terça-feira, 19 de junho de 2012

VERSÕES QUE FAVORECEM O PT IGNORAM OS FATOS

Serra disse a Alckmin que não valia a pena se esforçar por Maluf

Os petistas financiados, disfarçados de jornalistas, estão doidinhos para tentar emplacar na imprensa uma, como dizer?, pauta alternativa. Querem que o noticiário mude de foco. Tentam criar uma intriga entre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Segundo essa versão assalariada, o candidato à do PSDB Prefeitura estaria bravo com o governador, culpando-o por não ter fechado o acordo com Maluf.

Agora os fatos: nem Alckmin nem Serra aceitaram entrar no leilão que Maluf tentou promover. Do governador, ele queria mais espaço no estado; de Serra, o compromisso de nomear desde já alguns aliados. De um, ouviu um “não”; do outro, também.

O PT, como se viu, fez um pagamento antecipado — a nomeação de Oswaldo Garcia para a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades — e ainda garantiu que a área de habitação da Prefeitura fica com os malufistas caso Haddad se eleja.

É assim que Maluf negocia. Política tem preço. Lula decidiu pagar. De fato, Maluf havia prometido apoio à candidatura de Serra, mas estava inconformado com o fato de que não estava sendo devidamente recompensado. E resolveu reabrir o leilão. Como os tucanos não se sensibilizaram, avançou na negociação com o PT.

Alckmin estava nos EUA. A mensagem que recebeu de Serra foi bem distinta daquela que está sendo veiculada pelos petralhas: não vale a pena se esforçar para tentar “reconquistar” Maluf. Ao contrário: o esforço poderia ser contraproducente qualquer que fosse o resultado. Traria junto o desgaste do leilão que ele promoveu.

O encontro de Lula e Maluf, assim, consagra o entendimento que ambos têm da política: um queria vender, e outro queria comprar. É, assim, uma espécie de versão argentária do franciscanismo: é pagando que se recebe.

Por Reinaldo Azevedo

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