Ou: por favor, não matem a ciência política
Por André Henrique - Via Política
É uma boçalidade considerar a renovação algo imprescindível para a saúde da política. Não. Nem sempre ela é.
Em diversos momentos da história, a renovação, forçada por atos revolucionários, custou mais cabeças que propiciou luz à humanidade.
A conservação pode fazer muito mais bem à política e à civilização. Portanto, é mentiroso o maniqueísmo que cola na conservação a balda de atraso e na renovação a pecha de novidade redentora.
Desenhei o quadro acima para introduzir minhas considerações sobre o tema da renovação, que apareceu com força nos escritos jornalísticos sobre os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo.
Algumas penas da imprensa, auxiliadas por cientistas políticos com camisa partidária, resolveram considerar a candidatura de Fernando Haddad um passo positivo do PT, porque a mesma representa renovação; e a candidatura Serra, um passo negativo do PSDB, porque a mesma representa o atraso.
Entretanto, os bravos “analistas” se esquecem, com habilidade olímpica, da forma como Fernando Haddad foi escolhido candidato. A candidata favorita e preferida da militância petista era Marta Suplicy. A ex-prefeita aparecia em primeiro lugar nas pesquisas - mesmo com Serra candidato, ela seria nome certo no segundo turno com o tucano.
Apesar de tudo isso, Lula interferiu de forma autoritária e escolheu Fernando Haddad na base do “dedaço”. Lula passou por cima de Marta Suplicy. Lula passou por cima do PT. Lula passou por cima da militância. Lula passou por cima do papo furado de prévias petistas.
A isto dão o nome de renovação? A isto dão o nome de novidade? A isto dão o nome de "modernidade"?
Penas avermelhadas na imprensa acusam o PSDB de apostar sempre no “velho” desde 1996, quando José Serra foi candidato a prefeito de São Paulo. De lá pra cá, José Serra e Geraldo Alckmin alternam-se como candidatos a governador e a prefeito de SP. Seria interessante apostar em novos nomes? Sim. Desde que os novos nomes não representem derrota certa.
Por exemplo, em 2006, José Serra, então prefeito de SP, deixou a prefeitura para ser candidato do PSDB ao governo de São Paulo porque, sem ele, o palácio dos Bandeirantes cairia no colo do PT. Alckmin, naquele ano, era candidato à presidência da República. Os novos nomes tucanos não empolgavam nas pesquisas. O PSDB lançou Serra candidato. O partido pensou em poder. Natural.
CONSERVAR poder é um dos objetivos básicos na política. E o PSDB o fez dentro das normas democráticas. O partido não fraudou a lei. O partido não mudou as regras. O partido não virou a mesa - como fazem líderes latino-americanos simpáticos ao moderno PT. Não há nada que desabone institucionalmente a decisão dos tucanos.
A população poderia condená-los nas urnas por entender que José Serra não deveria ter deixado a prefeitura, mas não o fez, deu aos tucanos a condição de mais votados, na capital, tanto para governador quanto para presidente. Ponto! Tudo dentro dos conformes democráticos.
Desde 1996, o PSDB aposta em Geraldo Alckmin e José Serra porque ambos aparecem sempre como favoritos nas pesquisas e representam a segurança de que o partido manterá o poder no maior estado do Brasil. Neste caso, o “velho” é positivo para o partido.
Como foi para o PT nas cinco eleições que Lula disputou para presidente da República. Não houve razões para o PT apostar no novo como não há razões para o PSDB apostar no novo agora.
(continua)
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A unica coisa que prejudicará o Serra nessa eleição, será o Kassab (criador da inspeção veicular, bem como, com a probição do trafego de
ResponderExcluircaminhões nas Maginais Tiete e Pinheiros, criando o desabastecimento em SP em vez de criar estradas) Kassab a cria do Serra, fará com que o mesmo sofra mais uma derrota! Serra coloque as barbas de molho!
Kassab NÃO criou a inspeção veicular, essa lei é FEDERAL e quem está determinando que todos os estados obedeçam é o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Dilma e o xodó da Marina Silva.
ResponderExcluir.....
Dez estados preveem adotar a inspeção de veículos, assim como já é feito no estado do Rio de Janeiro e na cidade de São Paulo, segundo levantamento realizado pelo G1. A elaboração das propostas foi determinada aos estados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).
(http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/07/dez-estados-preveem-adotar-inspecao-veicular.html)
Queira ou não, quem implantou em SP foi o Kassab,
ResponderExcluirlogo, o mesmo e a quem ele se unir, pagará a conta nos votos! Essa medida que favorece a controlar, auto peças e mecanicos, prejudica a população fazendo com que mesma gaste o que não tem para revisar seus carros, endividando ainda mais o povo que paga os mais altos impostos do mundo e não recebe nada em troca! Quero ver essa medida descabida ser implantada nos cafundós do Brasil, onde estão trocando jumentos por motos? Do jeito que esta, fere a lei da igualdade e SP diariamente é invadido por veículos de outros Estados e Municípios! No dia em que os brasileiros deixarem de ser ovelhas e protestarem pelos seus direitos, em vez de seguirem o que reza a mídia e os idiotas cabeças de bagres, esse país deixará de ser corrupto e passará a ser respeitado pelo mundo!
Francisco SP