disputar um outro cargo em 2014. Esse jogo está jogado.
A insistência no tema, é indisfarçável, integra um trabalho que já não tem mais nada a ver com jornalismo: é militância política.
Não por acaso, a questão é hoje o único tema de que se ocupam o petista Fernando Haddad e o neopeemedebista Gabriel Chalita.
Ambos, aliás, podem fazer propostas escancaradamente anti-sociais — a exemplo do que disseram sobre a inspeção veicular —, e não se lê uma só linha de crítica, nada!
É que é preciso voltar a 2006, ao papel, ao esforço de criminalizar politicamente o que crime não é; à tentativa de condenar Serra por algo que a população aceitou.
A sorte de Serra é que existem os eleitores.
E é justamente porque os eleitores existem que se faz esse trabalho incansável: quem sabe eles mudem de ideia, não é?
Analistas ditos “isentos”, que fingem estar preocupados apenas com a “ciência política”, são ouvidos para falar sobre a política e pregam — sem citar nomes, claro! — o que chamam “renovação”.
Os renovadores, então, seriam Gabriel Chalita e Fernando Haddad.
Como ninguém aposta no taco do primeiro, trata-se de campanha eleitoral para o segundo — conta-se com o outro apenas como esbirro do projeto.
O homem da renovação é aquele que foi feito candidato porque o coronel Lula mandou.
Cada um escreva o que bem entender. Faço o mesmo.
Eu estou aqui apontando a existência de uma pauta direcionada, fanaticamente anti-Serra, que preserva os demais candidatos de qualquer abordagem crítica, que consegue transformar a vitória nas prévias eleitorais numa espécie de derrota.
Afinal, disputando com dois outros, ele obteve “apenas” 52,1% dos votos. Sabem como é… 47,9% não votaram nele, assim como 55,1% dos brasileiros NÃO VOTARAM EM DILMA!
Gilberto Dimenstein tinha todo o direito de tentar eleger Aloizio Mercadante, seu ex-cunhado, tio de seus filhos, em 2006. Aquela pequena ceninha que ele armou não precisava, no entanto, ter virado categoria de pensamento. Chegou a hora de a imprensa paulistana se ocupar dos problemas da cidade.
Serra já teve os direitos políticos cassados em 1964.
Nao será a democracia a cassá-los de novo!
Comissão de Ética decide aprofundar investigações contra Pimentel
MÁRCIO FALCÃO, na Folha
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu nesta segunda-feira (26) aprofundar as investigações e encaminhar um pedido de informações ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) sobre consultorias realizadas entre os anos de 2009 e 2010.
A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência, o que o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.
A maioria da comissão acatou parecer do relator, Fábio Coutinho. O voto decisivo foi do presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence, que desempatou, votando duas vezes. O parecer sustenta que em casos excepcionais a comissão pode avaliar a conduta do agente público por fato anterior ao exercício do cargo.
"Sem fazer nenhum juízo de mérito por ora sobre as acusações correntes ao ministro do desenvolvimento, resolvemos dar-lhe a oportunidade de se manifestar para que então possamos ajuizar se existe essa situação excepcional em que se justificaria a abertura de um processo ética, embora os fatos veiculados sejam todos eles anteriores a sua posse no ministério", disse Pertence.
Pimentel terá um prazo de dez dias para se manifestar à comissão.
(...)
A investigação de Pimentel na Comissão de Ética foi motivada por pedido do PSDB.
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu nesta segunda-feira (26) aprofundar as investigações e encaminhar um pedido de informações ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) sobre consultorias realizadas entre os anos de 2009 e 2010.
A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência, o que o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.
A maioria da comissão acatou parecer do relator, Fábio Coutinho. O voto decisivo foi do presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence, que desempatou, votando duas vezes. O parecer sustenta que em casos excepcionais a comissão pode avaliar a conduta do agente público por fato anterior ao exercício do cargo.
"Sem fazer nenhum juízo de mérito por ora sobre as acusações correntes ao ministro do desenvolvimento, resolvemos dar-lhe a oportunidade de se manifestar para que então possamos ajuizar se existe essa situação excepcional em que se justificaria a abertura de um processo ética, embora os fatos veiculados sejam todos eles anteriores a sua posse no ministério", disse Pertence.
Pimentel terá um prazo de dez dias para se manifestar à comissão.
(...)
A investigação de Pimentel na Comissão de Ética foi motivada por pedido do PSDB.
QUEM MANDA NO BRASIL?
"Quem manda no Brasil: Blatter ou Dilma?", pergunta leitor
LEITOR VALDIR OLIVEIRA
DE SÃO PAULO (SP)
Painel do Leitor da Folha
Com a possibilidade de liberação de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e com o grande esforço para a diminuição da violência no futebol, pergunto: afinal de contas, quem manda no Brasil: Joseph Blatter, presidente da Fifa, ou Dilma Rousseff, presidente da República?
Ora, quem está ganhando com essa história da liberação de bebidas alcoólicas?
LEITOR VALDIR OLIVEIRA
DE SÃO PAULO (SP)
Painel do Leitor da Folha
Com a possibilidade de liberação de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e com o grande esforço para a diminuição da violência no futebol, pergunto: afinal de contas, quem manda no Brasil: Joseph Blatter, presidente da Fifa, ou Dilma Rousseff, presidente da República?
Ora, quem está ganhando com essa história da liberação de bebidas alcoólicas?
O CANDIDATO QUE CONHECE A CIDADE
Em entrevista, Serra afirma que a população de São Paulo compreendeu sua decisão de deixar a prefeitura em 2006 -apesar de ter assinado termo em sabatina da Folha, em 2004, dizendo que cumpriria todo o mandato.
"Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes [2006 e 2010] e não tiveram êxito", afirma Serra.
Diz, ainda, encarar essa eleição como uma missão.
"E como diz o filme, missão dada é missão cumprida."
Leia abaixo trechos da entrevista concedida (para a Folha de São Paulo) por e-mail na sexta-feira e no sábado.
Abandono da prefeitura
Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes e não tiveram êxito.
Agora seguem com a pauta pela terceira vez.
A votação que eu tive na cidade como candidato a governador em 2006, superior à que tive como prefeito no primeiro turno, indica que a população compreendeu a minha decisão.
Em 2010, ganhei em São Paulo nos dois turnos.
Se quiserem explorar o assunto de novo, que explorem.
O eleitorado de São Paulo não se deixa enganar.
