terça-feira, 12 de junho de 2012

O EXERCÍCIO DA CIDADANIA É A MAIOR PROVA DE AMOR PELA HUMANIDADE



A vida em sociedade é um desafio que cada vez mais nos assusta pela complexidade em conciliar família e trabalho, em dividir o tempo e a atenção entre os diferentes grupos de convivência, em atender à multiplicidade de compromissos, enfim, nem sempre conseguimos definir o que é prioridade nem selecionar o que realmente temos que fazer e o que pode ser dispensado.
Somos vítimas de cobranças que fazem parte do mundo moderno, somos levados a acreditar que devemos assumir a integralidade do ser humano sem a preocupação com nossas limitações.

Nessa gigantesca teia de obrigações, agimos mais por imposição do que por vontade ou necessidade. Na verdade, somos escravos de pressões mútuas que criam um círculo perverso de patrulhamento e nem temos ideia de quem dita certas regras absurdas que nem ao menos questionamos.


Nessa onda, há muitos grupos que se aproveitam para lançar tendências, que vão da moda, passam por questões que envolvem saúde, educação de filhos, entre outros temas do cotidiano, e chegam a traçar diretrizes que interferem no comportamento das pessoas.

O que tudo isso tem a ver com cidadania e com o dia dos namorados?

A cidadania deveria ser entendida como um bem inestimável. Se todos os habitantes participassem integralmente da vida política e social de sua comunidade, não apenas como uma massa uniforme, obediente e servil, muito pelo contrário, trocando habilidades e respeitando as diferenças, chegaríamos a uma qualidade de vida digna, viveríamos num paraíso. 

A "MASSA" SEM IDENTIDADE APENAS SOBREVIVE, O "CIDADÃO" FAZ A ESCOLHA PELA VIDA.

E votar é uma das conquistas de quem fez a escolha pela vida.
A própria palavra eleição tem esse significado, o poder de decidir quem queremos que administre ou fiscalize o dinheiro de nossos impostos, mas também o direito de escolher quem vai conviver ao nosso lado, quem merece nosso carinho, quem nos inspira ao amor.

Nascemos para ser livres, o Criador não conduz nossos passos, não comanda nossas ações, não impõe sentimentos nem afeta nossas emoções. Como Pai amoroso, oferece-nos todas as possibilidades e cabe a cada um de nós decidir quais caminhos devemos seguir, reservando-nos o direito de mudar de ideia.

Não importa o tempo, a distância, os desencontros, o que une as pessoas e define escolhas é algo anterior ao entendimento - é a afinidade, que irradia e permanece mesmo que as pessoas se separem, mesmo sem conseguir fazer parte, mesmo que nem cheguemos a conhecer quem ou o que poderia nos completar.
É a vitória do permanente sobre o passageiro.

Assim, deixemos fluir o mais sutil dos sentimentos, que faz parte de nossa essência e que se manifesta com independência, alheio às pressões da sociedade - o AMOR.

Encerro com trecho de uma linda poesia da saudosa conterrânea Zezinha Rezende, meu lema de vida:

"Nunca deixes de aproveitar 
Uma hora feliz que a vida te ofertar
Pois nada encontrarás nesta vida
Que sirva de consolo a essa hora perdida."

Mais um pouco:

Cantiga de Rosa (do livro Rosa Desfolhada):

Ao contrário dos jardins
que há rosas em profusão,
na vida são mais espinhos

que ferem a nossa mão.

 
Não amargures a vida
lembrando coisas penosas,

a roseira tem espinhos

mas só colhemos as rosas.


Colhe a rosa que te couber
perfumada e colorida,

e esquecerás os espinhos

que te feriram na vida.


Não abras muito a janela
pois o vento pode entrar

e a tua rosa tão bela

poderá se desfolhar.

Cultiva, por isso, a rosa,
mesmo entre espinhos nascida,
porque os espinhos são muitos
e poucas rosas na vida!



Um comentário:

  1. Rose, adorei o texto! Penas que a maioria das pessoas não saibam o que é ser cidadão! Amei o poema! Somos rosas e com espinhos sim; os espinhos nada mais são que a proteção/defesa natural do ser.Minhas pétalas exalam meu perfume...meus espinhos protegem minhas pétalas fazendo com que as pessoas aprendam a manejar-me. Bjs

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