terça-feira, 3 de julho de 2012

'O que houve no Paraguai foi ruptura política e não golpe', diz especialista

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Autor de um dos livros mais respeitados sobre o Paraguai no Brasil, "Maldita Guerra", da Companhia das Letras, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Francisco Doratioto diz que a deposição de Fernando Lugo da Presidência "foi ruptura política e, definitivamente, não um golpe de Estado".

"Lugo foi constitucionalmente eleito e constitucionalmente deposto. Não só ele foi eleito, os deputados e os senadores também foram", disse Doratioto, paulista, 55, doutor em história das relações internacionais.


Folha - Foi golpe?
Francisco Doratioto - Houve uma ruptura política e, definitivamente, não um golpe de Estado. Não houve uso de violência, persiste a ordem, não há estado de sítio, a liberdade de imprensa é a mesma de antes --maior que em muitos países da região.
Os procedimentos seguiram as leis e a Constituição paraguaia, que preveem impeachment por "mau desempenho das funções" e não falam em prazos. Poderia ter sido em meia hora, um mês, quem determina é o Senado. Foi um julgamento político.
(...)


E a posição brasileira?
A Venezuela [de Chávez] e a Bolívia [de Evo] não perdem nada com o isolamento do Paraguai, mas o Brasil tem muito a perder. Não é uma questão ideológica.
Basta falar de Itaipu e dos 180 mil brasileiros vivendo no país. Precisa mais?

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