sexta-feira, 31 de agosto de 2012

ParTido condenado na Justiça ainda tem voto - QUE SE FAÇA VALER A LEI "FICHA-LIMPA" PARA EVITAR O VOTO SUJO

Reincidência

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Foi preciso o Supremo Tribunal Federal pregar à testa de João Paulo Cunha o carimbo de corrupto para o PT se dar conta da inadequação de ter como candidato a prefeito um réu em processo criminal.
Foram necessários nove contundentes votos de condenação por corrupção passiva e peculato para que o deputado pensasse em desistir de buscar absolvição "de fato" junto ao eleitorado de Osasco.

Antes disso estava tudo normal. Três ministros gravaram manifestações de apoio para o horário eleitoral.

Míriam Belchior, do Planejamento, lugar tenente da presidente da República, emprestou seu aval considerando "muito importante eleger João Paulo" para dar continuidade ao "modo petista de governar".

Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, ligou o futuro da cidade à eleição do réu: "Com o governo Lula e agora com a presidente Dilma estamos transformando o Brasil. Com uma prefeitura aliada ao governo federal podemos fazer ainda mais. Por isso, em Osasco, vote em João Paulo Cunha".

Aldo Rebelo, do Esporte, externou seu apoio ao "companheiro e amigo" com "muita honra e orgulho" pela trajetória de "serviços prestados aos interesses de Osasco e do Brasil como vereador, deputado estadual, deputado federal e presidente da Câmara".

Pois foi preciso o Supremo demonstrar com todos os efes e erres que antes dos interesses nacionais e regionais João Paulo defendia a causa própria para que o PT passasse a considerá-lo um peso em cima do palanque.
Agora aparecem os engenheiros de obra pronta dizendo o quanto haviam alertado para a impropriedade da candidatura, atribuindo o gesto temerário à vontade de João Paulo que tinha a "máquina" na mão.

Ora, sobre vontades no PT dão notícias mais precisas as candidaturas de Dilma e Fernando Haddad. Quem tem "querer" ali é Lula, que, se alguma preocupação com as aparências tivesse, teria feito João Paulo se recolher.

Mas, não viu nada demais em seu partido concorrer com um réu munido de desculpas esfarrapadas e da certeza na impunidade. 

Diga-se em sua defesa, porém, que o ex-presidente não chegou a essa conclusão sozinho, baseado em coisa alguma.
A sustentar-lhe a impressão de que votos podem perfeitamente transitar numa esfera à parte do mérito, inclusive no tocante aos bons costumes, há o pouco caso do eleitorado quanto à ficha dos candidatos.

Lula mesmo foi reeleito no calor do escândalo do mensalão e do caso dos "aloprados", pegos em flagrante de compra de dossiê contra seu principal adversário.

Severino Cavalcanti elegeu-se prefeito no interior de Pernambuco depois de sair da presidência da Câmara por corrupção (como sucessor de João Paulo), José Roberto Arruda recebeu mandatos de deputado e governador carregando pesadas acusações às costas e vários mensaleiros denunciados em 2005 voltaram à atividade pelo voto em 2006.


Em suma: o alto lá que o STF vai assentando pode muito no balizamento do futuro, mas não pode tudo. E não terá o esperado efeito saneador se o eleitor continuar a reincidir na concessão de seu voto a gente a respeito de quem se pode dizer qualquer coisa, menos que esteja acima de qualquer suspeita.

A “família” podre do candidato do PT!

Fernando Haddad decide agora depredar também a filosofia; ficou abaixo até de Marilena Chaui.

Por Reinaldo Azevedo 

Ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, não basta ser incompetente, como ficou sobejamente demonstrado no Ministério da Educação.   

A pindaíba de boa parte dos campi das Universidades Federais fala por si — a que se somam a barafunda no ENEM e os desastrados kits gays, para ficar em três exemplos. 

Ao candidato do PT não basta se apresentar como aquele cuja identidade é dada pelo outro. Ele se orgulha, por incrível que pareça, de ter uma existência não mais do que derivada, de ser o “candidato de Lula”, o pau-mandado virtuoso.

Porque nada disso basta, Haddad também decidiu depredar a história das ideias, embora se apresente como cientista político e professor. Nesta sexta, fez mais uma de suas considerações estupefacientes. Indagado sobre o mensalão, afirmou o seguinte: 

“Em qualquer agremiação pode-se ter desvio de conduta. Isso vale para um partido, para uma igreja e até para uma família. A ética é um atributo individual, ela não se presta a coletivos.” 

Como é que é?
Em primeiro lugar, o julgamento do Supremo está deixando claro que não se trata de desvio pessoal de conduta coisa nenhuma! Ao contrário: o que se vê é um sistema criminoso em ação, em benefício do partido.

Em segundo lugar, indago: com quem Fernando Haddad andou estudando ética? Até a Marilena Chaui — aquela que acha o eleitorado paulistano protofascista —, na sua brutal ignorância que se finge de sapiência alternativa, poderia explicar ao candidato Haddad que a ética concerne necessariamente ao público. Ela se manifesta na relação dos indivíduos com o mundo dos valores, das normas, da cultura. À diferença da moral individual, que remete às escolhas pessoais do sujeito, a ética é sempre relacional.

Mas a metáfora bucéfala de Haddad não deixa de dizer um tantinho do PT, claro! Comparado, então, o partido a uma família, vamos ver quem eram os mensaleiros: José Genoino, presidente; Delúbio Soares, tesoureiro; José Dirceu, chefe político inconteste; João Paulo Cunha, presidente da Câmara…
Que família podre, não é mesmo, Fernando Haddad

QUAL ORGANISMO, NO BRASIL, AINDA NÃO ESTÁ INFESTADO DE PETRALHAS?

VEJA Online:
 
Pouco antes do choro a portas fechadas com os dirigentes do PT na quinta-feira, o mensaleiro João Paulo Cunha apresentou sua fatura para oficializar a (inevitável) desistência da candidatura a prefeito de Osasco.

Numa clara demonstração de que a condenação por corrupção não abalou sua desenvoltura em fazer política por meios sub-reptícios, cobrou a manutenção de cargos na Ceagesp, o maior entreposto de distribuição de alimentos da América Latina, vinculado ao Ministério da Agricultura, e que o PMDB já trabalha para abocanhar caso o PT perca a hegemonia em Osasco.

O braço de João Paulo na Ceagesp é a irmã, Ana Lúcia Cunha Pucharelli, que comanda todo o setor de Recursos Humanos. Hoje, mais de dez cargos de chefia são ligados ao PT, entre eles o diretor-presidente, Mário Maurici.

Maurici ingressou na política em Franco da Rocha (Grande SP), onde foi prefeito, e fez carreira em Santo André como secretário do prefeito Celso Daniel (morto em 2002). É homem do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).

