Duas
expressões do território do sagrado se confrontaram nesta segunda-feira
nas redes sociais: a falsa e a verdadeira.
De um lado, Luiz Inácio Lula
da Silva, o falso sagrado; de outro, a Constituição da República
Federativa do Brasil, o verdadeiro.
De um lado, a mistificação, a
empulhação político-ideológica, a mesquinharia travestida de força
popular; de outro, os fundamentos do estado de direito, da democracia e
da liberdade.
De um lado, o
vale-tudo que está na raiz das ditaduras, da violência institucional,
do mandonismo; de outro, as instituições.
De um lado, a lógica dos
privilégios, da inimputabilidade, da impunidade; de outro, o triunfo da
igualdade perante a lei, que faz de Lula um homem como outro qualquer.
E EU LHES
DIGO: DESTA FEITA, E NÃO TEM SIDO ASSIM TÃO USUAL, O BEM TRIUNFOU SOBRE O
MAL; a legalidade rechaçou o arbítrio; a democracia repudiou a vocação
tirana.
Nas redes
sociais, os porta-vozes das trevas gritavam:
“Não toquem em Lula, ou
haverá rebelião popular!”.
E uma autêntica rede da legalidade tecia a
sua teia para gritar em uníssono:
“Demos a Lula, segundo os limites da
lei, o direito de governar o país por oito anos, mas não lhe entregamos a
nossa honra, a nossa dignidade, a nossa liberdade!”.
De um lado, em
suma, um passado que não quer passar vociferava: “Ele é intocável!”.
Do
outro, com voz ainda mais potente, ouvia-se a resposta:
“Intocável é a
Constituição da República Federativa do Brasil”!.
E a luz se impôs sobre as trevas.
Eles bem que
tentaram. Os falsos perfis e os robôs atuaram com força inédita nas
redes sociais, buscando dar o tom do debate, “trollando” os que ousavam
manifestar uma voz divergente, molestando os adversários, atacando-os
com a brutalidade oficialista, cavalgando as mentiras de sempre,
esgrimindo as generalizações mais grosseiras, ressuscitando os
preconceitos mais rombudos. Mas nada conseguia disfarçar o real
propósito de sua ação.
Ali estava uma súcia encarregada de defender
bandidos, de amparar malandros, de endossar larápios, de apoiar ladrões
de dinheiro público e ladrões da institucionalidade.
(...)
Há muito
Lula ultrapassou o limite do aceitável, com seus discursos bucéfalos,
com suas escandalosas falsificações da história; com sua vocação para
mentir sobre o próprio passado e o passado do país; com sua disposição
para empenhar o futuro em nome de arranjos presentes; com sua disposição
para acomodar interesses subalternos; com sua inclinação para lavar a
reputação, por mais suja que fosse, de quantos lhe prestassem vassalagem
e sujar a biografia, por mais limpa que se mostrasse, de qualquer um
que ousasse enfrentá-lo.
(...)
Dada a
condescendência com que sempre foi tratado, pouco importava a besteira
que dissesse ou fizesse, Lula foi criando balda.
Com o tempo, até ele
próprio acreditou que, de fato, era o Lula criado pela máquina de
propaganda e endeusado pela súcia de “funcionários” do partido.
Com o
tempo, ele passou realmente a acreditar que era aquela figura mágica que
recebe títulos de doutor honoris causa às baciadas.
Com o tempo,
imaginou que o Brasil inteiro cabia naquela sala de professores e
reitores áulicos, que se dispunham a lhe entregar tudo, muito
especialmente a honra.
E partiu, então, para o gesto tresloucado:
chantagear um ministro do Supremo Tribunal Federal, depois de ter
molestado, ainda que com sua famosa e falsa candura, alguns outros.
Desta feita,
no entanto, deu tudo errado. Um valor mais alto se alevantou. O
verdadeiro se impôs sobre o falso. Acabou a era do bezerro de ouro. Ou
Lula se submete à Constituição ou diz na cadeia por que não. Este país,
como estado, adora um único Deus: a Constituição!
Chega, Lula!
Chega de Lula!
Lula já era e não quer que o Brasil seja!
Íntegra no blog do Reinaldo Azevedo