Não é a primeira vez que os petistas recorrem ao preconceito para tentar virar o jogo eleitoral. Em 2008, o marqueteiro João Santana, que vai cuidar da campanha de Haddad, colocou um programa no ar questionando se o prefeito Gilberto Kassab era casado e tinha filhos. Naquela ocasião Marta foi a vilã, agora é a vítima.
Contrariando o mote da campanha, a vice da chapa é Luiza Erundina (PSB), que tem 78. Mas só o tempo dirá quem tem a alma mais encarquilhada pelos ideias ultrapassados, que fracassaram e deixaram um rastro de tragédias pelo mundo.
Augusto Nunes
Para balear José Serra, Fernando Haddad sacou da maleta a certidão de nascimento.
“Um homem novo para um tempo novo”, diz o slogan do candidato à prefeitura de São Paulo que o PT engoliu por ordem de Lula. Haddad tem 49 anos. Serra, 70.
Em outubro de 2008, quando partidários de Eduardo Paes incluíram a diferença de idade no repulsivo balaio de espertezas forjadas para convencer o eleitorado carioca a aposentar Fernando Gabeira, publiquei no Jornal do Brasil um artigo com o mesmo título deste post.
A reprise ensaiada pelo filhote de Lula exige a republicação do texto.
AQUI.
Em 1984, Paulo Maluf amparou-se na mesma fraude para enfrentar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.
“O Brasil não deve eleger um presidente com mais de 70 anos de idade”, começou a recitar o candidato do regime militar agonizante. A ladainha foi silenciada pela curta réplica de Tancredo:
“A Inglaterra, no auge da Segunda Guerra, foi conduzida com sabedoria pelo ancião Churchill.
Roma antiga, no entanto, foi incendiada pela estupidez do jovem Nero”.
Juventude costuma ser sinônimo de inquietação, rebeldia, independência. Fernando Haddad faz tudo o que lhe ordena o padrinho sessentão. Prisioneiro de teses empoeiradas, com a cabeça estacionada em outros séculos, a invenção de Lula é um Eduardo Paes que ainda não soube da queda do Muro de Berlim.
De novo, o maior adversário de José Serra é o próprio José Serra.
Ele terá de mostrar ao eleitorado, com a veemência e a clareza que lhe faltaram em 2010, que a velhice política não é determinada pelo calendário gregoriano, mas pela idade das ideias.
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