Por Reinaldo Azevedo
Nos anos de 1991 e 1992, o PT era um partido de oposição e achava que a VEJA prestava relevantes serviços ao país. E prestava mesmo! Ontem como hoje. Se algum parlamentar da base collorida sonhasse em enviar a imprensa para o banco dos réus, o partido certamente reagiria. Por amor à democracia? Não! Esse, tínhamos nós. Os petistas tinham apenas um projeto de poder.
Quando
chegaram lá, elegeram a imprensa livre como sua principal adversária –
justamente aquela que era paparicada na véspera. Afinal, algo havia
mudado: no poder, o PT, como acontece com todo mundo que vence a
eleição, deixou o papel de pedra para ser vidraça; deixou de investigar
para ser investigado. E não se conformou.
Uma banda do
partido não teve dúvida. Juntou-se com o seu adversário de antes – e as
capas da VEJA valem por uma folha corrida – para tentar perseguir o
jornalismo independente. Tentem saber, hora dessas, por curiosidade, o
que fazia o lixão que hoje ataca a revista. Para fazer o que se vê acima
– e o que se viu nos governos que se sucederam –, é preciso ter
coragem.
Quem vive de rastros, implorando dinheiro oficial para existir,
nao consegue ser dono nem da própria opinião, tanto menos de um
jornalismo crítico e independente.
A imprensa que tem vergonha na cara não mudou. Essa é a história.
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