FÉ SEM ILUSÃO

Não sou especialista em economia ou política, apenas interpreto os fatos e apresento minha opinião, como todo cidadão costuma fazer num estado democrático.
Mas a minha verdadeira paixão é por história, gosto de saber a origem dos acontecimentos e de tentar entender as razões de determinadas afirmações conquistarem adeptos mesmo que não correspondam à verdade, muitas vezes registrada e possível de ser comprovada, porém, inexplicavelmente, vemos a mentira prevalecer cada vez mais.

Nunca antes na história desse país a falácia foi tão aplaudida como nesses últimos anos.
Não é possível que grande parte da população tenha esquecido completamente feitos de tempos atrás e não consiga enxergar que a publicidade que vende maravilhas destoa da realidade dos noticiários. Às vezes tenho a impressão que muitos tratam a propaganda como realidade e a informação como ficção.
Falta percepção ou sensibilidade?

Um pouco de pesquisa e resgate da memória:
O Brasil apresentou o melhor desempenho econômico da sua história nos chamados anos dourados (1950-1980). Porém, os anos 80 foram marcados pela recessão e pelo aumento da pobreza – período compreendido como a “década perdida”

Qual foi o vilão que corroeu o bolso do brasileiro nesse período? A INFLAÇÃO, perigo eminente que o nosso povo menospreza porque resolveu esquecer os "traumas" do passado. Assim, adota um comportamento de "negação" que pode custar caro logo mais.
Só a palavra inflação já assustava os brasileiros que enfrentaram os tempos de alta, nos anos 80 e início da década de 90.




O Plano Real, lançado no dia primeiro de julho de 1994, foi o plano de estabilização mais exitoso já implementado no Brasil, domou o dragão da inflação, criou condições que possibilitaram taxas mais altas de crescimento em bases sustentadas e foi responsável, juntamente com os programas sociais lançados nos anos seguintes, pela redução significativa e continuada de enormes mazelas, como injustiças e desequilíbrios socio-econômicos.



Vejam quem foi radicalmente contra tudo isso:



O brasileiro é otimista por natureza, torcemos para que o país fique cada vez melhor, mas é estranho que poucos se sintam incomodados com a facilidade para os esquemas de corrupção como nunca se viu e a gastança inútil com obras faraônicas e superfaturadas que não atendem às reais necessidades da população.
Quem ainda tem senso crítico neste país tem sido rotulado com os piores adjetivos e acusado de ser contra o país, talvez isso intimide o brasileiro, tão "bonzinho". Vale mais a palavra de quem briga pelo poder do que as ações de quem se preocupa com o bem estar das pessoas.

Muitos brasileiros honrados, incluindo políticos, agem além do interesse pelo poder e são responsáveis por obras importantes que beneficiam o ser humano sem a preocupação com os aplausos.
Infelizmente, não são esses que têm visibilidade. Quanto mais demagogo e enganador, mais projeção na midia e na sociedade do espetáculo, confunde-se malandragem com emoção e muita gente se deixa envolver, mas não vemos um gesto de solidariedade desses personagens nos piores momentos, nessas ocasiões os populistas desaparecem para fugir à responsabilidade.

A onda mais descabida, entretanto, é a de que o brasileiro está ganhando muito bem, que não há mais miséria, que o povo é muito bem atendido.
O que seriam essas IMAGENS, então? São farsantes querendo prejudicar o Brasil? Ou são humanos que se tornaram invisíveis aos olhos dos que acreditam na propaganda do governo?

Queremos que tudo dê certo, gostaríamos de ter visto grandes transformações na vida das pessoas, estamos há dez anos esperando que as maravilhas da propaganda se traduzam no cotidiano, mas não é com o coração trancado que conseguiremos isso.