A coligação formada por PSDB, PSD, DEM, PR e PV oficializou neste domingo a candidatura do tucano José Serra a prefeito de São Paulo. Em evento para 3 000 pessoas em um ginásio na zona sul da capital, Serra apresentou os anos de experiência - na vida e na política - como seu grande trunfo sobre o adversário Fernando Haddad, do PT. Serra completou 70 anos. Haddad tem 49. A campanha do PT tem usado a pouca idade de seu candidato para vender a ideia de que ele simboliza o novo para São Paulo.
“O tempo não desgasta os que plantam sonhos no coração das pessoas. Experiência é virtude”, afirmou Serra. “Não estou aqui para experimentar, para tentar fazer, mas para levar São Paulo para frente.”
O candidato tucano centrou suas críticas na ex-prefeita da cidade Marta Suplicy, do PT, e evitou referências diretas a seu oponente desta eleição. Serra rememorou em discurso de 40 minutos a situação em que encontrou a prefeitura quando sucedeu Marta, em 2005. Falou do caixa vazio, da fila de credores, das escolas de lata e do turno da fome nas escolas da capital.
“Substituímos o gogó por melhorias efetivas. Trabalhamos duro para recuperar São Paulo e pusemos as finanças em ordem”, disse o tucano.
“Nesta campanha vocês vão ouvir os adversários falarem mal de São Paulo, gente que sequer a conhece, que fez pouco ou nada por ela. Eles não passarão.”
Coube aos senadores tucanos Aloysio Nunes e Alvaro Dias desferir ataques frontais a Haddad. O governador Geraldo Alckmin engrossou o coro. “São Paulo não é a terra da rendição, é a terra da resistência; não é a terra do mandonismo, é a terra da liberdade; São Paulo não é a terra de candidato tirado do bolso de colete, São Paulo é a terra do povo. E Serra é o candidato do povo”, afirmou o governador.
Alvaro Dias classificou como uma “lambança” a atuação do candidato petista no comando do Ministério da Educação.
“Haddad deixa um legado de mentira, falsificação e incompetência na educação brasileira”, disse o líder do PSDB no Senado.
Aloysio comparou o adversário a um animal que cumpre as ordens de seu mestre.
“A democracia, que está no nome do PSDB, é o que nos diferencia do partido que comanda o governo federal. Lá as pessoas são obrigadas a obedecer a vontade do dono do partido. Ele impôs um candidato oficial que desfila por aí como um urso adestrado, levado pela coleira.”
Depois de dizer em março que o sonho de ser presidente da República estava adormecido - ele já concorreu duas vezes ao cargo -, Serra foi taxativo neste domingo: “Meu sonho é voltar a ser prefeito da cidade que eu amo. Eu me preparei a vida toda para servir ao povo, seja em qual trincheira for.”
O tucano sabe que enfrentará durante a campanha a desconfiança sobre sua permanência, se eleito, na cadeira de prefeito até o fim do mandato. Ele nega a possibilidade de deixar a prefeitura para se candidatar a presidente em 2014.
Serra evocou a importância do trabalho em parceria entre a prefeitura e o governo do estado. Haddad vem tentando vender a imagem de que sua eleição será melhor para São Paulo porque ele é do mesmo partido da presidente Dilma Rousseff.
“São Paulo tem duas prefeituras, a municipal e a estadual. O governador é o prefeito grande. O que pode haver de melhor para São Paulo do que o entrosamento total entre governador e prefeito, entre Alckmin e eu?”, disse.
“O governo federal arrecada 143 bilhões de reais na cidade de São Paulo e devolve a ela menos de 2 bilhões de reais. Só um prefeito independente pode pressionar para ampliar essa devolução.”
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