Inadimplência dispara acima dos níveis da crise de 2009
Influenciada pelo boom do crédito em 2010 e pela desaceleração
da atividade econômica no ano passado, a inadimplência entre os
consumidores disparou e, em alguns casos, como no de automóveis,
ultrapassa os níveis de 2009, quando a crise econômica afetou os
mercados em todo o mundo. O desempenho ainda fraco da economia neste
início de 2012 deve empurrar uma melhora dos índices de calote apenas
para o segundo semestre, auxiliado pela redução da taxa básica de juros e
dos spreads bancários (diferença entre a taxa de captação e a cobrada
dos clientes).
— A inadimplência ainda não chegou em seu ponto máximo, é um indicador defasado. E a economia teve um primeiro trimestre tímido, com expansão de, no máximo, 0,5%. O crescimento fraco deve prolongar um pouco mais a inadimplência, provavelmente até o segundo semestre — diz Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio.
O BC — que divulga hoje os dados para o mês de março — estima que os atrasos com mais de 90 dias já representavam 5,61% do crédito pessoal em fevereiro, ante 5,82% em fevereiro de 2009. A inadimplência de pessoas físicas, por sua vez, marcava 7,59% em fevereiro, ante 8,54% em maio de 2009 — o maior nível no período pós-crise. Mas a situação mais crítica aparece no financiamento de veículos: os atrasos somavam 5,5% em fevereiro, quase o dobro de igual mês de 2011 (2,8%). Em 2009, endossa a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), as parcelas em atraso representavam 4,4% do total concedido.
— Houve muito crédito na praça, e o consumidor se endividou. Depois, a inflação consumiu parte de sua renda. Com isso, o carro, que não é essencial, deixou de ser prioridade. A única alternativa para esse cenário é uma negociação entre bancos e clientes — atesta Sérgio Bessa, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
(...)
— A inadimplência ainda não chegou em seu ponto máximo, é um indicador defasado. E a economia teve um primeiro trimestre tímido, com expansão de, no máximo, 0,5%. O crescimento fraco deve prolongar um pouco mais a inadimplência, provavelmente até o segundo semestre — diz Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio.
O BC — que divulga hoje os dados para o mês de março — estima que os atrasos com mais de 90 dias já representavam 5,61% do crédito pessoal em fevereiro, ante 5,82% em fevereiro de 2009. A inadimplência de pessoas físicas, por sua vez, marcava 7,59% em fevereiro, ante 8,54% em maio de 2009 — o maior nível no período pós-crise. Mas a situação mais crítica aparece no financiamento de veículos: os atrasos somavam 5,5% em fevereiro, quase o dobro de igual mês de 2011 (2,8%). Em 2009, endossa a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), as parcelas em atraso representavam 4,4% do total concedido.
— Houve muito crédito na praça, e o consumidor se endividou. Depois, a inflação consumiu parte de sua renda. Com isso, o carro, que não é essencial, deixou de ser prioridade. A única alternativa para esse cenário é uma negociação entre bancos e clientes — atesta Sérgio Bessa, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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