Arthur Virgílio
Tem muita gente, inclusive na boa imprensa, engolindo a história de que a Presidente Dilma Rousseff tem sido “obrigada” a lidar com sua “base” fisiológica de apoio parlamentar, em termos que não lhe agradariam.
Como se, Chefe da Casa Civil do governo Lula, não tivesse participado essencialmente da montagem do monstrengo ingovernável que aí está. Como se não se tivesse beneficiado eleitoralmente das forças que finge repudiar. Como se, ao fim e ao cabo, estivesse mesmo disposta a mudar substantivamente alguma coisa.
Vamos aos fatos. Foi obrigada pela imprensa a demitir oito Ministros acusados de gravíssimas irregularidades. Fez tudo para mantê-los (Fernando Pimentel é zumbi que ela insiste em conservar na Esplanada, apesar de suas “consultorias” serem, em tudo e por tudo, semelhantes às de Antonio Palocci) e só os dispensou quando a situação de cada um deles estava insustentável.
Mais ainda: elogiou-os na saída e entregou aos seus partidos a prerrogativa de indicar os substitutos. Investigação dos “mal feitos”? Nenhuma. Dilma, aliás, sutilmente, passou a chamar corrupção de “mal feito”, assim como Lula cunhou a expressão “aloprados”, para os criminosos que forjaram o dossiê contra José Serra.
A matriz sendo a mesma, os métodos são idênticos.
O loteamento da máquina pública não foi desfeito. Os “donatários” das benesses oficiais são os de sempre. Nenhuma mudança de fundo aconteceu.
(continua)
quinta-feira, 22 de março de 2012
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