Nos últimos dias, mais do que nunca, tenho percebido certo incômodo com a exposição exacerbada das relações pessoais de autoridades envolvidas em escândalos, porém, sempre priorizando a fofoca em detrimento das ações que eventualmente possam causar algum dano ao erário ou à população.
Neste sentido, a espetacularização da política traz ingredientes que nem deveriam constar da pauta dos noticiários, mas, por uma suposta preferência da opinião pública, vale mais a representação do que o fato.
Temos, então, uma sociedade que não avança, como tratei num post, cujo título é "Sociedade com cara de século XX. Parou por que?", prossegui em outro texto, "O Direito de ser Anônimo", no blog ContAqui. E pretendo dar continuidade ao tema.
O caráter indiscutivelmente medíocre por trás dessa onda, provavelmente criada para encobrir as deficiências de quem se utiliza desse tipo de artifício midiático para conquistar projeção, fama e poder, acaba impondo às lideranças talvez mais capazes a obrigação de se expor a certos constrangimentos para não correr o risco de ser excluído da vida pública por falta de atributos tão superficiais e inúteis.
É o caso de um dos mais produtivos nomes da política nacional, porém de uma timidez incontestável, basta conferir os primeiros minutos do vídeo abaixo, o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra.
Autor de programas importantes, José Serra vem superando barreiras para enfrentar o exibicionismo de seus adversários, muito bem orientados pelos marqueteiros.
Enquanto esses fatores continuarem preponderantes em relação ao currículo dos candidatos, teremos a ausência de propostas e a campanha do espetáculo.
Que desperdício!
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No fundo, meu caro blogueiro, o povo bovino nao se importa com curriculos ou ficha corrida dos candidatos. A grande massa votante, acostumada a ver TV e torcer por personagens de novelas, nao consegue pensar em outra coisa que esteja ali, bem visível, bem mastigada, melhor dizendo.
ResponderExcluirPesquisar sobre o que faz ou o que pensa este ou aquele candidato dá muito trabalho, preferem gastar o tempo olhando qual esmalte de unha daquela atriz ou quantas vogais existem no samba enredo da sua escola de samba.
Somos um povo medíocre, leniente e corrupto. Brincamos de ser cidadão apenas quando a tragédia nos atinge, desde que nao nos dê muito trabalho para receber ajuda.