Legado
Há uma lista telefônica de boas iniciativas.
Algumas começaram comigo e continuaram com Gilberto Kassab.
Houve avanços em áreas como saúde, urbanização de favelas, metrô e ambiente.
O PT tinha as famigeradas escolas de lata.
Acabamos com elas. Eu comecei, Kassab terminou.
Transporte
O PT fez corredores às pressas no último ano de prefeitura para usar como propaganda na campanha.
Quando assumi, tinha corredor com defeito ou incompleto.
E tinha corredor que nem corredor era, cheio de cruzamentos e sem área de ultrapassagem.
Vamos colocar as coisas em seus termos.
A cidade tem que ter mais metrô e com mais frequência para reduzir a superlotação.
Tem que fazer corredores corretamente.
E precisa redesenhar todo o sistema, pois em muitos corredores, como o de Santo Amaro, há horários em que tem tanto ônibus que se forma uma fila imóvel.
Não há solução fácil.
Cracolândia
Esse é um problema nacional que começa com o controle de fronteiras, pois o Brasil não planta coca.
O governo federal, que tira muito dinheiro da cidade e devolve pouco, tem de aportar recursos.
Vou colocar toda a minha energia para juntar a prefeitura, o Alckmin e a Dilma para oferecer condições de o dependente se tratar.
Erros
Só não erra quem não faz. Mas tenho certeza de que quando errei, errei de boa-fé, querendo acertar.
Deixa os adversários apontarem o que eles acham que foram meus erros. É o que eles farão, não é?
'Missão cumprida'
Sou intenso em tudo o que faço. Minha trajetória é reflexo disso.
Tenho orgulho em ter servido meu país, meu Estado e a cidade onde nasci nos cargos pelos quais passei.
Fazer a melhor gestão da minha vida e a melhor que São Paulo já teve é uma missão.
E, pra mim, como diz o filme, "missão dada é missão cumprida".
"Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes [2006 e 2010] e não tiveram êxito", afirma Serra.
Diz, ainda, encarar essa eleição como uma missão.
"E como diz o filme, missão dada é missão cumprida."
Leia abaixo trechos da entrevista concedida (para a Folha de São Paulo) por e-mail na sexta-feira e no sábado.
Abandono da prefeitura
Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes e não tiveram êxito.
Agora seguem com a pauta pela terceira vez.
A votação que eu tive na cidade como candidato a governador em 2006, superior à que tive como prefeito no primeiro turno, indica que a população compreendeu a minha decisão.
Em 2010, ganhei em São Paulo nos dois turnos.
Se quiserem explorar o assunto de novo, que explorem.
O eleitorado de São Paulo não se deixa enganar.
Legado
Há uma lista telefônica de boas iniciativas.
Algumas começaram comigo e continuaram com Gilberto Kassab.
Houve avanços em áreas como saúde, urbanização de favelas, metrô e ambiente.
O PT tinha as famigeradas escolas de lata.
Acabamos com elas. Eu comecei, Kassab terminou.
Transporte
O PT fez corredores às pressas no último ano de prefeitura para usar como propaganda na campanha.
Quando assumi, tinha corredor com defeito ou incompleto.
E tinha corredor que nem corredor era, cheio de cruzamentos e sem área de ultrapassagem.
Vamos colocar as coisas em seus termos.
A cidade tem que ter mais metrô e com mais frequência para reduzir a superlotação.
Tem que fazer corredores corretamente.
E precisa redesenhar todo o sistema, pois em muitos corredores, como o de Santo Amaro, há horários em que tem tanto ônibus que se forma uma fila imóvel.
Não há solução fácil.
Cracolândia
Esse é um problema nacional que começa com o controle de fronteiras, pois o Brasil não planta coca.
O governo federal, que tira muito dinheiro da cidade e devolve pouco, tem de aportar recursos.
Vou colocar toda a minha energia para juntar a prefeitura, o Alckmin e a Dilma para oferecer condições de o dependente se tratar.
Erros
Só não erra quem não faz. Mas tenho certeza de que quando errei, errei de boa-fé, querendo acertar.
Deixa os adversários apontarem o que eles acham que foram meus erros. É o que eles farão, não é?
'Missão cumprida'
Sou intenso em tudo o que faço. Minha trajetória é reflexo disso.
Tenho orgulho em ter servido meu país, meu Estado e a cidade onde nasci nos cargos pelos quais passei.
Fazer a melhor gestão da minha vida e a melhor que São Paulo já teve é uma missão.
E, pra mim, como diz o filme, "missão dada é missão cumprida".
domingo, 25 de março de 2012
VITÓRIA DA CIDADANIA - PRÓXIMO PASSO, VENCER A IDOLATRIA
Fernando Haddad é candidato com um único voto, o mesmo aconteceu com Dilma, ambos contrariavam a vontade do partido, mas o "dono" ordena e a militância obedece.
Estão errados ao se unirem e, com isso, ter força suficiente para vencer eleições?
De jeito nenhum, medíocre é a militância que trabalha nos bastidores, muitas vezes na cara dura, pela derrota do candidato de seu próprio partido.
Isso é frequente nos partidos que fazem oposição ao PT, mesmo assim, o PSDB dá uma aula de democracia e apreço à liberdade, não só pelas prévias, mas pela busca de consenso sem que haja um "ser supremo" dirigindo a vontade de todos.
Favorito na disputa interna do PSDB, o ex-governador José Serra venceu neste domingo as prévias do partido para a escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo.
Os demais candidatos já preparam a artilharia contra o tucano e é óbvio que interessa levar a briga para o segundo turno, quando todos se unirão para derrotar José Serra.
O que o Brasil precisa senão de um líder realizador, conhecedor das necessidades da população e duramente perseguido pelos coronéis da política ultrapassada, por aloprados, mensaleiros e corruptos em geral e pelos poderosos do mercado financeiro que sabem muito bem, desde a eleição de 2002, que José Serra é o único capaz e disposto a enfrentar as "antigas práticas" que se potencializaram na última década?
O governo petista, com Lula, Zé Dirceu e Dilma como gerentona, ressuscitou e reconduziu ao poder figuras como Sarney e Collor, agora querem fazer o povo de idiota e vender a imagem de Dilma como alguém que quer “mudança de paradigma”?
É muita cara de pau enaltecer quem foi obrigada a demitir ministros escolhidos a dedo, mas que tiveram seus crimes denunciados na imprensa e não resistiram à pressão da opinião pública. Nem consigo ler esses textos, é um verdadeiro deboche à inteligência do brasileiro.
