Em pronunciamento nesta quinta-feira (22), a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) disse que o Brasil não tem projeto de futuro e que os números da economia mostram que o país é algo bem distinto da máquina de crescimento que o governo tenta mostrar.
Lúcia Vânia disse ser evidente que a crise européia e suas repercussões constrangem a economia e a política econômica, mas que essa é uma questão mundial de instabilidade global que terá sua condução por seus próprios meios.
Falando especificamente da economia nacional, a senadora disse que o que está ao alcance do país “vai sendo empurrado com a barriga” e que o Brasil “está em uma encruzilhada, com a economia frágil”. De 2009 a 2011, o crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB) avançou apenas 3,3%, afirmou.
Lúcia Vânia apontou três “pontos nevrálgicos” na discussão do crescimento. O primeiro indica que a indústria de transformação era, ao final de 2011, 5,7% menor que no terceiro trimestre de 2008, momento em que começou a crise internacional.
O segundo é que as exportações cresceram apenas 7% em três anos. E o terceiro indica que as importações no pós-crise “explodiram” no último trimestre de 2011, alcançando um patamar 35% superior ao do momento da crise de 2008.
O problema mais grave, disse Lúcia Vânia, é que o percurso do país, até a crise de 2008, mostrou o perfil de uma economia de consumo sem investimento.
Na média, a taxa de investimento durante o período do início de 2003 ao terceiro trimestre de 2008 foi apenas 2,9% superior à do período do início de 1994 ao final de 2001, observou a senadora, ressalvando que a comparação não considerava o período eleitoral de 2002.
– Será que é impossível ver que o país está perdendo sua indústria? Será que estamos fadados a conviver com a necessidade de ficar torcendo pelo crescimento da China para garantir que os preços das commodities continuem a sustentar nosso saldo comercial? Será que o pré-sal tem que ser nossa única alternativa? – questionou.
Lúcia Vânia disse que “é fácil dar um banho de consumo no país, regado a crédito farto”.
O difícil, segundo ela, é desenhar uma estratégia de investimento e construção de nova capacidade produtiva, a qual envolve aspectos que o governo não consegue coordenar, como o pacto federativo, a institucionalidade do setor elétrico e a forma de compor interesses na indústria do petróleo.
– O populismo do consumo tem seus limites, e o país espera um projeto de futuro – concluiu.
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