Lula já deu ordem: não é para investigar crime nenhum. ele só quer a CPI para atacar a oposição e a imprensa
Por Reinaldo Azevedo
(...)
O Apedeuta estará em Brasília para o lançamento de
mais um filme sobre a era da mistificação petista e vai bater o martelo sobre a estratégia do partido na
comissão.
Ou por outra: Lula assume o lugar de Dilma.
Dados os riscos
que o governo também corre, deveria ser ela a conduzir o processo.
Lula já
deixou claro o que quer. O papel dos petistas na CPI não é investigar
coisa nenhuma — até porque a investigação a fundo não interessa ao PT.
A
obrigação que ele impôs ao partido é dar um jeito de incriminar a
oposição, livrar a cara dos companheiros e do governo e, muito
importante!, atacar a imprensa por seu suposto conluio com o esquema
Cachoeira, que teria levado à denúncia do mensalão.
Ele sabe que se
trata de uma versão fraudulenta, mas está acostumado.
Essa mentira é
irmã gêmea da outra, aquela segundo a qual nunca existiu mensalão.
Ou
por outra: Lula quer é chicana.
Assim subiu na vida e se tornou o homem
mais poderoso da República.
Tarde demais para mudar. Vai conseguir? Não
sei!
Brasília
está tensa. O diz-que-diz-que é frenético. A indústria de vazamentos
continua em operação. Ora mira de um lado, ora mira de outro.
(...)
Outra fonte gigantesca
de preocupação é a Delta, cuja idoneidade o governo conhecia desde 2010,
quando a Controladoria Geral da União e a PF descobriram uma série de
pilantragens no Ceará. Mesmo assim, depois daquilo tudo, o governo
fechou novos contratos de quase R$ 800 milhões com a empresa.
Seria,
nessa hipótese, um valerioduto ampliado e mais sofisticado.
Jornalistas
habituados à investigação também se esforçam para ter acesso aos
documentos da Operação Las Vegas. Dela pouco se sabe. Mas há quem
assegure que ali já estavam evidências cabeludas de muita falcatrua
agora descoberta pela Monte Carlo. Naquela investigação haveria
evidências incontestes do ecumenismo cachoeirístico no que respeita a
partidos, Poderes da República e políticos. Cachoeira, aliás, começa a
ser visto também como um representante de categoria, entenderam? Ele
seria, assim, um líder de classe da contravenção espalhada Brasil afora,
quase um porta-voz, um chefe de sindicato.
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