Os institutos de pesquisas também fazem parte desse time e já "tem gente" querendo calar José Serra.
Espero que o candidato tucano não cometa o mesmo equívoco de 2010, quando fez uma campanha fraquíssima acreditando na popularidade do EX que não conseguiu conquistar o voto de OITENTA MILHÕES de eleitores para sua candidata, pois 44 milhões votaram em Serra e 36 milhões não votaram (anularam ou viajaram).
Se o brasileiro não se empolgou com a campanha tucana, se muitos são facilmente seduzidos pela propaganda mentirosa, se tem eleitores que caem na onda que favorece ao PT e decidem anular o voto (petista jamais faria isso, o voto deles é garantido), que seja assim e não reclamem, mas que ao menos os paulistanos tenham juízo e não permitam que mais um incompetente assuma o poder, afinal, São Paulo é um dos últimos redutos da decência na política.
Em 1º discurso após prévias, Serra sobe tom e convoca militância para enfrentar PT
Mário Rossit
Do Mais UOL, em São Paulo
Em seu primeiro discurso após o anúncio da vitória nas prévias tucanas, José Serra, agora candidato a prefeito da capital paulista, subiu o tom contra o PT e convocou a militância do PSDB a enfrentar seus adversários.
“Eles [o PT] se especializam na gritaria, na conversa mole, na cooptação, no uso da máquina pública para interesses privados. Nós nos especializamos no entendimento e atendimento do interesse público”, afirmou Serra.
(...)
“Temos que trabalhar muito na internet, porque o PSDB é muito pouco organizado nesse trabalho; temos que trabalhar também na televisão; mas, o mais importante, temos que trabalhar no boca-a-boca, dizer a todos que a nossa forma de governar não é a mesma dos nossos adversários”, afirmou o ex-governador.
Até então, Serra havia evitado ataques diretos ao PT, embora tenha feito críticas indireta a Fernando Haddad, candidato petista no pleito paulistano, ao criticar a política educacional do governo federal e citar as falhas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) –Haddad era ministro da Educação.
Mais AQUI.
Do Mais UOL, em São Paulo
Em seu primeiro discurso após o anúncio da vitória nas prévias tucanas, José Serra, agora candidato a prefeito da capital paulista, subiu o tom contra o PT e convocou a militância do PSDB a enfrentar seus adversários.
“Eles [o PT] se especializam na gritaria, na conversa mole, na cooptação, no uso da máquina pública para interesses privados. Nós nos especializamos no entendimento e atendimento do interesse público”, afirmou Serra.
(...)
“Temos que trabalhar muito na internet, porque o PSDB é muito pouco organizado nesse trabalho; temos que trabalhar também na televisão; mas, o mais importante, temos que trabalhar no boca-a-boca, dizer a todos que a nossa forma de governar não é a mesma dos nossos adversários”, afirmou o ex-governador.
Até então, Serra havia evitado ataques diretos ao PT, embora tenha feito críticas indireta a Fernando Haddad, candidato petista no pleito paulistano, ao criticar a política educacional do governo federal e citar as falhas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) –Haddad era ministro da Educação.
Mais AQUI.
BOLSA ELITE X BOLSA FAMÍLIA
Bolsa Empresa x Bolsa Família
CoroneLeaks
O governo petista, nos últimos seis anos, distribuiu R$ 97,8 bilhões em subsídios a empresas. Destinados, principalmente, para meia dúzia de grandes grupos.
Já o BNDES, nos últimos três anos, deu para esta mesma categoria privilegiada empréstimos da ordem de R$ 149,5 bilhões. Salvou bancos quebrados. Pagou a conta de empresas doentes como a Sadia. Garantiu o pasto das boiadas da JBS.
Apenas em subsídios e empréstimos chegamos à extraordinária soma de quase R$ 250 bilhões para a Bolsa Empresa, muito mais do que os investimentos realizados.
Já para a Bolsa Família, durante os oito anos de sua existência, completados em novembro passado, o governo do PT destinou R$ 76 bilhões.
Para os pobres, menos de um terço do que para os ricos.
Na semana que passou, Dilma recebeu os mesmos beneficiados de sempre, um grupo de empresários que nadam em dinheiro público como cartéis, bancos e empreiteiras, pedindo mais investimentos, pedindo que o empresário fosse tomado de "espírito animal". Novos subsídios serão concedidos na sua volta da Índia. Para os mesmos.
A Bolsa Empresa é uma estratégia tão esperta quanto a Bolsa Família.
A curto prazo, tem lá as suas vantagens eleitorais. No entanto, a indústria está dando sinais de fadiga e as obras do petismo não aparecem.
Nada do que é anunciado com pompa e circunstância se concretiza. Trem-bala, Ferrovia Norte-Sul, transposição do São Francisco, o primeiro navio que encalhou depois de ser entregue, aeroportos, portos, o que deveriam ser obras são meras ficções mercadológicas.
Quase 30.000 escolas rurais fecharam nos últimos seis anos.
Nenhuma creche das 6.000 prometidas foram construídas.
As obras da Copa capengam.
Os dois únicos setores que seguram a economia são a agropecuária e a mineração.
O primeiro está ameaçado pela burrice do governo federal em não aprovar o Código Florestal. O segundo por novos impostos criados pelos estados.
Como diz J.R.Guzzo em seu artigo semanal para a Veja, "nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido". Mas a Bolsa Empresa e a Bolsa Família vão mantendo as ilusões.
...................................
(Para completar o raciocínio, não podemos esquecer a Bolsa-Banqueiro. O governo brasileiro pagou, somente em 2011, o equivalente a R$ 216,82 bilhões em juros da dívida pública, sem contar outros tantos bilhões que os especuladores faturam aplicando dinheiro no Brasil, fartando-se com as taxas de juros mais elevadas do mundo. Acompanhem o "JURÔMETRO", com os números de 2012. Às 22 horas, do dia 25 de março, já gastamos mais de 50 BILHÕES somente pagando juros.)
CoroneLeaks
O governo petista, nos últimos seis anos, distribuiu R$ 97,8 bilhões em subsídios a empresas. Destinados, principalmente, para meia dúzia de grandes grupos.
Já o BNDES, nos últimos três anos, deu para esta mesma categoria privilegiada empréstimos da ordem de R$ 149,5 bilhões. Salvou bancos quebrados. Pagou a conta de empresas doentes como a Sadia. Garantiu o pasto das boiadas da JBS.
