O PT recuou da investida contra o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, e a CPI do Cachoeira desistiu ontem de convocá-lo. Agora,
enviará a ele apenas perguntas por escrito. Gurgel era acusado por integrantes da comissão, incluindo petistas, de
ter sido moroso na investigação contra o senador Demóstenes Torres
(ex-DEM-GO), suspeito de ser um dos principais braços políticos do
empresário Carlinhos Cachoeira.
A ala do PT mais ligada ao ex-presidente Lula entendeu, porém, que o acirramento da disputa entre a CPI e Gurgel poderia resultar em danos no julgamento dos 36 réus do mensalão, vários deles do PT e de partidos aliados.
A previsão é a de que o julgamento ocorra neste ano, e a acusação será comandada justamente por Gurgel, chefe do Ministério Público federal. Após a ameaça de ser convocado pela CPI, o procurador declarou que seus críticos tentavam proteger "mensaleiros". Ele foi apoiado por ministros do Supremo Tribunal Federal, local do julgamento, o que teria ampliado a apreensão de petistas. Com a troca de acusações, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, deverá liberar os autos até o fim do mês, possibilitando o julgamento.
Emissários dos réus procuraram então petistas para pedir que atenuassem o tom dos ataques a Gurgel.
Apesar de o presidente do PT, Rui Falcão, ter dito que a comissão servirá para desmascarar os autores da "farsa do mensalão", aliados de Lula -incentivadores da comissão- começaram a mudar o discurso.
(Mais na Folha de São Paulo)
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