Há tempos, a Ceagesp é um cabide de petistas. Até um sobrinho do ex-presidente Lula tem cargo na empresa: Edison Inácio Marin da Silva é responsável pelo departamento de entrepostos da capital. Por fim, João Paulo emplacou, como esperado, o vice na chapa em Osasco, seu aliado Valmir Prascidelli (PT).

PADRE MARCELO EMOCIONA JOSÉ SERRA

Um dia depois de perder a dianteira na disputa pela Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) chorou ao participar de uma missa do padre Marcelo Rossi. O tucano foi convidado pelo sacerdote e acompanhou a cerimônia da primeira fila do altar. Chamada "missa de cura e libertação", a celebração tem, tradicionalmente, forte conteúdo simbólico. Rossi falou a Serra sobre a missa há cerca de 20 dias, durante rápido encontro na Bienal do Livro. Na ocasião, ressaltou que a missa era transmitida pela internet a "cerca de 500 mil pessoas". Ontem, outras 15 mil acompanharam a cerimônia in loco. 

"Serra, você vai ver que missa emocionante é essa", avisou Rossi, logo no início. 
O padre pregou sobre superação de adversidades. Durante a palavra, citou um versículo de Eclesiástico. 
"Não entregues tua alma à tristeza e não aflijas a ti mesmo com tuas preocupações", disse, lendo o texto. 
"No mundo, querem nos derrubar com mentiras e inverdades. Aqui não", falou em outro trecho. 
Serra comungou. "Nada poderá me abalar. Nada poderá me derrotar", dizia a música que embalou a ceia.

No fim da missa, o tucano falou. Parabenizou o padre e dom Fernando Figueiredo pelo santuário que vão inaugurar.  
"Eles desconhecem os limites do impossível", disse. 
Depois, chorou ao lembrar que, já no fim da vida, sua mãe recebeu uma bênção de dom Fernando. 
"Isso me marcou muito". Serra recebeu água benta e saiu. 
"A porta está aberta para todos," disse padre Marcelo. "Mas amigo é amigo" concluiu.  
(Folha Poder)

QUEM, AFINAL, É PATETA? QUEM MENTE OU QUEM ACREDITA NO MENTIROSO?




O RÉU AUSENTE

Demétrio Magnoli

A tese da quadrilha, emanada da acusação e adotada pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, orienta a maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do caso do mensalão. Metodologicamente, ela se manifesta no ordenamento das deliberações, que agrupa os réus segundo a lógica operacional seguida pela quadrilha. Substantivamente, transparece no conteúdo dos votos dos ministros, que estabelecem relações funcionais entre réus situados em posições distintas no esquema de divisão do trabalho da quadrilha.

As exceções evidentes circunscrevem-se ao revisor, Ricardo Lewandowski, e a José Antônio Dias Toffoli, um ex-advogado do PT que, à época, negou a existência do mensalão, mas agora não se declarou impedido de participar do julgamento. O primeiro condenou os operadores financeiros, mas indicou uma inabalável disposição de absolver todo o núcleo político do sistema criminoso. O segundo é um homem com uma missão.

O relatório de "contraponto" do revisor, uma cachoeira interminável de palavras, consagrou-se precisamente à tentativa de implodir a tese principal da acusação. Sem a quadrilha a narrativa dos eventos criminosos perderia seus nexos de sentido. Como consequência, voluntariamente, a mais alta Corte vendaria seus próprios olhos, tornando-se refém das provas materiais flagrantes. Juízes desmoralizados proclamariam o império da desigualdade perante a lei, condenando figuras secundárias cujas mãos ainda estão sujas de graxa para absolverem, um a um, os pensadores políticos que coordenavam a orgia de desvio de recursos públicos.

Esse caminho, o sendero de Lewandowski, felizmente não prosperou. Há um julgamento em curso, não uma farsa.
(...)

O enigma é, porém, ainda mais complexo. Como registrou o advogado de defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, há um réu ausente, que atende pelo nome de Lula da Silva.

Toda a trama dos crimes, tal como narrada pela acusação, flui na direção de um comando central. Dirceu, prova o procurador-geral, detinha autoridade política sobre os operadores cruciais do mensalão. Mas acima de Dirceu, no governo e no PT, encontrava-se Lula, "um sujeito safo" que "sempre se mostrou muito mais um chefe de governo do que chefe de Estado", nas palavras do mesmo Marco Aurélio. A peça acusatória, todavia, não menciona Lula, o beneficiário maior da teia de crimes que alimentavam um sistema de poder. A omissão abala sua estrutura lógica.

"Você acha que um sujeito safo como Lula não sabia?", perguntou Marco Aurélio, retoricamente, ao jornalista que o entrevistava.

Ninguém acha - e existem diversos depoimentos que indicam a ciência plena do então presidente sobre o essencial da trama. O mesmo tipo de prova indireta, não documental, utilizada na incriminação de Dirceu poderia - e, logicamente, deveria - ter sido apresentada para pôr Lula no banco dos réus. Mas o procurador-geral escolheu traçar um círculo de ferro em torno de um homem que, coberto de motivos para isso, se acredita inimputável. A opção da acusação, derivada de uma perversa razão política, assombrará o País por longo tempo.

Íntegra  AQUI.

* SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.

JULGAMENTO IDEOLÓGICO DO STF FOI DERROTADO

STF: Lewandowski cometeu ‘harakiri biográfico’

No blog do Cláudio Humberto

Durante intervalo na sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal, um dos seus mais importantes ministros não precisou recorrer a expressões tão líricas quanto firmes, que usa em suas intervenções, para definir o papel do colega Ricardo Lewandowski, ministro revisor que tentou absolver acusados do mensalão.
“Ele cometeu um harakiri biográfico”, disse a um colega, com seu acentuado sotaque regional.
Chamam de harakiri um ritual de suicídio de samurais japoneses.

Abnegação

O revisor Lewandowski segurou o processo por mais de 170 dias, um recorde, e tentou convencer o presidente do STF a adiar o julgamento.

Exorbitou

A função de revisor, meramente técnica, era quase desconhecida, mas Lewandowski tentou torná-la mais importante que a de relator.

Esticando o tempo

Nos primeiros momentos do julgamento, Lewandowski ocupou mais tempo, com seus demorados votos, que o relator Joaquim Barbosa.

Tocando de ouvido

Lewandowski deixou o STF chocado ao sacar um longo "VOTO POR ESCRITO" após Márcio Thomaz Bastos "IMPROVISAR"” uma questão de ordem.



ESQUEMA DO MENSALÃO DE LULA FAZ ESCOLA

‘Mensalinho’ derruba outro petista em São Paulo

Flávio Freire, O Globo

Flagrado em vídeo supostamente negociando apoio financeiro para vencer as eleições internas do PT, o candidato do partido à prefeitura de São Caetano do Sul, Edgar Nóbrega, foi outro que desistiu da disputa nesta quinta-feira.
Em conversa gravada pelo então secretário de Governo do município, Tite Campanella (DEM), em 2009, Nóbrega aparece pedindo R$ 600 mil para que o PT apoiasse a administração municipal, comandada pelo PTB, mais R$ 100 mil para fazer caixa de campanha.

