terça-feira, 6 de março de 2012

ÉTICA - O MAIOR TESOURO PERDIDO NA ÚLTIMA DÉCADA


O grupo "Por um Brasil Melhor" continua com a Passeata Virtual que exige o julgamento dos denunciados no esquema do Mensalão.
Com a enxurrada de escândalos desde então, a sensação é a de que ninguém mais se importa com o mau uso do dinheiro público, mas não podemos permitir esse tipo de degradação de valores nem legar às futuras gerações a ideia de que o crime compensa.


O jornalista Ricardo Noblat comemora oito anos de seu blog e publica uma série de matérias desse período, lembrando que "Recordar é viver".

Abaixo, trechos de um texto de 2005.
Íntegra AQUI.


JAMAIS VIMOS UMA CRISE COMO ESSA (23/07/2005)

Lula e o PT foram vítimas de chantagem no último sábado dia 9 quando o empresário Marcos Valério telefonou para o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e ameaçou "ferrar" todos se não fosse poupado. E avisou que tinha bala até contra "o barbudo".
(...)

Tudo bem: o ex-tesoureiro Delúbio Soares admite que montou um caixa 2 para pagar antigas dívidas do partido e financiar dívidas futuras. Assume o crime que considera banal, corriqueiro, e que de fato é - mas que nem por isso deixa de ser crime.

Só que Delúbio mente quando nega o pagamento de mensalão a deputados dos partidos aliados. Mente quando nega mesadas pagas a deputados do PT. E mente quando diz que empréstimos bancários tomados por Valério foram a única fonte do caixa 2.

Houve mensalão, sim. Houve mesada, sim. E o caixa 2 do PT foi irrigado por dinheiro público desviado para as contas das empresas de Valério. E por comissões pagas por empresários para ganhar milionárias licitações promovidas pelo governo.
(...)

É falsa a discussão sobre se Lula sabia ou não da existência do mensalão, se soube ou não que cabeças coroadas do PT cobravam comissões por negócios arranjados com o governo, se estava ou não de acordo com todos esses desmandos.
(...)

Lula estava presente ao encontro que em meados de 2002 selou a aliança do PT com o PL do vice-presidente José Alencar, como contado em reportagem de Bob Fernandes publicada em outubro daquele ano na insuspeita revista Carta Capital.
(...)

Temos, pois, um presidente da República, o governo dele e o partido dele sob o risco iminente de irem pelos ares se Valério contar o que sabe. Se a mulher de Valério contar o que sabe. Ou se a CPI dos Correios concluir o que todos já sabemos.

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