Com a CPI, Cachoeira passará de investigado a juiz
Noblat
É da natureza dos governos impedir a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Ou matar a pau aquelas que conseguem nascer. Mesmo quando aparentemente elas foram instaladas para pegar seus adversários.
Por que?
Porque ninguém pode ter certeza de que controlará uma CPI. Quando menos se espera ela surpreende. Ora é uma frase que não estava no scripit, ora um documento que surge não se sabe de onde, ora é uma testemunha insatisfeita que resolve dar uma traidinha.
Dilma estava com os dois pés atrás em relação à proposta de uma CPI para investigar Carlinhos Cachoeira e sua gang. Depois de conversar com Lula a respeito e de ouvir líderes do PT, concordou com a CPI, mas mantém um pé atrás.
Não está certa de que a CPI só criará problemas para a oposição. E por criar, acabará beneficiando os mensaleiros às vésperas do seu julgamento. De resto, não caberá bem para a "faxineira ética" avalizar qualquer manobra que possa favorecer quem pagou propina a deputados.
À exceção do PT, os principais partidos que apóiam o governo, entre eles o PSB, PMDB e PP, são contra a CPI do Cachoeira. Pelas mesmas razões expostas acima. Coletam assinaturas para o requerimento de criação da CPI porque assim quer o PT. E o governo.
Cachoeira deve estar torcendo pela CPI. Caso seja instalada, na prática ele passará da condição de investigado à condição de juiz. O que disser poderá destruir reputações. Ou repará-las. Enquanto a CPI durar não haverá palavra mais importante do que a de Cachoeira.
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