Luiza Erundina vai mesmo recusar a vaga de vice na chapa de Fernando Haddad?
Se não foi tomada pela
Síndrome Mercadante, o homem que inverteu o sentido da palavra “irrevogável”,
sim!
Mas que diabos aconteceu? Ela já tinha dado algumas entrevistas depois que
estava claro que o PT celebraria um acordo com o deputado do PP. Chegou até a
fazer uma distinção entre princípios ideológicos e questões políticas, um troço
meio confuso, mas cujo sentido era mais ou menos este:
“A aliança eleitoral não
compromete necessariamente o projeto”. O que mudou?
Erundina tinha
deixado claro na entrevista ao Estadão que aceitava o apoio envergonhado de
Maluf, mas não dividiria com ele o palanque — nem o eletrônico. Também havia
entendido que o ex-governador biônico e ex-prefeito seria quase uma peça
decorativa na aliança e na campanha. O preço de Maluf, no entanto, era mais alto. Não aceitou ser tratado como rapariga do
coroné Lula. Quis celebrar o evento aos olhos da sociedade!
A ex-prefeita
percebeu que peça meramente decorativa no jogo é ela. A “nordestina de origem
humilde” é o tributo que a aliança viciosa “das elites” (como eles dizem) estava
prestando à virtude.
Por Reinaldo Azevedo
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