Apenas em subsídios e empréstimos chegamos à extraordinária soma de quase R$ 250 bilhões para a Bolsa Empresa, muito mais do que os investimentos realizados.
Já para a Bolsa Família, durante os oito anos de sua existência, completados em novembro passado, o governo do PT destinou R$ 76 bilhões.
Para os pobres, menos de um terço do que para os ricos.
Na semana que passou, Dilma recebeu os mesmos beneficiados de sempre, um grupo de empresários que nadam em dinheiro público como cartéis, bancos e empreiteiras, pedindo mais investimentos, pedindo que o empresário fosse tomado de "espírito animal". Novos subsídios serão concedidos na sua volta da Índia. Para os mesmos.
A Bolsa Empresa é uma estratégia tão esperta quanto a Bolsa Família.
A curto prazo, tem lá as suas vantagens eleitorais. No entanto, a indústria está dando sinais de fadiga e as obras do petismo não aparecem.
Nada do que é anunciado com pompa e circunstância se concretiza. Trem-bala, Ferrovia Norte-Sul, transposição do São Francisco, o primeiro navio que encalhou depois de ser entregue, aeroportos, portos, o que deveriam ser obras são meras ficções mercadológicas.
Quase 30.000 escolas rurais fecharam nos últimos seis anos.
Nenhuma creche das 6.000 prometidas foram construídas.
As obras da Copa capengam.
Os dois únicos setores que seguram a economia são a agropecuária e a mineração.
O primeiro está ameaçado pela burrice do governo federal em não aprovar o Código Florestal. O segundo por novos impostos criados pelos estados.
Como diz J.R.Guzzo em seu artigo semanal para a Veja, "nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido". Mas a Bolsa Empresa e a Bolsa Família vão mantendo as ilusões.
...................................
(Para completar o raciocínio, não podemos esquecer a Bolsa-Banqueiro. O governo brasileiro pagou, somente em 2011, o equivalente a R$ 216,82 bilhões em juros da dívida pública, sem contar outros tantos bilhões que os especuladores faturam aplicando dinheiro no Brasil, fartando-se com as taxas de juros mais elevadas do mundo. Acompanhem o "JURÔMETRO", com os números de 2012. Às 22 horas, do dia 25 de março, já gastamos mais de 50 BILHÕES somente pagando juros.)
OPOSIÇÃO, ALIADOS, QUEM É O PRÓXIMO DA FILA?
Corte de verba na Esplanada atinge aliados e poupa o PT
Folha
O endurecimento do controle de gastos na administração de Dilma Rousseff pesa mais sobre os ministérios entregues aos sócios minoritários da coalizão governista, o que ajuda a explicar a crise na base de sustentação parlamentar do Planalto, informa reportagem de Gustavo Patu, publicada na Folha deste sábado.
Uma análise do recente bloqueio de R$ 55 bilhões em despesas previstas no Orçamento deste ano mostra que as dez pastas entregues a PMDB, PSB, PR, PP, PDT, PC do B e PRB perderam quase um quarto das verbas de livre aplicação --exatos 23,9%.
Dono da segunda maior bancada do Congresso, o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, teve corte de nada menos que a metade das verbas disponíveis em seus quatro ministérios.
Já nas 14 pastas ocupadas pelo PT ou por indicações diretas de Dilma, o impacto dos cortes ficou em apenas um décimo dos recursos destinados a compras e investimentos --o levantamento não considera gastos obrigatórios, como o pagamento de salários e aposentadorias.
Folha
O endurecimento do controle de gastos na administração de Dilma Rousseff pesa mais sobre os ministérios entregues aos sócios minoritários da coalizão governista, o que ajuda a explicar a crise na base de sustentação parlamentar do Planalto, informa reportagem de Gustavo Patu, publicada na Folha deste sábado.
Uma análise do recente bloqueio de R$ 55 bilhões em despesas previstas no Orçamento deste ano mostra que as dez pastas entregues a PMDB, PSB, PR, PP, PDT, PC do B e PRB perderam quase um quarto das verbas de livre aplicação --exatos 23,9%.
Dono da segunda maior bancada do Congresso, o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, teve corte de nada menos que a metade das verbas disponíveis em seus quatro ministérios.
Já nas 14 pastas ocupadas pelo PT ou por indicações diretas de Dilma, o impacto dos cortes ficou em apenas um décimo dos recursos destinados a compras e investimentos --o levantamento não considera gastos obrigatórios, como o pagamento de salários e aposentadorias.
Dilma repete Lula e beneficia prefeitos do PT com verbas
Folha
Nos seus primeiros 15 meses, o governo Dilma Rousseff repetiu o modelo adotado pelo ex-presidente Lula e privilegiou prefeituras do PT na partilha de recursos federais, com destaque para São Bernardo do Campo, berço político do antecessor, informa reportagem de Silvio Navarro e Mariana Carneiro, publicada na Folha deste domingo.
Levantamento feito nas 81 maiores cidades do país (mais de 200 mil eleitores) mostra que das 10 que mais receberam recursos de Dilma desde janeiro de 2011, seis são governadas pelo PT. Outras quatro são chefiadas por aliados (PMDB, PP e PDT).
Cidade onde mora o ex-presidente, São Bernardo desponta no ranking. Desde janeiro do ano passado, foram transferidos R$ 52,4 milhões, o equivalente a R$ 93 por eleitor.
José Serra: ‘No nosso partido não tem dedaço'
Bruno Boghossian - Estadão
SÃO PAULO - José Serra afirma que a democracia interna pode ocorrer com ou sem prévia, mas que no PSDB não há "dedaço".
O sr. acredita que a prévia zelou pela democracia interna?
Um partido pode ter democracia interna com ou sem prévias. No PSDB, nunca ninguém deu um golpe de Estado ou baixou alguma autoridade suprema para dizer quem seria "o" candidato. No nosso partido, não há dedaço. Sempre foi um processo negociado, com democracia interna. Realizar prévias é uma das formas do exercício democrático. Dois pré-candidatos desistiram (Covas e Mattarazzo)porque consideraram que a minha postulação satisfazia suas proposições.
O governador Geraldo Alckmin teve papel isento no processo?
Foi e é isento como governador.
É importante receber o apoio do prefeito Gilberto Kassab?
