Embaixador paraguaio na OEA critica posição do governo brasileirol em meio à crise no Mercosul
A decisão da Secretaria Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) de não adotar retaliações contra o Paraguai pela deposição do ex-presidente Fernando Lugo, no dia 22 de junho, deixou um diplomata de sorriso no rosto: o representante paraguaio na entidade, Bernardino Hugo Saguier Caballero.
O resultado da missão da OEA ao país joga um balde de água fria na postura dos órgãos sul-americanos, o Mercosul e a Unasul, que suspenderam o Paraguai de seus quadros alegando "ruptura" política no país, sem que um representante de Assunção sequer estivesse presente à reunião onde a medida foi decidida.
Analistas especulam se o isolamento político do Paraguai do Mercosul poderia levar o país a procurar alternativas de integração – inclusive uma maior relação com os Estados Unidos, um dos países por trás da decisão da OEA de não adotar sanções.
Por ora, a avaliação dos analistas é que é difícil ver um futuro para o país longe de esquemas de integração com seus vizinhos. No entanto, em entrevista à BBC Brasil, o embaixador paraguaio disse que a decisão do bloco "feriu" o seu povo e amargou a relação do país com o Brasil.
Durante a sessão da OEA, Hugo Saguier se mostrou particularmente ofendido quando o representante brasileiro no órgão, Breno Dias da Costa, disse que o colega paraguaio estava ali "por generosidade" – indicando que fazia parte de um governo ilegítimo. Quando a OEA não seguiu a decisão do Mercosul, Hugo Saguier sentiu-se vingado.
"Saibam medir as suas consequências, vocês são como um elefante metido dentro de uma loja de cristal: quando se movem, quebram tudo", disse o representante paraguaio à BBC Brasil.
Veja os principais trechos da entrevista AQUI.
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