Mais do que necessária, é crucial a repercussão de sua carta aos defensores da democracia e do estado de direito.
Ou: conversa com os que pretendem preservar o regime de liberdades.
NÃO É SÓ A LIBERDADE DA IMPRENSA QUE ESTÁ EM JOGO, TAMBÉM É A SUA!
OU: QUEREM FAZER DA CPI UM TRIBUNAL DE EXCEÇÃO CONTRA A IMPRENSA, O STF E A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
Minhas caras, meus caros,
leia-se a melhor literatura sobre os primórdios do fascismo ou os
primeiros dias que se seguiram aos golpes comunistas, e o observador
atento vai constatar uma característica invariável a marcar a
consolidação desses regimes tirânicos: direitos fundamentais — alguns
então e ainda garantidos em lei, outros nem especificados porque
considerados parte da vida civilizada — passam a ser tratados como se
fossem privilégios inaceitáveis de uma minoria.
Assim se mandaram os
“burgueses e os reacionários” para o paredão ou os judeus para os campos
de concentração e a morte. Em nome do fim de privilégios que eram
apenas direitos!
E foi, sim,
sob o silêncio cúmplice de muitos. Não se enganem: nem os regimes
comunistas nem os fascistas se instalaram sem o consentimento, ainda que
passivo, de amplas camadas da população.
Ao contrário: esse apoio
popular foi usado para legitimar e tornar corriqueira a violência.
(...)
É um engano, uma tolice ou pura expressão da má
fé considerar que estão querendo levar apenas a VEJA para o banco dos
réus. Aliás, se assim fosse, talvez estivéssemos diante de evento de
gravidade menor porque haveria uma acusação e seria garantido o direito
de defesa.
Querem, isto sim, é levar a imprensa a um tribunal político.
Primeiro a VEJA, não por acaso, e depois o resto.
(...)
Não é a VEJA apenas, é a imprensa
Não é só a VEJA que estão tentando colocar na berlinda, não! É a imprensa como um todo. Com o que se tem até aqui, aprove-se ou não o depoimento de quem quer que seja, está decretada a morte do sigilo da fonte e da apuração jornalística.
Não é só a VEJA que estão tentando colocar na berlinda, não! É a imprensa como um todo. Com o que se tem até aqui, aprove-se ou não o depoimento de quem quer que seja, está decretada a morte do sigilo da fonte e da apuração jornalística.
Ao contrário do que pensam alguns
tontos, isso não atenta só contra a liberdade da imprensa.
Isso atenta
contra a liberdade de todos os brasileiros.
(...)
Por que só agora?
Por que só agora se arma esse circo? Bem, desde o primeiro dia, como vocês sabem, alertei que um só objetivo estava em jogo — e não era punir Cachoeira e sua gangue. Nunca foi.
Por que só agora se arma esse circo? Bem, desde o primeiro dia, como vocês sabem, alertei que um só objetivo estava em jogo — e não era punir Cachoeira e sua gangue. Nunca foi.
Os mensaleiros, sob a
liderança de Lula, agarrado a seu ódio, querem submeter ao enxovalho
todas as instituições do país. Usam-se o inquérito da Polícia Federal e
as gravações para tentar arrastar para o lixão o Supremo Tribunal
Federal, a Procuradoria-Geral da República e a imprensa. Sob qual
acusação? Nenhuma! Pretende-se fazer da CPI um tribunal de exceção.
(...)
A rede
criminosa que se espalha na Internet — digo em outro post do que ela é
capaz — está convicta de que o poder petista, como os diamantes, é
eterno e imagina uma situação que vai disso que vemos para pior. Pede,
sem meias palavras, o que chama de “Lei dos Meios de Comunicação” — ou
“Ley de Medios”, dizem alguns bandidos, citando, cheios de excitação, a
Venezuela de Hugo Chávez.
Na semana passada, Rui Falcão, presidente do
PT, anunciou que a imprensa é um dos alvos do governo, depois dos
bancos.
Querem a liberdade de imprensa de joelhos diante do tribunal
presidido por José Dirceu, o rei da ética, aquele rapaz que foi no mês
passado à Venezuela, em companhia do marqueteiro do PT, para dar uma
forcinha a Chávez.
Quando os
tucanos, no governo FHC, eram os alvos do jornalismo investigativo,
nunca ninguém se lembrou de fazer uma CPI para submeter a imprensa a um
tribunal político. Considerava-se tal hipótese simplesmente impensável —
e os próprios tucanos, diga-se, não intentariam algo parecido. O
jornalismo era, então considerado virtuoso por investigar eventuais
desvios havidos no governo FHC ( nunca ninguém indagou qual era a fonte;
tampouco a PF pôs para circular conversas de jornalistas) e operava em
estreita ligação com o PT. Imaginem uma gravação da PF registrando as
conversas dos divulgadores do Dossiê Cayman e suas fontes ilibadas… AS
REPORTAGENS DA VEJA RESULTARAM NA EXPLICITAÇÃO DE CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Com a chegada do PT ao poder, tudo mudou.
Criminoso passou a ser o jornalismo independente — enquanto a corja
financiada por dinheiro público se dedica, cotidianamente, a agredir a
oposição, o Judiciário e a própria imprensa. Para eles, não há CPI. Ao
contrário: juntam-se a Fernando Collor para enviar a um tribunal
político quem honra a independência.
Outros,
antes de nós, resistiram a pressões ainda piores. Estes que estão aí nem
são os piores inimigos que a liberdade de imprensa já enfrentou. E
resistiremos mais uma vez.
Quis o destino que Lula e Collor viessem a se
juntar, 23 anos depois do enfrentamento nas urnas, contra a liberdade
de imprensa.
Um está a exercer a sua conhecida natureza. O outro termina
por revelar a sua. Uma não aprendeu nada nem esqueceu nada. O outro
esqueceu tudo. O momento não é dos mais edificantes, mas me sinto
intelectualmente recompensado. Há muitos anos venho dizendo que eles
chegariam a este ponto. E chegaram. E mais longe chegarão se puderem.
Não se depender dos defensores da ordem democrática e do estado de direito. A Constituição vai derrotar a conspiração do ódio.
Íntegra AQUI.
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