O Globo
O ano não começou fácil para a Vale. Em 2012 a companhia está enfrentando uma série de problemas de preços, logística, acidentes, pressões e cobranças bilionárias que tornam suas perspectivas, pelo menos no curto prazo, nebulosas. Especialistas acreditam que, na melhor das hipóteses, a empresa repetirá o lucro de 2011, embora a maior parte dos analistas aposte em redução nos resultados. Isso começa a impactar suas ações preferenciais, que desde a virada do ano subiram 7,35%, menos que os 16% do Ibovespa, índice de referência para o mercado brasileiro. Neste momento, a empresa vem perdendo a posição de segunda maior empresa do país em valor de mercado para a Ambev. A cervejeira vale R$ 7 bilhões a mais que a mineradora, em ranking liderado, com folga, pela Petrobras.
— As perspectivas para a Vale no longo prazo continuam positivas, mas parece que há uma insistente nuvem negra sobre a companhia — afirma Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.
Ele acredita que esta maré de fatos negativos é algo pontual. Murilo Ferreira, que assumiu a presidência da Vale em maio de 2011, teve como primeiro desafio superar as dúvidas que circulavam no mercado, onde muitos analistas temiam por uma subserviência ao governo de Dilma Rousseff — apesar de ser uma empresa privada, a influência é muito forte por causa dos fundos de pensão de estatais e do BNDES, grandes acionistas da mineradora.
(continua)
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