Ainda convalescendo da vaia em São Bernardo do Campo, Dilma Rousseff voltou a ouvir no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o mais desconcertante dos protestos sonoros.
O neurônio solitário deve estar pálido de espanto com o enigma . No fim de junho, uma pesquisa do Ibope informou que apenas 8% dos brasileiros reprovam o desempenho da presidente. E comunicou à nação que o recorde estabelecido pela chefe de governo colocou Dilma Rousseff à frente de todos os seus antecessores desde a Proclamação da República.
Como combinar as duas informações do Ibope com duas vaias separadas por apenas 24 horas?
Se o preço da encomenda for suficientemente estimulante, o comerciante de porcentagens escolhido para o serviço conseguirá decifrar o enigma com uma pesquisa restrita aos participantes das manifestações. Ficará provado que os mesmíssimos 8% de eternos descontentes, disfarçados de estudantes, juntaram-se ─ para fingir que são muitos ─ tanto no ato de protesto em São Bernardo quanto na reprise ocorrida no Rio.
A pesquisa provaria que esses inimigos da pátria resolveram piorar o péssimo humor da presidente e, sobretudo, atrapalhar a vida mansa dos fabricantes de estatísticas com a invenção de outra brasileirice: a vaia ambulante.
E Dilma ficaria feliz ao saber que a vaia desta sexta-feira saiu das mesmas gargantas que a hostilizaram na véspera. E já se preparam para a terceira rodada de apupos.
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