segunda-feira, 11 de junho de 2012

Governo gasta SEIS VEZES mais no Haiti do que em investimentos em segurança para os brasileiros

O que começou como uma operação emergencial de seis meses, com um custo previsto de R$ 150 milhões, completou no início deste mês oito anos de duração, a um preço de quase R$ 2 bilhões.

A operação militar do Brasil no Haiti, iniciada em 1º de junho de 2004 como parte do plano do governo Lula para obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, consumiu até agora mais de seis vezes o que foi gasto pelo governo federal com a Força Nacional brasileira entre 2006 e 2012.

Além disso, equivale a cerca de dois anos de gastos do principal programa de segurança pública da União, o Pronasci.O valor de R$ 1,97 bilhão, já descontada a inflação do período, foi obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação junto ao Ministério da Defesa.

A conta total é ainda maior, pois o ministério alegou não dispor de informações sobre auxílios, indenizações e outros benefícios previstos numa lei, criada após a entrada do Brasil no Haiti, que trata da remuneração de militares que atuam em missões internacionais de paz. Mais de 16 mil militares brasileiros estiveram no país desde 2004. Segundo o levantamento, uma boa parte do dinheiro gasto pelo Brasil no Haiti foi dirigida à modernização de equipamentos. O Brasil adquiriu veículos (R$ 162,3 milhões), explosivos e munições (R$ 24,3 milhões), armamentos (R$ 22 milhões) e embarcações e equipamentos para navios (R$ 18,1 milhões).
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Um dos generais que lideraram a missão no Haiti disse, sob garantia de não ser identificado, que o Brasil "já devia ter pensado em sair" do país caribenho. O oficial reconhece que o Brasil não vai retirar suas tropas "tão cedo" e por uma razão política: a missão é usada como cartão de visitas do Brasil no exterior, como um exemplo de sucesso.  

(Da Folha de São Paulo)

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