E se os professores decidissem puxar um fumo para chamar a atenção da imprensa?
Por Reinaldo Azevedo
Se
os professores das universidades federais querem que seus movimentos
reivindicatórios sejam notícia, devem migrar para as universidades
estaduais de São Paulo — USP, Unicamp e Unesp.
Ao menos enquanto o PT estiver no poder. Não sei se entenderam a ironia da coisa…
Ao menos enquanto o PT estiver no poder. Não sei se entenderam a ironia da coisa…
Há 46 universidades federais e dois institutos técnicos em greve. A maioria está parada há 49 dias.
Os profissionais reivindicam a apresentação de um plano de carreira. Em algumas unidades, reclamam da falta de condições adequadas de trabalho.
Na USP, por exemplo, tudo é notícia. Há dias, um grupelho de maconheiros se reuniu para queimar mato na universidade. Havia uma multidão de… 20 pessoas (!!!), num universo de mais de 80 mil alunos.
A turma ganhou alto de página nos jornais. Alguns cronistas resolveram fazer digressões sobre o caráter, digamos, “progressista” daquela manifestação.
A greve nas federais e as péssimas condições de trabalho em muitos campi são praticamente ignoradas pela quase totalidade da imprensa nacional. É como se não existissem. Há cursos funcionando em barracões. Há esgoto a céu aberto. Faltam laboratórios. E, no entanto, um grande silêncio.
Quando uma informação ou outra chegam aos jornais, não se toca no nome daquele que comandou a área durante seis anos: Fernando Haddad.
É o autor do modelo que está aí, que faz dele, segundo Lula no programa do Ratinho, “o maior ministro da Educação que este país já teve”. Talvez os professores das federais devam queimar um fuminho no campus. Maconha é sempre uma pauta muito influente…
Só para arrematar: no ano passado, boa parte das federais ficou em greve por quatro meses. Ninguém deu a menor pelota. Se a greve não serve para desgastar tucanos, então não é notícia.
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