Inadimplência demora mais a cair do que previsto
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O Brasil está atravessando a quarta crise de inadimplência dos últimos 15 anos. E, desta vez, a onda de calotes dos consumidores está demorando mais a passar. A demora frustra os planos do governo de obter uma arrancada mais forte da economia com pacotes de incentivo ao consumo, como ocorreu na crise de 2008.
Nos últimos meses, a economia andou de lado, influenciada principalmente pelo baixo nível de investimentos e pela frustração com a produção do campo.
O governo baixou impostos para facilitar a venda de geladeiras a carros. Segundo os primeiros dados do comércio, o consumidor reagiu, mas sem euforia.
O governo baixou impostos para facilitar a venda de geladeiras a carros. Segundo os primeiros dados do comércio, o consumidor reagiu, mas sem euforia.
A principal explicação está na inadimplência.
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A maior dificuldade do brasileiro para pagar as dívidas em comparação com outros períodos de pico de calote se deve à forte ressaca do consumo. Pesquisa da Serasa Experian, feita em março com 350 mil inadimplentes, revela que 64% deles tinham dívidas em atraso que superavam 100% da renda mensal. Ficaram de fora pendências com contas de água, luz e outros serviços.
"Isso significa que, para limpar o nome, a maioria dos inadimplentes precisa desembolsar o salário inteiro do mês", diz o economista responsável pelo indicador, Luiz Rabi. É o pior resultado em dois anos.
Em 2001, 2005 e 2008/2009, a disparada do calote foi provocada pelo aumento do desemprego. Desta vez, no entanto, o desemprego bate recorde de baixa e a inadimplência, de alta, só que por excesso de endividamento.
O comércio e os bancos têm avaliação semelhante. Na semana passada, o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, disse que a inadimplência deve começar a se estabilizar no fim do ano. Até lá, o calote e as provisões para possíveis perdas devem continuar subindo.
"A inadimplência não deve ceder rapidamente. O retorno para níveis normais deve ocorrer mais para o fim do ano", prevê o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri.
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Mas dados preliminares mostram que, na primeira quinzena de junho, o calote voltou a subir num ritmo superior ao das renegociações, invertendo a tendência observada desde abril.
(Com Agência Estado)
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