Leia mais em ‘Mensalinho’ derruba outro petista em São Paulo

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

GREVE DOS INOCENTES ÚTEIS, A HISTÓRIA SE REPETE

Alguns editoriais demonstram um estranho deslumbramento com o fato de Dilma "enquadrar" o funcionalismo público.

Dilma decidiu cortar o ponto de grevistas e, para isso, derrubou pelo menos uma liminar na Justiça e estabeleceu 15,8%, distribuídos em três anos, como o índice possível. A ideia em tom de ameaça era a de quem não aceitasse o acordo não teria reajuste no ano que vem.

Quem diria, o governo que se diz do povo arma um esquema para endurecer....com o trabalhador! 

Resolveu, então, encaminhar um projeto de regulamentação da greve do funcionalismo. Justíssima, as greves prejudicam somente a população. Entretanto, o governo do PT, partido que é o "PAI" das greves, tem se empenhado para criar um clima de ódio contra os grevistas. E faz isso com sucesso.

"Tem gente" que é especialista nisso, ou seja, em liderar movimentos populares que prejudicam o povo em geral e os próprios grevistas, mas beneficiam os patrões. Um exemplo AQUI.

Ou os servidores são tão ingênuos a ponto de acreditar que os sindicalistas, parte integrante do governo com cargos e outros privilégios, fariam algo em desacordo com seus pares?

Se a intenção de colocar as massas nas ruas, além de disputar espaço nos noticiários com o julgamento do mensalão, como escrevi num post há cerca de duas semanas, seria a de cooptar apoio da imprensa e da sociedade para poder agir com rigor contra os servidores, sem que percebam que os sindicatos os jogaram na arapuca com o mesmo propósito do governo, o que se lê nos jornais e é repetido à exaustão na TV comprova que a artimanha deu certo.

JUIZ DO STF CITA ATENTADO À CONSTITUIÇÃO

O jornalista Reinaldo Azevedo  publicou texto com o título "Um dia de vexame para José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça" e lembra de um fato gravíssimo. Isso já fora muito bem explicado no post que apontava a patuscada da ministra Ana Arraes, do TCU, que recorreu à lei 12.232, de 2010, que legalizava a retenção dos bônus de volume pelas agências de publicidade nos contratos com as estatais. O jornalista voltou ao tema, depois, em outro texto.
E continua:
Ora, o que fez essa lei? “Legalizou” retroativamente retenções irregulares praticados pelas agências, inclusive SMP&B, de Marcos Valério. Para escândalo do estado de direito, a lei passou a considerar regular o desrespeito ao contrato. Sim, senhores! O contrato assinado pela SMP&B com o Banco do Brasil previa a devolução.

Britto considerou o texto “escrito sob medida”, acusou-o de ter sido feito “intencionalmente” e “maquinadamente” para legalizar o ilegal. Chamou a lei de “atentado veemente” à Constituição.

Quem foi o autor da lei? José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça. Britto ainda foi delicado. Lembrou que o texto originalmente apresentado por ele não trazia essa licença verdadeiramente pornográfica, que foi acrescentada ao texto como emenda. Mas o fato é que isso se deu sob o comando do PT e com a concordância do agora ministro. 

E, é claro!, a lei foi sancionada por Lula.

Em tempo: José Eduardo Cardozo é considerado um dos candidatos a uma das duas vagas no Supremo que se abrem neste ano: a de Cezar Peluso, no dia 3, e a do próprio Britto, em novembro. Com a palavra, em primeiro lugar, Dilma Rousseff. Com a decisão, o Senado da República.

Por Reinaldo Azevedo

FARSA DESMONTADA

Merval Pereira, O Globo

O julgamento do primeiro item do processo do mensalão trouxe definições importantes por parte do Supremo Tribunal Federal que terão repercussão não apenas nas questões jurídicas, mas também no plano político nacional.
As condenações por 10 a 0 até agora de Marcos Valério e seus sócios, de um lado, e do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de outro, assim como a de João Paulo Cunha, até agora por 8 a 2, enterram definitivamente a teoria do caixa dois eleitoral, sacada da mente astuta de algum advogado medalhão — agora, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, a quem era atribuída a tese, passou a negá-la — e que serviu para o presidente Lula tentar reduzir os danos de seu partido, o PT.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que houve desvio do dinheiro público para irrigar o valerioduto e, pela maioria dos votos, deixou claro que o crime de corrupção está definido nos autos, não importa o que foi feito com o dinheiro desviado, se pagamento de dívidas eleitorais ou doações benemerentes.

O ex-presidente Lula, que prometeu, ao sair do governo, se empenhar para desmontar o que chamou de “farsa do mensalão”, agora está diante de uma verdade irrefutável: o STF, composto por uma maioria de juízes nomeados pelo PT, decidiu que o mensalão é uma triste verdade e, por contraponto, a tese do caixa dois eleitoral é que é a farsa.

Da maneira como está transcorrendo, esse julgamento vai se transformar em um novo balizamento para a atividade política, que estava acostumada à ilegalidade, como se ela fosse inevitável no sistema partidário tal como conhecemos hoje. E também estão sendo estabelecidos balizamentos para o exercício do serviço público.
(...)

O caso do ex-diretor do Dnit Luiz Pagot é emblemático. Ele confessou na CPI do Cachoeira que o tesoureiro da campanha da hoje presidente Dilma Rousseff lhe pediu uma relação dos empreiteiros que trabalhavam em obras do governo para pedir financiamento.

Ele mesmo chegou a arrecadar pessoalmente alguns milhões para a campanha de Dilma, o que, admitiu, não foi muito ético.
Pelo entendimento que vai se fazendo no julgamento do Supremo, essa atitude de um servidor público é suficiente para caracterizar peculato e corrupção passiva, mesmo que não se prove que houve beneficiamento aos empreiteiros doadores, mesmo que as doações tenham sido feitas legalmente. E até mesmo que não tenha havido beneficiamento algum.

Leia a íntegra em Farsa desmontada

Um marco no caminho

Miriam Leitão, O Globo

Quebrou-se a certeza da impunidade. O julgamento do mensalão pode ser a mais importante barreira ao agravamento da corrupção no Brasil. Ainda não se tem o fim do processo, não há penas para os que já estão condenados, mas a partir de agora ficará mais difícil a repetição dos mesmos comportamentos dos políticos e de seus nomeados para cargos de confiança.

Os costumes políticos no Brasil começaram a aceitar qualquer coisa, os limites éticos ficaram cada vez mais gasosos nos últimos anos, tudo se aceitava em nome do pagamento de custos de campanha. Não mais.

As desculpas que o Brasil ouviu nos inúmeros escândalos desrespeitaram a inteligência coletiva.
(...)

O peso deste julgamento marcará o Brasil. Aqui sempre se teve convicção de que a impunidade cercaria políticos, governantes, poderosos. É essa convicção que já está quebrada, mesmo antes do fim do processo, e isso servirá como fato dissuasório. Pensarão duas vezes os corruptos antes das suas transações.

Muitos escaparam neste mesmo caso, muitos escaparam em outros casos. Outros sequer foram apanhados. Mas uma enorme barreira foi levantada contra os desvios dos recursos públicos e um passo decisivo foi dado na travessia do caminho que levará o país a mais controle no uso do bem coletivo.

O ministro Gilmar Mendes perguntou-se o que pode ter acontecido ao Banco do Brasil. Tomara que nada mais tenha havido porque o que foi detectado neste processo foi o suficiente.

Mas é bom lembrar que no começo do governo Lula foi criado o Banco Popular do Brasil, que teve vida curta, mas custou caro. Só no primeiro ano gastou mais com propaganda, R$ 24 milhões, do que realizou operações de crédito, R$ 21 milhões.
(...)

Leia mais  AQUI.

Coaf: Delta teve movimentação atípica de R$ 687,5 milhões




Fala curta. Interpelado sobre ter dito ser possível comprar um senador, Cavendish disse que responderá judicialmente
Foto: O Globo / Ailton de Freitas
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, recebeu comunicados de movimentações atípicas de R$ 687,5 milhões nas contas bancárias da Delta Construções. 

As transações se referem aos últimos dez anos, a partir de 2003, e envolvem contas em 11 bancos, com movimentações em pelo menos 20 agências, a maioria no Rio de Janeiro, sede da empresa.

Os comunicados ao Coaf não apontam ilegalidades, mas transações bancárias atípicas que, pela lei de lavagem de dinheiro, precisam ser informadas ao conselho constituído para investigar suspeitas dessa prática criminosa. O relatório referente à Delta, assinado pelo presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, foi remetido à CPI no início da semana. Nesta quarta-feira, o dono da empreiteira, Fernando Cavendish, compareceu à comissão e optou pelo silêncio. 

O relatório do Coaf lista mais de 350 pessoas relacionadas às contas da Delta no Banco do Brasil.
(...)

Leia mais sobre esse assunto em O Globo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

TAL PADRINHOS, TAL AFILHADO

Haddad protagoniza o maior escândalo da campanha eleitoral até agora

Por Reinaldo Azevedo

Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, tem razão. O caso da mentira que seu programa levou ao ar — o homem que estaria esperando há dois anos por uma cirurgia de catarata — é o evento mais grave da campanha eleitoral até agora em São Paulo.

É grave porque se nota que o partido não tem mesmo escrúpulo. Se preciso, mente, trapaceia, mistifica. É grave porque conta com o auxílio de setores da imprensa em defesa da mentira. Ao restituir a verdade — procurada, diga-se, pela reportagem do Estadão —, a Secretaria de Saúde foi acusada de quebrar o sigilo do prontuário médico.

Ou por outra: um setor do jornalismo e o candidato petista adotam a mentira como norte ético. Nunca vi nada assim.
Escândalo, convenham, é que a desgraça alheia seja explorada no horário eleitoral da TV e de forma deslavadamente mentirosa. De agora em diante, a campanha do PT está livre para mentir sobre o que bem entender. Agressão grave passou a ser a verdade.
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Confiram reportagem sobre o caso: 

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, acusou ontem a prefeitura de divulgar o diagnóstico de um paciente da rede municipal de Saúde para desqualificar seu programa eleitoral e beneficiar seu rival na disputa, o tucano José Serra. Na última sexta-feira, a propaganda de Haddad exibiu o depoimento do caminhoneiro José Machado, que afirmou esperar há dois anos uma cirurgia de catarata. Na fala, ele diz que a doença o impediu de trabalhar e prejudicou sua visão. 

O relato foi questionado pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a pasta informou que "a hipótese de diagnóstico" de Machado não era catarata e que não há fila para cirurgia da doença em São Paulo. "Isso me parece um erro grave que a prefeitura cometeu para favorecer uma candidatura", disse Haddad, que criticou a "divulgação do prontuário médico". Questionado sobre a divergência entre os diagnósticos, Haddad disse que o paciente colocaria exames à disposição e que, qualquer que seja a doença, o sistema falhou ao atender Machado. 

Ontem, a Secretaria de Saúde divulgou nota sobre o caso. Disse que iniciou a apuração para averiguar a queixa feita por Machado e negou ter quebrado o sigilo do diagnóstico do paciente.

"A apuração revelou inconsistências entre a versão veiculada na campanha e o que de fato houve. O tempo de espera relatado e o tratamento indicado são notoriamente inverídicos", diz a nota. A campanha de Haddad apresentou pedido de exame de Machado cuja justificativa para a análise é catarata.  

No entanto, a caligrafia em que a doença foi escrita difere da que foi usada para grafar o nome do paciente. 
O PT diz que o material já foi entregue à campanha daquela forma.  

(Folha de São Paulo)

Paulo Souza, ex-diretor do Dersa, lembra ataque que sofreu da candidata Dilma

Por Gabriel Castro e Tai Nalon, na VEJA Online:

Em depoimento à CPI do Cachoeira, o ex-diretor da estatal de transportes de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, se disse injustiçado e negou ter angariado recursos para eleições. 

”Nunca atuei na área financeira de qualquer campanha política”, disse ele.  

O ex-diretor da Dersa reclamou de “calúnias” sobre acusações de ter, em 2010, desviado 4 milhões para campanha do PSDB à Presidência: 

“É muito difícil resistir a uma saraivada de denúncias e calúnias”. “Eu não saio desta casa antes de entregar todos os documentos comprobatórios do que eu falar. Eu pedi a Deus para ser convocado para esta CPI, porque acho que os incompetentes devem continuar com medo de mim”, completou.
(...)

Ele também queixou-se do apelido Paulo Preto, classificado por ele como “pejorativo” e utilizado para, segundo ele, desqualificar sua competência profissional. 

Dilma
Questionado por parlamentares, chegou até a mencionar a presidente Dilma Rousseff, em referência a um debate eleitoral na campanha de 2010. Na ocasião, a então candidata reforçou acusações de que ele teria sumido com 4 milhões da campanha tucana. 
Disse nesta quarta-feira se sentir “constrangido” por ter contra a presidente uma representação. 

“Espero imensamente que a presidente um dia reconsidere essa postura”, disse. 
“Tenho que a presidente fez essa acusação baseada em uma informação infundada.”

Delta
Convocado oficialmente para esclarecer o elo da construtora Delta, suspeita de ligações com Cachoeira, com obras supostamente superfaturadas do governo de São Paulo, Paulo Souza se limitou a dizer que conheceu Fernando Cavendish, mas nunca participou de reuniões em que o ex-diretor da Delta solicitou contratos com a Dersa.  ”Eu não conheço a Delta profundamente, nem nenhuma empreiteira”, disse.

Ataque
Depois de o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot, confirmar à CPI do Cachoeira que usou o cargo para arrecadar recursos para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência, o PT se esforça para recolocar o PSDB como alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito. 
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), abriu a sessão desta quarta-feira afirmando que o PSDB “está sangrando” com as investigações sobre o esquema de Cachoeira, que estendeu seus tentáculos sobre o governo tucano em Goiás. 

O deputado Mendes Thame (PSDB-SP), líder da minoria na Câmara, reagiu: 
“Nunca ouvi uma declaração política tão sórdida, tão deletéria quanto esta do líder do PT”. 

O também deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) ressaltou o caráter autoritário da perseguição petista à oposição: 
“Não somos nem oposição. Somos resistência, para que o Brasil ainda possa dizer: respiramos democracia”.  
Sávio lembrou ainda que o PT é quem está na mira da Justiça, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal, do escândalo do mensalão.

PAGOT CONTA O QUE DEVIA, SIM - ESSA É A FINALIDADE DA "CPI"

Pagot é vítima de um ataque de sinceridade e conta o que não devia

Ricardo Noblat 

Ou é um bom ator ou de fato o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, Luiz Antonio Pagot, foi vítima de um surto de sinceridade aguda ao depor, ontem, na CPI do Cachoeira.
Lá pelas tantas, depois de confessar que pedira dinheiro a empresas que serviam ao Dinit para assim  ajudar a campanha presidencial de Dilma Rousseff, ele comentou olhando para os deputados que o ouviam:

- Não gostei do que fiz. Não foi ilegal. Mas foi falta de ética.

Foto: André Coelho / O Globo

A CPI do Cachoeira não queria tomar o depoimento de Pagot. Foi ele que forçou sua própria convocação. Primeiro se defendeu. Negou que tivesse cometido irregularidades à frente do Dnit. Depois fez revelações incômodas.
A mais incômoda delas teve a ver com a ida duas vezes ao seu gabinete do tesoureiro de campanha de Dilma, José de Filippi Júnior.

- Fui procurado pelo tesoureiro da campanha da presidente Dilma e ele me pediu ajuda. Ele esteve comigo no Dnit, mostrei para ele um rol das empresas que trabalham no Dnit. Ele disse: "As maiores você não precisa se preocupar, que isso é assunto da campanha, mas, se puder, pegue umas 30 ou 40 que possam fazer doações" - contou.

Pagot procedeu conforme orientação do tesoureiro. Segundo ele, ao encontrar empresários ou seus procuradores, pedia que doassem dinheiro para a campanha de Dilma. Na época, o Dnit tinha contrato com 369 empresas.
(...)

Dilma escalou paredes quando soube das confissões de Pagot.

Íntegra  AQUI.

Lula discute com Dirceu desdobramentos do mensalão

Tatiana Farah, O Globo

Um dos principais réus do mensalão, o ex-ministro José Dirceu tem se reunido semanalmente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os encontros ocorrem na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, ou no instituto Lula, em São Paulo.

Em pauta, o julgamento do escândalo no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual Dirceu é acusado de formação de quadrilha e corrupção. Lula e seu ex-ministro também discutem a situação eleitoral deste ano, principalmente nas cidades escolhidas como prioritárias pelo PT: São Paulo, Recife e Belo Horizonte.


Leia mais em Lula discute com Dirceu desdobramentos do mensalão

CAI MAIS UMA MENTIRA PETISTA

 
Os juízes do STF estão tratando de resgatar o resquício de decência num país onde está praticamente tudo dominado, como disse Mary Zaidan. O Supremo desmonta os argumentos dos advogados de defesa dos mensaleiros e, principalmente, a palavra de um ex-presidente que não demonstra o menor escrúpulo ao defender uma tese que favorece a corrupção e a impunidade.

Lula fez de tudo para impor sua versão, tentou intimidar a Corte, impôs sua pauta na imprensa nacional e buscou visibilidade, talvez para mostrar influência, ao repetir mais uma de suas bravatas no jornal mais importante do mundo, o New York Times.

Mas o PT não se limitou às tentativas de convencimento, o partido forçou a instalação de uma CPI com evidente intenção de atacar adversários, mas também para melar o julgamento do Mensalão. 
Para isso, foi elaborado um guia com a finalidade de orientar a atuação dos parlamentares durante a CPI do Cachoeira.
Ali estavam explicações didáticas sobre como atingir os "inimigos" apontados pelo líder máximo do partido, Luiz Inácio Lula da Silva.

A CPI também foi criada para encurralar a oposição e um do alvos é o governador de Goiás. Lula detesta Marconi Perillo porque foi pego na mentira ao afirmar que “não sabia” do mensalão. Perillo contou que o avisara meses antes.
O PT investe nesse projeto de vingança e na tentativa de prejudicar candidaturas tucanas, como a de José Serra. Após sucessivos fracassos na produção de dossiês contra o ex-governador, sempre desmascarados, apelam para o fuxico já utilizado na campanha de 2010 envolvendo o ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que já representou à Justiça Eleitoral contra  Dilma Rousseff por "calúnia".

Nesta quarta depõe Paulo Preto. Só foi convocado por pressão dos governistas da CPI, que tentam arrastar a Delta, empreiteira campeã do PAC, para São Paulo. 
O que disse Pagot sobre a Dersa, hoje, em seu depoimento à CPI?

“O que notei no período foi uma insistência muito grande para que eu fizesse uma revisão da minha posição ou justificar adequadamente por que não queria assinar o aditivo. Um conhecido meu que trabalha em uma empresa disse ‘Cuidado com esse aditivo que ele tem finalidade de (abastecer) as campanhas do Serra, Alckmin e Kassab’”. Mas depois concluiu que as suspeitas se resumem a “uma conversa de bêbado, de botequim, que não se pode se provar”.
 
Na verdade, Pagot confessou que atuou como arrecadador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, confirmou que o tesoureiro do PT o pressionou para conseguir doações para a então candidata à presidência da República, e isso, sim, é um escândalo. Mas nega que Paulo Preto tenha pedido doações para Serra.
Partes principais das declarações de Pagot estão publicadas no Estadão:
 
O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antonio Pagot, confirmou, em depoimento à CPI do Cachoeira, que trabalhou para arrecadar doação de campanha para a então candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. Pagot contou que foi procurado pelo tesoureiro da campanha, o deputado federal José de Filippi (PT-SP), que lhe pediu ajuda. Pagot disse que lhe mostrou uma lista de 369 empresas que tinham contrato no DNIT e que o tesoureiro afirmou que ele não precisava se preocupar com as empresas maiores porque isso estava sendo tratado pelo comitê central de campanha. Mas que se quisesse, poderia pedir doação para 30 ou 40 empresas da lista.
 
O ex-diretor do DNIT disse que ao encontrar alguns empresários pediu a doação. "Acreditei que não estava cometendo irregularidades e não associei (a doação) a nenhum ato administrativo do DNIT", disse. Pagot afirmou que posteriormente à solicitação de doação ele recebeu alguns boletos que mostravam a doação feita legalmente na conta da campanha e que verificou depois que algumas empresa realmente tinham contribuído.
 
Sobre a suspeita de que teria havido desvio de recursos de parte da obra do Rodoanel, em São Paulo, para a campanha eleitoral de tucanos e aliados, Pagot afirmou que o relato lhe foi feito por um amigo. O ex-diretor do DNIT disse que havia uma obra em convênio com o Dersa, em São Paulo, no qual R$ 2,4 bilhões seriam de investimento de São Paulo e R$ 1,2 bilhão do governo federal. Na ocasião, afirmou Pagot, houve uma tentativa de se fazer um termo de ajustamento de conduta, reivindicado pelo Dersa, de mais R$ 260 milhões. "Era uma temeridade fazer qualquer aditivo em cima desse contrato porque se tratava de um contrato de empreitada global", explicou.
 
Pagot disse que recorreu à Advocacia Geral da União (AGU) para não assinar o contrato e o termo aditivo acabou não sendo feito. "Não existiu esse aditivo." Ele disse que passado esse episódio, ele se encontrou com um amigo em um restaurante em Brasília que o alertou dizendo que esse aditivo tinha finalidade de contribuir para a campanha de José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. 
"Isso é uma conversa de bêbado, de botequim. É uma conversa que não se pode provar", afirmou Pagot. Segundo ele, o jornalista que publicou a suspeita escreveu o que quis e não o que ele afirmou.  

terça-feira, 28 de agosto de 2012

MEDIDAS E MANOBRAS DO GOVERNO CONTRA OS BRASILEIROS

A senadora Ana Amélia (PP-RS) lamentou o "VETO" da presidenta Dilma Rousseff ao dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que garante recursos do Orçamento da União para garantir ganho real no reajuste dos aposentados, aprovada pelo Senado.

O uso crescente dos recursos do FGTS pelo governo do PT para fazer política habitacional já põe em risco o patrimônio dos trabalhadores.

Dilma tenta protelar votação de projeto que dá 10% do PIB à educação. 
O governo apresentou um recurso para impedir que seja apreciado pelo Senado o projeto que garante o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação nos próximos dez anos.
A proposta está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) e foi aprovada em junho numa comissão da Câmara, em caráter terminativo, e, se não houvesse recurso, já iria para o Senado.

Esses são alguns exemplos do descaso do governo petista para com o patrimônio e as reais necessidades do povo brasileiro. 
Hoje, nova manobra contra lojas francas.

 

Manobra do governo adia votação do projeto dos Free Shops


Por Cláudio Humberto
A ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), anunciaram que a votação do projeto de lei que prevê que as cidades brasileiras, com fronteira com outros países, poderão manter lojas francas (Free shops) foi adiada para o próximo dia 11.
Nesses estabelecimentos poderão ser adquiridos produtos nacionais ou estrangeiros, em reais ou em outras moedas.

A medida faz parte do projeto relatado pela senadora Ana Amélia (PP/RS) e que foi analisada nesta terça-feira (28) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde tramita em caráter terminativo.

“No Rio Grande do Sul, há vários municípios vizinhos de cidades uruguaias e argentinas que estão sofrendo uma competição comercial injusta e predatória. As cidades do outro lado da fronteira, que possuem regimes tributários diferenciados e mais favoráveis, atraem brasileiros de toda a região, que deixam de comprar no Brasil para lá adquirir uma grande variedade de bens", justificou a senadora.

JUIZ COMPANHEIRO

João Paulo participou de homenagem a Lewandowski

Julia Duailibi, O Estado de S. Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que votou pela absolvição de João Paulo Cunha (PT) no processo do mensalão, foi homenageado em 2007 pela Prefeitura de Osasco, cidade administrada pelo PT e onde o deputado e réu no caso disputa a eleição municipal deste ano.

Lewandowski foi capa da revista “Expressão Jurídica”, editada pela Secretaria de Assuntos Jurídicos da cidade, que é administrada pelo petista Emídio de Souza, que apoia a candidatura de João Paulo.

No dia 20 de abril daquele ano, houve uma cerimônia no Centro de Formação Continuada dos Profissionais da Educação na cidade para divulgação da primeira edição da revista, que trazia uma entrevista com Lewandowski. No evento, João Paulo dividiu a tribuna de honra com o ministro.

“Está é uma homenagem que o município presta não somente a mim, mas também ao judiciário brasileiro. A revista tem uma proposta inovadora e ousada. Estamos empenhados em garantir os direitos fundamentais, e para isso agora contamos com mais uma ferramenta”, falou Lewandowski à época, segundo o portal de notícias oficial da cidade de Osasco.

Lewandowski tem amigos no PT, como o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, que homenageou a mãe do ministro ao batizar uma escola com o seu nome.

DECLARAÇÃO DE ÓDIO DO PT POR SÃO PAULO

Perfil oficial da campanha de Haddad chama paulistanos de protofascistas.

No Coturno



Pelo twitter, o perfil oficial da campanha de Haddad chamou os paulistanos de protofascistas. Xingar o eleitor deve ser uma nova estratégia dos "gênios petistas". 
O blog está contribuindo para a campanha, sugerindo um cartaz bem bacana para o Haddad eternizar o seu xingamento ao eleitor paulistano. Veja abaixo.


Pagot indica à CPMI aprofundar denúncias de documento apócrifo

No esquema denunciado há  politicos, servidores do Dnit, da Presidência da República e empreiteiras

Jornal do Brasil/ Marcelo Auler, de Brasília 
>> Pagot e Ideli se contradizem sobre pedidos para campanha
>> Pagot: "Fui ameaçado pelo ex-ministro Hélio Costa"
>> Cavendish, da Delta, terá de comparecer à CPMI 
>> Pagot confirma ter solicitado dinheiro a empreiteiros para a campanha de Dilma

O esquema denominado “Cachoeira de Donativos”, é denunciado em um documento apócrifo que foi encaminhado à Procuradoria Geral da União, órgão da Advocacia Geral da união (AGU) por um autointitulado Movimento Brasil Ficha Limpa, cuja única identificação é o numero de uma Caixa Postal em Brasília. A AGU enviou esta denúncia à CPMI em julho.

Coube ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentar o “documento” a Pagot que já o conhecia e, inicialmente, o considerou “coerente e racional”. Diante de uma segunda cobrança do senador, o ex-diretor do Dnit alertou que “os dados precisam ser investigados” e considerou que “este é um caminho de investigação muito interessante. Eu sugeriria até que este caminho de investigação fosse aprofundado”.

Segundo o documento, o esquema “equivale a uma bolsa de apostas, a um jogo, aonde agentes públicos com o poder de decisão ou capazes de influenciar decisões, associados a bandidos ou capturados por máfias, vendem contratos públicos de obras e serviços, como numa bolsa de apostas de um mercado futuro. O empreiteiro interessado adquire uma determinada opção, ou seja, um lote de uma licitação futura a qual prevê um contrato administrativo com indicação de uma margem de lucro”.
(...)

Tanto o senador Randolfe, como o deputado Mira Teixeira (PDT-RJ), que participa da CPMI como líder do PDT, entendem que a comissão deve detalhar este possível esquema para tentar confirmar a sua veracidade. O Relator da CPMI, Odair Cunha (PT-MG), porém, nada comentou na sessão.

Íntegra  AQUI.

Pagot confirma ter solicitado dinheiro a empreiteiros para a campanha de Dilma

Tesoureiro De Filippe solicitou repasse de verbas de várias empresas
Jornal do Brasil/Marcelo Auler
Para o senador tucano Álvaro Dias, um dos próceres da oposição ao governo, realmente não se pode falar em ilegalidade, mas sim em questão ética. “não deixa de ser inconveniente ao govenro  usar a estrutura pública para arrecadar para uma campanha eleitoral”, explicou o parlamentar paranaense.

Pagot diz ter sido procurado pelo tespoureiro da campanha de Dilma – que ele não nomeou, mas era o deputado federal José de Filippi Junior, do PT de São Paulo – no primeiro e, após as eleições de 2010, para que tentasse conseguir doações à campanha. No primeiro turno o tesoureiro até o dispensou de procurar as grandes empreiteiras, “pois estas o comitê central do partido estava tratando diretamente”. No segundo turno,Pagot se recurou a ajudá-lo.
Depois de admitir ter encaminhado o pedido no primeiro turno, ´para cerca de 40 empresas, já que não viu nenhuma ilegalidade nele, Pagot explicou que nada prometeu em troca. Segundo confessou, pelo menos seis empresas lhe encaminharam boletos confirmando as doações oficiais para a campanha de Dilma Roussef. Mas, junto à prestação de contas da campanha no TSE, ele proprio verificou que outras empresas também colaboraram com a campanha.

Ao responde ao senador Álvaro Dias, admitiu que as empresas que procurou doaram entre R$ 5, 5 milhões e R$ 6 milhões para a campanha da atual presidente.

Ao mesmo tempo em que confirmou os pedidos feitos para campanha de Dilma, Pagot tentou eximir-se de responsabilidade sobre a denúncias de que um aditivo de R$ 260 milhões no contrato das obras do Rodoanel, em São Paulo, serviriam pare alimentar as campanhas tucanas de José Serra e Geraldo Alckmin. 

Ele diz que ouviu isto e repassou a um jornalista, mas alertou-o de que era algo que não se poderia provar e frisou que “mais parecia conversa de bêbado”.

Ele admitiu ter sido pressionado por Geraldo Alckmin para que fosse assinado o aditivo. Segundo contou, o valor extra da obra – inicialmente contratada por R$ 3,6 bilhões – foi apresentado pelo diretor do Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, que foi apontado por muitos como arrecadador das campanhas dos tucanos paulistas.

Pagot garante que o aditivo não foi assinado, mas que o reajuste no contrato acabou sendo feito por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado com a supervisão do Ministério Público, mas que o Dnit não participou dele.

Leia mais AQUI.

Campanha de Haddad usa falso doente de catarata em horário eleitoral

Assistam ao video abaixo, mas não se enganem, não estou fazendo campanha para o PT.
Jamais!!!
Nem precisam ver até o fim para poupar suas emoções das lágrimas de crocodilo. O apelo emocional já cansou, principalmente quando se trata de uma farsa.
Leiam o que está no blog do jornalista Reinaldo Azevedo:



Campanha de Haddad usa falso doente de catarata em horário eleitoral, mente para os eleitores, mas reportagem do Estadão chama isso de “erro” e ainda já um jeito de acusar a… Prefeitura!

Esta é do balacobaco! Há uma nova ética solta por aí! Os eleitores de São Paulo sabem do que estou falando. Os que moram em outras cidades ficarão sabendo. A campanha do petista Fernando Haddad leva ao ar o testemunho de um senhor chamado José Machado, que seria portador de catarata e estaria na fila da cirurgia há dois anos, sem atendimento. A Prefeitura é acusada de negligência. Bem, o que fez a Secretaria de Saúde? O óbvio! Foi verificar o que tinha acontecido, ora essa!

E o que tinha acontecido? Uma mentira! 
  
Reportagem de Júlia Duailibi e Izadora Peron no Estadão relatam o fato. Sabem qual é o título? Este: “Para expor erro de Haddad, Prefeitura abre dado de paciente”.

Viram? Haddad, o petita, apenas “erra”; já a Prefeitura, entende-se, cometeu uma infração ética. O mais impressionante é que a reportagem informa que tomou a iniciativa de ligar para a secretaria para saber detalhes da história daquele senhor. E foi, então, informada que o caso já havia sido averiguado — um dever do poder público — e que Machado não tem catarata, mas pterígio. 

O texto também informa que ele foi encaminhado ao hospital adequado, conveniado com o SUS, que é federal.

Pois bem! A reportagem do Estadão faz um carnaval e acusa a prefeitura de ter violado, sem autorização, a ficha do paciente, divulgado informação considerada sigilosa.

Então vamos ver…   
O que a Prefeitura deveria ter feito nesse caso? Na televisão, alguém diz que não recebeu o devido atendimento, que foi vítima de negligência, que aguarda na fila por uma córnea há dois anos…  Constatada a inverdade, qual deve ser o procedimento? Avisar a campanha de Haddad? Pedir um desmentido? Silenciar?

Sim, coleguinhas Júlia e Izadora, a ficha de um paciente lhe pertence, A MENOS QUE ELE CONTE UMA INVERDADE SOBRE UMA DOENÇA E ACUSE O PODER PÚBLICO DE NEGLIGÊNCIA POR ISSO. 

Aí estamos diante de uma imposição ética: a verdade!!! 

Renato Azevedo Júnior, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, diz que é “quebra de sigilo” passar a informação, por “mais que o paciente esteja errado”. 
Epa! Mesmo que o seu “erro” seja peça de propaganda eleitoral? Qual é a sua tese, doutor? O poder saneador da mentira? 
Reinaldo Ayer, professor de Biótica da USP, também vê “infração ética” na divulgação da verdade.
É… A ética não tem sido mesmo o nosso forte, não é mesmo?

Leva para o horário eleitoral, PSDB!
Na nova ética que está sendo plasmada em setores da imprensa e da medicina, pelo visto, uma mentira contada no horário eleitoral não pode ser apurada. Aquele que a explora eleitoralmente — Haddad — comete apenas um “erro”. E os que dizem a verdade — que não é, de resto, vexaminosa sobre a condição do paciente — merecem ir para o paredão!