É importante e estou satisfeito com isso. Aliás, pelo visto, o PT também achava importante. Tanto é que tentou obter o apoio do prefeito.
Entre três temas abordados com frequência em campanhas - educação, saúde e transportes - qual seria o mais relevante?
Os três. Não existe essa hierarquia. Você não usa ônibus em sala de aula, não alfabetiza em hospital nem cura as pessoas no transporte coletivo. É como indagar se água é mais importante do que comida ou se ambas são mais importantes do que a liberdade. Quem escolher ou água ou comida está escolhendo se morre de sede ou de fome. Quem escolher as duas e renunciar à liberdade, vai comer mal e beber mal numa masmorra.
Haverá polarização entre o PT e o PSDB na eleição de SP?
Quem decide é o eleitor.
A eleição, exemplo da de 2010, será marcada por uma discussão sobre costumes, como aborto?
Isso é tolice. Em 2010, esses foram temas inventados por meus adversários. Alguém leu ou ouviu alguma declaração minha a respeito neste ano? Quem não fala em outra coisa são os petistas. Têm receio desse assunto e atribuem aos outros uma ação que é deles. Estão muito preocupados. Eu não. Não tenho de esconder as minhas opiniões. Não tenho a ambição autoritária de dizer o que as pessoas podem ou não debater.
SÃO PAULO - José Serra afirma que a democracia interna pode ocorrer com ou sem prévia, mas que no PSDB não há "dedaço".
O sr. acredita que a prévia zelou pela democracia interna?
Um partido pode ter democracia interna com ou sem prévias. No PSDB, nunca ninguém deu um golpe de Estado ou baixou alguma autoridade suprema para dizer quem seria "o" candidato. No nosso partido, não há dedaço. Sempre foi um processo negociado, com democracia interna. Realizar prévias é uma das formas do exercício democrático. Dois pré-candidatos desistiram (Covas e Mattarazzo)porque consideraram que a minha postulação satisfazia suas proposições.
O governador Geraldo Alckmin teve papel isento no processo?
Foi e é isento como governador.
É importante receber o apoio do prefeito Gilberto Kassab?
É importante e estou satisfeito com isso. Aliás, pelo visto, o PT também achava importante. Tanto é que tentou obter o apoio do prefeito.
Entre três temas abordados com frequência em campanhas - educação, saúde e transportes - qual seria o mais relevante?
Os três. Não existe essa hierarquia. Você não usa ônibus em sala de aula, não alfabetiza em hospital nem cura as pessoas no transporte coletivo. É como indagar se água é mais importante do que comida ou se ambas são mais importantes do que a liberdade. Quem escolher ou água ou comida está escolhendo se morre de sede ou de fome. Quem escolher as duas e renunciar à liberdade, vai comer mal e beber mal numa masmorra.
Haverá polarização entre o PT e o PSDB na eleição de SP?
Quem decide é o eleitor.
A eleição, exemplo da de 2010, será marcada por uma discussão sobre costumes, como aborto?
Isso é tolice. Em 2010, esses foram temas inventados por meus adversários. Alguém leu ou ouviu alguma declaração minha a respeito neste ano? Quem não fala em outra coisa são os petistas. Têm receio desse assunto e atribuem aos outros uma ação que é deles. Estão muito preocupados. Eu não. Não tenho de esconder as minhas opiniões. Não tenho a ambição autoritária de dizer o que as pessoas podem ou não debater.
NOVES FORA
Mary Zaidan
Nove anos depois de chegar ao Planalto – quase três como ministra de Energia, cinco como ministra da Casa Civil e há mais de um como presidente da República -, Dilma Rousseff descobriu, assim, de repente, que vinha fazendo tudo errado.
E não só na lida inábil e atrapalhada com a sua base de sustentação, mas em tudo. Na relação com sindicalistas e com o setor produtivo, no controle de seu gigantesco ministério, nas ações de seu governo.
E a presidente estaria disposta a mudar velhas práticas. Pelo menos foi o que anunciou o seu novo líder no Senado, Eduardo Braga.
Seria fabuloso, não fosse próximo à ficção.
É sensacional imaginar rasteiras em gente como José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Mas qual o quê. Ao invés disso, Dilma escalou cinco ministros para acalmar a turma da pesada e tentar estancar a crise no Congresso.
E ninguém crê que Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Paulo Bernardo (Comunicações) têm alguma possibilidade de êxito só pelos belos olhos.
Na gestão do governo, tudo é ainda mais alarmante. Para acelerar o PAC, com algumas obras atrasadas em até quatro anos, a idéia de Dilma foi a de cobrar in loco. Se suas visitas conferirão celeridade, não se sabe. Mas os preços, esses sim, aceleram-se em uma velocidade estonteante.
Só a transposição do Rio São Francisco - prometida para 2010, mas que não ficará pronta antes de 2015 -, teve orçamento reajustado em 71%, segundo reportagem de Marta Salomon no jornal O Estado de S. Paulo.
O custo já havia pulado dos iniciais R$ 3,4 bilhões para R$ 4,8 bilhões. E em 15 meses sob a batuta de Dilma saltou para inexplicáveis R$ 8,2 bilhões.
A transposição é a mais escandalosa, mas poucas obras apelidadas de “estruturantes” escapam. A polêmica hidrelétrica de Belo Monte custaria R$ 19 bilhões. Hoje, os mais otimistas falam em R$ 30 bilhões, R$ 24,5 bilhões bancados pelo BNDES. A ferrovia Transnordestina seria construída até 2010 por R$ 3,4 bilhões. Já está na casa dos R$ 5,4 bilhões e o novo prazo de conclusão bate em 2014.
Pode ser que aditivos contratuais e penduricalhos que estouram os orçamentos de obras públicas não estejam inclusos na ruptura com as “velhas práticas”. E que Dilma queira limitá-la ao plano político. Se assim fosse, ela mandaria, por exemplo, investigar seu amigo e ministro Pimentel, que, até hoje, não explicou os R$ 2 milhões que recebeu como consultor que, tudo indica, não consultou.
Seria a prova dos nove. Ou então tudo é mesmo ficção.
Nove anos depois de chegar ao Planalto – quase três como ministra de Energia, cinco como ministra da Casa Civil e há mais de um como presidente da República -, Dilma Rousseff descobriu, assim, de repente, que vinha fazendo tudo errado.
E não só na lida inábil e atrapalhada com a sua base de sustentação, mas em tudo. Na relação com sindicalistas e com o setor produtivo, no controle de seu gigantesco ministério, nas ações de seu governo.
