quinta-feira, 5 de julho de 2012

PACotes dos tempos de Sarney. Que retrocesso! Governo lula/dilma esgotou herança do Plano Real e nada mais fez para avançar

Nova resposta à crise
Miriam Leitão, O Globo
O mundo vive um momento grave da crise que começou em 2008. Ela teve um período de redução de intensidade em 2010, mas voltou a piorar. Neste quadro, é natural a queda do ritmo de crescimento.(...)
Está na hora de mudar a natureza da resposta à crise. Até agora, o governo apostou apenas em aumento do consumo via endividamento. A família brasileira tem índices de endividamento menores do que os de outros países, mesmo assim, o custo dos financiamentos é muito alto no Brasil. Por isso o fôlego desse tipo de estímulo é mais curto do que em outras economias.
A redução da Selic e o esforço do governo para provocar a queda do spread bancário tornaram as dívidas mais baratas. Mesmo assim, a inadimplência está aumentando, principalmente das pessoas físicas.
O pacotismo serial do governo conseguiu reduzir a crise em poucos setores e por algum tempo, mas não tem sido suficiente. O último dado da produção industrial mostra isso. O setor de linha branca conseguiu segurar a produção em maio, por causa da queda do IPI. Os outros setores despencaram.
Quando sair o dado de junho, os números de produção de veículos serão melhores. Mas nenhuma retomada tem sido sustentada.
Nada disso é estrutural e o governo deveria pensar em outro caminho. Os dados do site Contas Abertas não deixam dúvidas de que o governo tem investido menos do que tem autorização para investir. Bem menos.
Do total previsto para investimentos em 2012 (R$ 90,1 bilhões), a União aplicou até junho só R$ 18,9 bilhões. Mas a notícia pode ser ainda pior: desse montante, apenas R$ 4,8 bilhões foram de investimentos feitos este ano, o restante, R$ 14,1 bilhões, são restos a pagar, ou seja, pendências do ano passado.
(...)
O governo precisa fazer um balanço dos pacotes setoriais anunciados, de quanto houve de renúncia fiscal, do resultado atingido. Eles custam caro, produzem desigualdades dentro do sistema produtivo e não têm tido resultado importante.
Em vez de perseguir um número de PIB, o governo tem que ter uma proposta, uma agenda. Dentro dela, terá que estar a realização dos investimentos previstos no Orçamento.
O governo não investe, nem deixa investir. O ambiente de negócios no Brasil é hostil ao investimento. Custo da energia é muito alto, carga tributária aumenta todos os anos há duas décadas, sistema tributário é complexo e a logística é deplorável.
Enfrentar essa lista é trabalhoso, exige que a presidente lidere a agenda legislativa em vez de apenas apagar incêndio.
(...)

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