quarta-feira, 25 de abril de 2012

Riso causa medo no Sindicato dos Jornalistas de Brasília

Maria Helena Rubinato

Ao ler que o Sindicato dos Jornalistas pediu para a Presidência da República e o Itamaraty proibirem a participação em futuras entrevistas coletivas do grupo de jornalismo humorístico CQC, baseado em um incidente durante a coletiva de Ms. Clinton, fiquei assustada.
Gente, pensei, que será que esses doidos fizeram com a frágil Hillary? A taquicardia provocada pelo susto começou a amainar ao ler que era o Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Bem, pensei, meno male. De Brasília? Ora, ora…
E continuei a ler até saber que a grosseria foi oferecer à secretária de Estado uma daquelas máscaras que usamos no carnaval. Ué? Isso lá ofende alguém? Ou o que ofendeu foi o pessoal do Sindicato não ter tido a mesma ideia genial, já que a sutileza não é o forte dos personagens oficiais daquela triste cidade?
(...)

Aparentemente o pessoal do Sindicato dos Jornalistas de Brasília – é bom repetir, de Brasília! – concorda com Jorge de Burgos e teme que o riso leve os brasileiros a raciocinar e a reexaminar com mais rigor aquilo que lhes é dito pela Imprensa Oficial, a que não ri, e que perca a fé no que lhes é dito. Só pode ser isso.

Nas décadas de 60 e 70, um jovem professor de matemática formado em Harvard, Tom Lehrer, excelente compositor, letrista e pianista, fazia shows de imenso sucesso com músicas de sátira política que não perdoavam nada nem ninguém.
Pois bem, corre nos EUA uma lenda urbana contando que quando Henry Kissinger recebeu o Premio Nobel da Paz, em 1973, Lehrer largou a sátira política por achar que o Nobel dado ao ex-secretário de Estado tornava a sátira política obsoleta.
Se é verdade ou não, pouco importa. O fato é que realmente o Nobel da Paz para Kissinger foi um dos mais vivos exemplos de sátira política, comparável talvez à declaração de Ms. Clinton sobre dona Dilma: um “exemplo global de luta pela transparência e contra a corrupção”. (KKKKKKKKKKKK)


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