E a presidente estaria disposta a mudar velhas práticas. Pelo menos foi o que anunciou o seu novo líder no Senado, Eduardo Braga.
Seria fabuloso, não fosse próximo à ficção.
É sensacional imaginar rasteiras em gente como José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Mas qual o quê. Ao invés disso, Dilma escalou cinco ministros para acalmar a turma da pesada e tentar estancar a crise no Congresso.
E ninguém crê que Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Paulo Bernardo (Comunicações) têm alguma possibilidade de êxito só pelos belos olhos.
Na gestão do governo, tudo é ainda mais alarmante. Para acelerar o PAC, com algumas obras atrasadas em até quatro anos, a idéia de Dilma foi a de cobrar in loco. Se suas visitas conferirão celeridade, não se sabe. Mas os preços, esses sim, aceleram-se em uma velocidade estonteante.
Só a transposição do Rio São Francisco - prometida para 2010, mas que não ficará pronta antes de 2015 -, teve orçamento reajustado em 71%, segundo reportagem de Marta Salomon no jornal O Estado de S. Paulo.
O custo já havia pulado dos iniciais R$ 3,4 bilhões para R$ 4,8 bilhões. E em 15 meses sob a batuta de Dilma saltou para inexplicáveis R$ 8,2 bilhões.
A transposição é a mais escandalosa, mas poucas obras apelidadas de “estruturantes” escapam. A polêmica hidrelétrica de Belo Monte custaria R$ 19 bilhões. Hoje, os mais otimistas falam em R$ 30 bilhões, R$ 24,5 bilhões bancados pelo BNDES. A ferrovia Transnordestina seria construída até 2010 por R$ 3,4 bilhões. Já está na casa dos R$ 5,4 bilhões e o novo prazo de conclusão bate em 2014.
Pode ser que aditivos contratuais e penduricalhos que estouram os orçamentos de obras públicas não estejam inclusos na ruptura com as “velhas práticas”. E que Dilma queira limitá-la ao plano político. Se assim fosse, ela mandaria, por exemplo, investigar seu amigo e ministro Pimentel, que, até hoje, não explicou os R$ 2 milhões que recebeu como consultor que, tudo indica, não consultou.
Seria a prova dos nove. Ou então tudo é mesmo ficção.
A "RAINHA DO NILO" TUPINIQUIM
O pequeno pode mais
Nota do jornalista Cláudio Humberto (25/03)
Ministro amigo de Dilma não se importa que ela grite com assessores.
O maior medo dele é que um servidor humilde (manicure, garçom etc) grave no celular uma das broncas humilhantes que levam da presidenta.
“Seria devastador, acabaria com a imagem dela”, aposta.
sábado, 24 de março de 2012
A PROPINA E O GOVERNO FANTÁSTICO
Guilherme Fiuza
A corrupção continua surpreendendo o governo Dilma. A reportagem do “Fantástico” mostrando uma rede de propinas entre fornecedores de hospitais públicos chocou a presidente e seus ministros.
A imprensa vive dando notícia ruim para o governo popular.
Dilma e seus companheiros nem desconfiavam dos superfaturamentos no Dnit. Não faziam idéia da máfia das ONGs nos Esportes e no Trabalho. Não supunham que o Turismo tinha virado fábrica de convênios piratas. Não podiam imaginar o tráfico de influência na Agricultura e nas Cidades.
Graças a Deus, sempre aparece um repórter para contar tudo a eles.
Aí a turma da faxina entra em ação. A denúncia do esquema de fraudes na Saúde ressuscitou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Não se ouvia falar nele desde que anunciou a criação de UPPs pelos quatro cantos do país (projeto que continua firme na literatura governamental).
Agora Cardozo ressurge, indignado. Diante dos holofotes, em tom grave, anunciou que as denúncias são intoleráveis e precisam ser apuradas.
Eis aí uma boa notícia: o ministro da Justiça assiste ao “Fantástico”.
Aloísio Mercadante, ministro da Educação, também gritou. Disse que “o MEC está à disposição” da UFRJ para a investigação das denúncias no hospital universitário. Não precisava ser tão corajoso assim.
Para moralizar as compras na saúde, Mercadante também anunciou a criação da empresa brasileira de serviços hospitalares. Perfeito. Todos sabem que, diante da corrupção no Estado, o melhor a fazer é criar mais uma estatal.
O novo ninho de companheiros há de aprender rápido a “ética do mercado”, revelada pela microcâmera do “Fantástico”.
Chega a ser comovente a capacidade do governo popular de se indignar com o fisiologismo que patrocina.
A imagem-síntese é Dilma Rousseff, de braço dado com José Sarney, anunciando um basta ao toma lá, dá cá no Congresso.
O Brasil acredita nisso. E o coelhinho da Páscoa vem aí (se o “Fantástico” não desmascarar).
A corrupção continua surpreendendo o governo Dilma. A reportagem do “Fantástico” mostrando uma rede de propinas entre fornecedores de hospitais públicos chocou a presidente e seus ministros.
A imprensa vive dando notícia ruim para o governo popular.
Dilma e seus companheiros nem desconfiavam dos superfaturamentos no Dnit. Não faziam idéia da máfia das ONGs nos Esportes e no Trabalho. Não supunham que o Turismo tinha virado fábrica de convênios piratas. Não podiam imaginar o tráfico de influência na Agricultura e nas Cidades.
Graças a Deus, sempre aparece um repórter para contar tudo a eles.
Aí a turma da faxina entra em ação. A denúncia do esquema de fraudes na Saúde ressuscitou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Não se ouvia falar nele desde que anunciou a criação de UPPs pelos quatro cantos do país (projeto que continua firme na literatura governamental).
Agora Cardozo ressurge, indignado. Diante dos holofotes, em tom grave, anunciou que as denúncias são intoleráveis e precisam ser apuradas.
Eis aí uma boa notícia: o ministro da Justiça assiste ao “Fantástico”.
Aloísio Mercadante, ministro da Educação, também gritou. Disse que “o MEC está à disposição” da UFRJ para a investigação das denúncias no hospital universitário. Não precisava ser tão corajoso assim.
Para moralizar as compras na saúde, Mercadante também anunciou a criação da empresa brasileira de serviços hospitalares. Perfeito. Todos sabem que, diante da corrupção no Estado, o melhor a fazer é criar mais uma estatal.
O novo ninho de companheiros há de aprender rápido a “ética do mercado”, revelada pela microcâmera do “Fantástico”.
Chega a ser comovente a capacidade do governo popular de se indignar com o fisiologismo que patrocina.
A imagem-síntese é Dilma Rousseff, de braço dado com José Sarney, anunciando um basta ao toma lá, dá cá no Congresso.
O Brasil acredita nisso. E o coelhinho da Páscoa vem aí (se o “Fantástico” não desmascarar).
O CAMINHO DE VOLTA
Ruy Fabiano -
Há substanciais diferenças entre o cerco parlamentar imposto a Dilma Roussef e o que enfrentou Fernando Collor, quando na presidência da República. Collor não tinha base social e dispunha de um partido fictício, o PRN, criado para registrar sua candidatura.
(...)
O que os governos Collor e Dilma têm em comum, isto sim, é um vasto prontuário de escândalos – e aí, reconheça-se, Collor foi bem mais modesto.
As façanhas de PC Farias parecem estrepolias de escoteiro diante do mensalão, com seu cortejo de dossiês e aloprados, que marcaram o governo anterior.
O governo Dilma herdou esse passivo, expresso nas alianças parlamentares e nas nomeações ministeriais que fez.
A vantagem de Dilma em relação a Collor é que não há um PT na oposição.
E isso confirma o que já se sabia: Collor não caiu pela corrupção, que serviu apenas de pretexto para derrubá-lo e, por isso mesmo, lhe sobreviveria até chegar ao paroxismo dos dias atuais. Caiu por falta de interlocução político-partidária, falta de base social.
A maioria elege, mas não fornece governabilidade. Esta depende de articulação política, que, no presidencialismo de coalizão, traduz-se por loteamento de cargos.
Foi com base nele que Lula governou e elegeu Dilma, desconhecida da maioria da população até às vésperas da campanha. O paradoxo que Dilma construiu – e que terá de superar - é o de tentar se livrar de quem a levou ao poder.
Até aqui, ao expor esses aliados à execração pública, apenas dificulta o caminho de volta, para o qual não tem alternativa: nem a oposição aderirá a seu governo, nem os aliados hão de se regenerar, nem é possível manter o ambiente de impasse presente. É recuar ou recuar.
As pesquisas mostram que a presidente ganhou popularidade com o enfrentamento, mas isso não lhe dá governabilidade.
O público percebe a crise como ato de coragem, quando é apenas de destempero, inaptidão para a ação política.
Não conecta as pontas do processo, não vê que os atuais adversários da presidente são os que a levaram aonde está e que lhe garantiram que chegasse até aqui.
Há substanciais diferenças entre o cerco parlamentar imposto a Dilma Roussef e o que enfrentou Fernando Collor, quando na presidência da República. Collor não tinha base social e dispunha de um partido fictício, o PRN, criado para registrar sua candidatura.
(...)
O que os governos Collor e Dilma têm em comum, isto sim, é um vasto prontuário de escândalos – e aí, reconheça-se, Collor foi bem mais modesto.
As façanhas de PC Farias parecem estrepolias de escoteiro diante do mensalão, com seu cortejo de dossiês e aloprados, que marcaram o governo anterior.
O governo Dilma herdou esse passivo, expresso nas alianças parlamentares e nas nomeações ministeriais que fez.
A vantagem de Dilma em relação a Collor é que não há um PT na oposição.
E isso confirma o que já se sabia: Collor não caiu pela corrupção, que serviu apenas de pretexto para derrubá-lo e, por isso mesmo, lhe sobreviveria até chegar ao paroxismo dos dias atuais. Caiu por falta de interlocução político-partidária, falta de base social.
A maioria elege, mas não fornece governabilidade. Esta depende de articulação política, que, no presidencialismo de coalizão, traduz-se por loteamento de cargos.
Foi com base nele que Lula governou e elegeu Dilma, desconhecida da maioria da população até às vésperas da campanha. O paradoxo que Dilma construiu – e que terá de superar - é o de tentar se livrar de quem a levou ao poder.
Até aqui, ao expor esses aliados à execração pública, apenas dificulta o caminho de volta, para o qual não tem alternativa: nem a oposição aderirá a seu governo, nem os aliados hão de se regenerar, nem é possível manter o ambiente de impasse presente. É recuar ou recuar.
As pesquisas mostram que a presidente ganhou popularidade com o enfrentamento, mas isso não lhe dá governabilidade.
O público percebe a crise como ato de coragem, quando é apenas de destempero, inaptidão para a ação política.
Não conecta as pontas do processo, não vê que os atuais adversários da presidente são os que a levaram aonde está e que lhe garantiram que chegasse até aqui.
LONGE DAS CÂMERAS DA TV
Povo irritante
Claudio Humberto (24/3)
Quando visitava Salgueiro (PE), há dias, a presidenta Dilma mostrou mais uma vez que está pouco se lixando para sua reeleição. Ela se irritou com seu carro em baixa velocidade, como é praxe em visitas assim, para que o povo pudesse vê-la, acenar. Mandou pisar fundo.
Dilma, que diz gostar de ler, poderia mandar comprar um best-seller sobre management e chefia para descobrir que autoridade não se impõe no grito, mas na certeza das decisões para começar o diálogo.
O inferno astral da Vale
O Globo
O ano não começou fácil para a Vale. Em 2012 a companhia está enfrentando uma série de problemas de preços, logística, acidentes, pressões e cobranças bilionárias que tornam suas perspectivas, pelo menos no curto prazo, nebulosas. Especialistas acreditam que, na melhor das hipóteses, a empresa repetirá o lucro de 2011, embora a maior parte dos analistas aposte em redução nos resultados. Isso começa a impactar suas ações preferenciais, que desde a virada do ano subiram 7,35%, menos que os 16% do Ibovespa, índice de referência para o mercado brasileiro. Neste momento, a empresa vem perdendo a posição de segunda maior empresa do país em valor de mercado para a Ambev. A cervejeira vale R$ 7 bilhões a mais que a mineradora, em ranking liderado, com folga, pela Petrobras.
— As perspectivas para a Vale no longo prazo continuam positivas, mas parece que há uma insistente nuvem negra sobre a companhia — afirma Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.
