Edgar Flexa Ribeiro
Nunca antes na história deste país um ministro assumiu tão rapidamente, além do cargo, a história e a filosofia que há décadas rege uma pasta. O mais rápido é Mercadante, que mal chegou ao Ministério da Educação.
A “turma da casa” talvez não goste muito disso: ele foi claro demais! Ele resumiu com clareza e nitidez brutais aquilo que não era para ser de conhecimento público! Não ficava bem contar para todo mundo...
Por que o MEC, repleto de sábios e competências, não conseguiu acompanhar o país, e promover a educação de que ele precisa?
Indagavam eles, depois de décadas durante as quais o problema da educação ficou circunscrito à parcela da população já atendida, por que essa demanda por escola, essa mania de ensino, eficiência, professor bem formado e magistério prestigiado?
O bode expiatório surgiu no lábio sintético de Mercadante – aceitando as explicações e já escolhendo ao lado de quem vai trabalhar: a culpa é do país!
Deu problema no ENEM? Ora, diz o educocrata, o ENEM é ótimo! Modernérrimo! Nós somos ótimos!
Se dá certo na Finlândia, dá certo não sei mais onde, por que não dá certo aqui? Ora, a culpa só pode ser do país! É obvio!
Mercadante, tomando partido ao lado dos educocratas, nos garante ”mais do mesmo”. Também, quem manda a gente não ser a Finlândia ou mesmo a Suécia?
Sei, a culpa é nossa... Mas na Finlândia não tem mercadantes.
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