(Na Folha)
Petistas que negociam a criação da CPI do Cachoeira querem transformar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em um dos focos da comissão.
O objetivo é cobrar explicações do procurador sobre o fato de ele não ter começado a investigar políticos ligados ao empresário Carlinhos Cachoeira três anos atrás.
(...)
Petistas enxergam na suposta omissão uma oportunidade de constranger e desgastar o procurador num momento-chave: o julgamento do processo do mensalão, previsto para este ano.
No plenário do Supremo, caberá a Gurgel sustentar as alegações da acusação contra os réus do mensalão.
A cúpula do PT não esconde a irritação com o procurador desde o ano passado, quando ele encaminhou à corte as alegações finais do processo, defendendo a condenação de 36 réus. Petistas reclamaram do excesso de adjetivação do documento.
A CPI do Cachoeira deve ser criada na próxima terça para apurar o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário. Por iniciativa do PT, a comissão vai investigar as duas operações, a Monte Carlo e a Vegas.
Nos bastidores, líderes petistas e integrantes do governo chegam a levantar, no limite, a hipótese de um processo de impeachment contra Gurgel, caso fique provado que ele segurou deliberadamente a investigação por algum eventual interesse político no episódio.
Procurada, a assessoria de imprensa da Procuradoria justificou a decisão do órgão, afirmando que, no momento em que recebeu o material, o procurador-geral fez uma avaliação preliminar e verificou não haver elementos suficientes para nenhuma iniciativa do STF, optando como estratégia de atuação "sobrestar [suspender] o caso".
Ainda segundo a assessoria, com isso se evitou que fosse revelada a investigação relativa a pessoas não detentoras de foro privilegiado, podendo inviabilizar o curso da Monte Carlo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário