Brasil deve cair para 7a. economia
Autor(es): agência o globo:Fabiana Ribeiro |
O Globo - 29/05/2012 |
Com dólar em alta, país perderá uma posição no ranking mundial O dólar alto deve fazer o Brasil voltar uma casa no ranking das maiores economias do planeta. Cálculos da agência de classificação de risco Austin Rating, a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam que o país pode cair da atual sexta posição no mundo para a sétima. É o efeito da valorização da moeda americana - que no ano já subiu mais de 6% - sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e produtos produzidos) do país. Pelo levantamento, o PIB perderia cerca de US$ 100 bilhões com a desvalorização do real, saindo de US$ 2,45 trilhões para US$ 2,34 trilhões. As novas projeções não mexem com as primeiras cinco posições no ranking, ocupadas por Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. O Brasil troca de lugar com o Reino Unido, que reassume a sexta posição com o dólar valorizado aqui. O retrato segue mais uma vez inalterado, com Itália, Rússia e Canadá fechando o quadro das dez maiores economias. (...) O dólar num patamar mais elevado tornou o PIB brasileiro mais real, acrescentou José Eustáquio Vieira, economista do Ipea. Em sua avaliação, os números brasileiros eram "artificiais" em decorrência de um câmbio distorcido. - O câmbio, sem dúvida, estava muito apreciado. Porém, se o câmbio passar dos R$ 2,10, o país deixa de ter uma taxa de câmbio competitiva para ter uma taxa que prejudica o crescimento econômico. (...) Já o professor Fernando de Holanda, da Fundação Getulio Vargas, diz que comparar os PIBs dos países é uma metodologia inadequada. - É possível tornar um país rico, apenas apreciando o câmbio. É um indicador inadequado. Para Gilberto Braga, professor do Ibmec-RJ, os efeitos positivos da alta do dólar não estão sendo sentidos devido ao fraco desempenho da indústria. Já os aumentos dos preços de insumos importados poderão provocar pressão sobre a inflação. - O Brasil está sofrendo os malefícios da alta do dólar sem desfrutar dos benefícios - avaliou o economista que projeta alta de 2,6% no PIB deste ano. - Os preços dos combustíveis, por exemplo, que afetam os custos de logística, estão sendo subsidiados pelo governo. É uma bomba-relógio que vai estourar. (...) |
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