quarta-feira, 25 de julho de 2012

"CHEQUE EM BRANCO" MUDOU O CURSO DA HISTÓRIA

O jornalista Ricardo Noblat relembra o dia em que Lula sai em defesa de Roberto Jefferson. Foi justamente quando o ex-presidente garantiu que assinaria um cheque em branco para o então deputado.
Dá para entender, então, porque Roberto Jefferson retribuiu a gentileza e disse na CPI que Lula era um homem "probo".
Agora seu advogado aponta o dedo para quem seria o comandante do esquema e, mesmo assim, o petebista continua fazendo o jogo de "morde e assopra", algo semelhante ao que faz Marcos Valério.
Não é à toa que Lula sumiu do mapa, deve estar aterrorizado com os "recados" de seus parceiros à época.

(Notícia aqui publicada em 14.06.2005)
Agência Estado

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), acusado de participar de um suposto esquema de cobrança de propina nos Correios.

Lula abriu o almoço com os líderes da base aliada, no Palácio do Planalto, avisando que o Roberto Jefferson tem a sua "solidariedade" e pediu ao líder do PTB, José Múcio (PE), que transmitisse a mensagem ao deputado.

"Precisamos ter solidariedade com os parceiros", declarou o presidente, acrescentando que "não se pode condenar ninguém por antecipação" e que a relação do governo com o PTB não muda.

A solidariedade de Lula a Jefferson foi confirmada pelo líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Depois da defesa do deputado no plenário da Câmara, no Planalto, a avaliação era de que o deputado havia se saído bem e que as suas explicações foram convincentes.

Além de convincente, houve quem traduzisse a fala dele também como tranqüilizadora. Mas todos aguardam a completa apuração dos fatos para poderem emitir completo juízo de valor."


Outras matérias também indicavam que Jefferson tentara livrar PTB e Lula do "mensalão"

Em depoimento à CPI da Compra de Votos (Mensalão), o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) procurou desvicular seu partido de participação no suposto esquema de pagamento de "mesada" a parlamentares pelo governo em troca de apoio político no Congresso e isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de envolvimento no escândalo, desmentindo acusação feita por ele próprio um dia antes, durante fala do deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) ao Conselho de Ética da Câmara.

Na ocasião, o petebista afirmou que Lula avalizou, com a participação de Dirceu, viagem de emissários do PT e PTB a Lisboa, a fim de negociar com executivos da Portugal Telecom o pagamento de uma "comissão".

Para Lula, disse, retribuiria o "cheque em branco" em demonstração de confiança que uma vez o presidente disse estar disposto a passar para ele.

(Para bom entendedor, meio recado bastava)

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