Deputados de oposição querem que o ex-presidente Lula explique à CPI mista do caso Cachoeira se pressionou ou não ministros do Supremo Tribunal Federal a mudarem a data de julgamento do caso do mensalão.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou nesta terça-feira um requerimento da CPI do Cachoeira pedindo que o ex-presidente explique como obteve informações da viagem do ministro Gilmar Mendes a Berlim, onde ele se encontrou com o senador Demóstenes Torres e sobre a qual se levantou suspeitas, como a de que teria sido paga pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira — fato já negado pelo magistrado.
A oposição reforça o discurso de que Lula e o PT queriam a CPI para atrapalhar o julgamento do mensalão.
O deputado vai tentar colocar o pedido em votação na sessão desta quarta-feira da CPI.
— Vamos dar a oportunidade que a CPI questione o presidente Lula da mesma maneira como questionou o procurador-geral da República. Vasculhando todas as operações Monte Carlo e Delta não tinha nenhuma informação de que o ministro viajou para Berlim. Quem são essas fontes que informaram ao presidente e não informaram à CPI? Daremos à esta CPMI a possibilidade de indagar por escrito por que o ex-presidente detinha informações que ninguém da CPMI tinha e que nem a Polícia Federal ainda nos havia informado — explicou Onyx.
Tucanos criticam Lula e dizem que PT controla CPI
O líder do PSDB, Bruno Araújo, também subiu à tribuna da Câmara para criticar a atuação do ex-presidente Lula. Segundo o tucano, desde o início da CPI o PT deixou claro que era seria usada politicamente:
— Fica claro quando se diz que havia o controle da CPI, que esse controle é o mesmo para o qual alertávamos desde o primeiro momento da construção dessa CPI. O verdadeiro propósito talvez fosse muito menos desarticular o crime organizado, mas de assustar o Supremo Tribunal Federal, de achincalhar o procurador-geral da República, de trazer os meios de comunicação do país para o debate da comissão. Porém essa parte do PT não teve o devido apoio na comissão.
O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) também criticou duramente o ex-presidente.
— O impeachment de um presidente passa basicamente por duas agressões à Constituição: a primeira é o perjuro, que é mentir depois do juramento; a segunda, tão grave quanto a primeira, é obstruir a Justiça — defendeu.
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