Editorial de 'O Globo' em defesa da imprensa livre entra para a história das lutas democráticas no Brasil
do Grupo Abril e editor de VEJA:
"A imprensa livre é os olhos e ouvidos da nação" (Germano Luders)
VEJA
Sob o título "Roberto Civita não é Rupert Murdoch", o jornal O Globo publicou um editorial que ficará na história das lutas democráticas no Brasil. O jornal da família Marinho levantou-se contra as tentativas políticas de criminalizar o trabalho jornalístico de VEJA comparando-o à teia de ações ilícitas promovidas por publicações do australiano Murdoch na Inglaterra.
"Blogs e veículos de imprensa chapa-branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista VEJA na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta", escreveu o jornal.
O Globo lembra que a motivação da campanha é uma vingança contra a revista por suas reportagens contundentes que desbarataram quadrilhas de corruptos e desagradaram a alas petistas.
O jornal desmontou a acusação mais odiosa
contra Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo
Abril e editor de VEJA:
"Comparar Civita com Murdoch é tosco exercício
de má-fé".
Na sexta-feira passada, também em editorial, o jornal Folha de S.Paulo reafirmou sua convicção de que o movimento orquestrado contra VEJA tem motivações políticas:
"Tampouco surgiu até agora qualquer indício de má
conduta que justifique a intimação de jornalistas da revista VEJA para
depor".
O alvo mais direto da armação política é Policarpo Junior, diretor da sucursal de VEJA em Brasília e um dos redatores-chefes da revista. O ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor pediu sua convocação para depor na CPI. Policarpo não é propriamente admirado entre aqueles políticos que se movem nas sombras do poder.
Como repórter, foi autor de inúmeras reportagens que revelaram gigantescos esquemas de desvio de dinheiro público e abreviaram a carreira de muitos corruptos. É dele a reportagem que deu origem ao escândalo do mensalão.
A justificativa para convocar Policarpo? Segundo Collor, o impoluto: "Esclarecer eventuais ligações com a quadrilha".
Bastaram os dois
primeiros depoimentos na CPI para derrubar a farsa collorida. Os
delegados federais Raul Alexandre e Matheus Rodrigues, responsáveis pela
investigação, foram categóricos em afirmar que Policarpo agiu apenas em
busca de informações, não trocou favores com o investigado e fez o que
se espera de um bom jornalista: obteve informações dentro dos limites
legais em benefício do interesse público.
Ana Araujo
Ana Araujo
POLICARPO JUNIOR - Um dos mais competentes jornalistas
investigativos do Brasil foi alvo de campanha movida por
corruptos históricos
investigativos do Brasil foi alvo de campanha movida por
corruptos históricos
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