Ele acredita que esta maré de fatos negativos é algo pontual. Murilo Ferreira, que assumiu a presidência da Vale em maio de 2011, teve como primeiro desafio superar as dúvidas que circulavam no mercado, onde muitos analistas temiam por uma subserviência ao governo de Dilma Rousseff — apesar de ser uma empresa privada, a influência é muito forte por causa dos fundos de pensão de estatais e do BNDES, grandes acionistas da mineradora.
(continua)
O ano não começou fácil para a Vale. Em 2012 a companhia está enfrentando uma série de problemas de preços, logística, acidentes, pressões e cobranças bilionárias que tornam suas perspectivas, pelo menos no curto prazo, nebulosas. Especialistas acreditam que, na melhor das hipóteses, a empresa repetirá o lucro de 2011, embora a maior parte dos analistas aposte em redução nos resultados. Isso começa a impactar suas ações preferenciais, que desde a virada do ano subiram 7,35%, menos que os 16% do Ibovespa, índice de referência para o mercado brasileiro. Neste momento, a empresa vem perdendo a posição de segunda maior empresa do país em valor de mercado para a Ambev. A cervejeira vale R$ 7 bilhões a mais que a mineradora, em ranking liderado, com folga, pela Petrobras.
— As perspectivas para a Vale no longo prazo continuam positivas, mas parece que há uma insistente nuvem negra sobre a companhia — afirma Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.
Ele acredita que esta maré de fatos negativos é algo pontual. Murilo Ferreira, que assumiu a presidência da Vale em maio de 2011, teve como primeiro desafio superar as dúvidas que circulavam no mercado, onde muitos analistas temiam por uma subserviência ao governo de Dilma Rousseff — apesar de ser uma empresa privada, a influência é muito forte por causa dos fundos de pensão de estatais e do BNDES, grandes acionistas da mineradora.
(continua)
sexta-feira, 23 de março de 2012
AQUELE TIME AFUNDOU, MAS A FARRA CONTINUA
José Cruz
O time que começou o jogo da Copa 2014 no Brasil não está mais em campo.
Orlando Silva, José Roberto Arruda e Ricardo Teixeira caíram vergonhosamente pelo mesmo motivo: denúncias de corrupção. Quanta coincidência!
Mas ficou este registro histórico do fotógrafo Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR, de um tempo em que eles conseguiam rir. De quem?
O time que começou o jogo da Copa 2014 no Brasil não está mais em campo.
Orlando Silva, José Roberto Arruda e Ricardo Teixeira caíram vergonhosamente pelo mesmo motivo: denúncias de corrupção. Quanta coincidência!
Mas ficou este registro histórico do fotógrafo Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR, de um tempo em que eles conseguiam rir. De quem?
REPARTIÇÃO DE DANOS
Dora Kramer
Na hora da festa foi o governo federal, na figura do presidente Luiz Inácio da Silva, quem recebeu os cumprimentos por ter "conseguido" trazer para o Brasil a Copa do Mundo de 2014. Isso em outubro de 2007.
Agora, quatro anos, cinco meses e um acúmulo de dificuldades depois, o governo federal resolveu socializar o prejuízo transferindo aos Estados a decisão sobre uma questão à qual não se deu a devida importância e acabou virando um enrosco para a aprovação da Lei Geral da Copa: a venda ou não de bebidas alcoólicas nos estádios.
Segundo a última versão do acordo para a votação no Congresso, a Fifa terá de negociar com os governadores (sete) uma forma de transpor o obstáculo contido no Estatuto do Torcedor e nas legislações estaduais àquele tipo de comercialização.
A União reservou para si o papel dúbio de defender a suspensão de um artigo do estatuto, mas sem explicitar de forma inequívoca a permissão para a venda nos termos em que havia sido acertado.
E isso porque o Planalto, embora favorável à manutenção dos termos do compromisso firmado anteriormente, preferiu não decidir. E por quê? Por receio de perder no voto mesmo controlando numericamente 80% do Congresso.
Parte de sua base de sustentação parlamentar é contra por convicção e parte condiciona a aprovação da Lei da Copa à votação do Código Florestal.
O que uma coisa tem a ver com a outra? No conteúdo nada, mas na forma prevalece o jogo da tensão em detrimento da negociação mediante o exame objetivo dos pontos em discussão e da tomada firme de uma posição.
Todos os partidos da coalizão governista, PT incluído, querem impor de alguma maneira e, cada qual por seus motivos, "mandar um recado" à presidente Dilma.
A eclosão mais recente dos conflitos não está superada. O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, não traduz a realidade quando diz que está "tudo ótimo".
Se estivesse, a presidente não teria sido obrigada a jogar no colo dos governadores uma tarefa que não é deles.
(continua)
Na hora da festa foi o governo federal, na figura do presidente Luiz Inácio da Silva, quem recebeu os cumprimentos por ter "conseguido" trazer para o Brasil a Copa do Mundo de 2014. Isso em outubro de 2007.
Agora, quatro anos, cinco meses e um acúmulo de dificuldades depois, o governo federal resolveu socializar o prejuízo transferindo aos Estados a decisão sobre uma questão à qual não se deu a devida importância e acabou virando um enrosco para a aprovação da Lei Geral da Copa: a venda ou não de bebidas alcoólicas nos estádios.
Segundo a última versão do acordo para a votação no Congresso, a Fifa terá de negociar com os governadores (sete) uma forma de transpor o obstáculo contido no Estatuto do Torcedor e nas legislações estaduais àquele tipo de comercialização.
A União reservou para si o papel dúbio de defender a suspensão de um artigo do estatuto, mas sem explicitar de forma inequívoca a permissão para a venda nos termos em que havia sido acertado.
E isso porque o Planalto, embora favorável à manutenção dos termos do compromisso firmado anteriormente, preferiu não decidir. E por quê? Por receio de perder no voto mesmo controlando numericamente 80% do Congresso.
Parte de sua base de sustentação parlamentar é contra por convicção e parte condiciona a aprovação da Lei da Copa à votação do Código Florestal.
O que uma coisa tem a ver com a outra? No conteúdo nada, mas na forma prevalece o jogo da tensão em detrimento da negociação mediante o exame objetivo dos pontos em discussão e da tomada firme de uma posição.
Todos os partidos da coalizão governista, PT incluído, querem impor de alguma maneira e, cada qual por seus motivos, "mandar um recado" à presidente Dilma.
A eclosão mais recente dos conflitos não está superada. O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, não traduz a realidade quando diz que está "tudo ótimo".
Se estivesse, a presidente não teria sido obrigada a jogar no colo dos governadores uma tarefa que não é deles.
(continua)
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