O PSDB tem de contar a verdade no horário eleitoral. E tem de fazer mais: saber como a equipe de Haddad chegou ao senhor José Machado. 
O homem disse que “um pessoa que trabalha com Haddad” o conhece. 
Que “pessoa”? Haddad e senhor Machado não parecem frequentar o mesmo clube de fim de semana. Isso tem cara de tramoia de militância organizada.

Na reportagem do Estadão, vejam vocês!, quem levou ao ar uma mentira se deu melhor do que quem contou a verdade.
Ética.

Por Reinaldo Azevedo

Abaixo, videos com programas sérios, duas possibilidades que lideram a corrida eleitoral de São Paulo porque não falam mal da cidade, não produzem dossiês nem inventam calúnias para destruir os adversários, muito menos mostram situações escandalosamente mentirosas, como faz o PT:



O OBA-OBA DAS GREVES



A principal rede de TV do país está transmitindo na íntegra e em tempo real o julgamento do Mensalão. Certamente, petistas e demais mensaleiros não contavam com isso. Esperavam, provavelmente, que conseguiriam pautar os noticiários e abafar o caso em questão promovendo ações espetaculosas, como as greves que estão parando o Brasil.
A estratégia não funcionou, o brasileiro está cada vez mais contrariado com esse tipo de baderna e, por outro lado, nunca tanta gente se interessou por um caso, como esse do Mensalão, tanto é que a "opinião pública" é o que mais tem incomodado os juízes ligados ao partido responsável pelo maior esquema de corrupção da história do país.

As notícias da semana informam que muitos setores já decidiram encerrar a greve. É o caso dos servidores do Itamaraty, que decidiram retomar os trabalhos nesta terça (28).
Enquanto funcionários públicos são usados como massa de manobra com interesses duvidosos e a população sofre as consequências, o jornalista Cláudio Humberto publica em seu blog que as lideranças de sindicato se divertem às nossas custas.

Contribuinte não foi convidado à festa da Receita

O sindicato dos analistas e fiscais (Sindireceita) realiza sua assembléia geral, entre quinta (31) e 6 de setembro, no aprazível Serhs Grand Hotel, à beira-mar de Natal, entre as praias de Ponta Negra e Areia Preta. Discutirão questões particulares, como reajuste salarial, mas a semana de folga será remunerada, porque todos estão dispensados de ponto. Os contribuintes não serão dispensados de pagar os impostos.

Para poucos

A diária do Serhs Natal Grand Hotel chega a R$ 540, segundo o próprio Sindireceita diz em sua página na internet. Vezes sete dias, R$ 3.780.

Em família

Nas “Orientações sobre hospedagem” na 13ª assembléia em Natal, o Sindireceita informa que os participantes poderão levar familiares.

JUIZ NÃO ACEITA CENSURA AO HUMOR E À VERDADE

A Justiça Eleitoral negou ao candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, um pedido de direito de resposta contra José Serra (PSDB) por ter chamado de "mensaleiro", em seu programa de rádio, o projeto petista de criação do Bilhete Único Mensal. Segundo o juiz Marco Antônio Martin Vargas, a expressão "não pode ser tida como ofensiva à imagem" de Haddad, porque "não é capaz de vincular à pessoa do candidato tido como ofendido".

Os advogados de Haddad afirmavam que o programa eleitoral tucano veiculado no rádio na sexta-feira, 24, usou um termo ofensivo para tentar associar o candidato do PT ao julgamento do mensalão - que tem ex-dirigentes do partido como réus.  

"Tem candidato prometendo um bilhete mensaleiro. 
Mas assim fica mais caro porque estou pagando transporte mesmo quando estou dormindo, já paguei pelo mês inteiro", diz o locutor da propaganda do PSDB.

Os advogados de Serra afirmaram que a mensagem da propaganda era "humorística" e "inserida no direito de crítica exclusiva ao programa de governo, compatível com as discussões que se travam na disputa eleitoral". O Ministério Público Eleitoral havia concordado com o pedido da campanha de Haddad, mas a Justiça não concordou com o parecer. 

"Analisado o contexto da mídia juntada, verifica-se que a representada usa o tom do humor para criticar exclusivamente a proposta do 'Bilhete Único Mensal' e, em momento algum, a propaganda em questão traz ofensas aos representantes", afirma o juiz Marco Antônio Martin Vargas. "Não se vê como aferir a intenção de ofesa à pessoa, mas sim de intenção à crítica ao programa de governo eleito como plataforma de campanha."  
(Estadão)

O BRASIL VAI MUDANDO

Merval Pereira, O Globo

Ao contrário do que comemorou o advogado Márcio Thomaz Bastos após o voto do revisor do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, parece estar se formando no plenário do Supremo Tribunal Federal um posicionamento majoritário contra a tese do caixa dois defendida pelos réus, engendrada nos porões das atividades eleitorais petistas.

Houve mesmo quem, como a ministra Rosa Weber, tenha assegurado que “não importa o destino dado ao dinheiro, se foi gasto em despesas pessoais ou dívidas de campanha. Em qualquer hipótese, a vantagem não deixa de ser indevida”.

Esse entendimento está fazendo com que os ministros que votaram até agora deixem isolados os dois que optaram pela absolvição do petista João Paulo Cunha, presidente da Câmara à época em que os crimes em julgamento foram cometidos.
Parece também ser consenso da maioria que vai se formando a tese do procurador-geral da República de que esse tipo de crime não é feito às claras e é de difícil comprovação, e por isso exige do julgador bom-senso.
Rosa Weber foi específica: “(...) quem vivencia o ilícito procura a sombra e o silêncio. O pagamento não se faz diante de holofotes. Ninguém vai receber dinheiro para corromper-se sem o cuidado de resguardar-se.”

Devido à dificuldade inerente a esse tipo de crime é que vários ministros reconheceram, como Rosa, que se tem “admitido certa elasticidade na admissão da prova acusatória” nos chamados “crimes da intimidade” como o estupro, quando se valoriza o depoimento da vítima.

Disse ela: “Nos delitos de poder não pode ser diferente. Quanto maior o poder ostentado, maior a facilidade de esconder o ilícito com a obstrução de documentos, corrupção de pessoas. A potencialidade do acusado de crime para falsear a verdade implica maior valor das presunções. Delitos no âmbito reduzido do poder são pela sua natureza de difícil comprovação.”

Dois ministros deram a seus votos a dimensão da proteção da sociedade: Cármen Lúcia e Luiz Fux. Fux disse que “temos que nos preocupar com a dignidade das vítimas, que é toda a coletividade brasileira”.
(...)
Para Fux, “a cada desvio de dinheiro público, mais uma criança passa fome, mais uma localidade fica sem saneamento, mais um hospital, sem leitos. Estamos falando de dinheiro público, destinado à segurança, à saúde e à educação”.

Também a ministra Cármen Lúcia disse que, independentemente do resultado do julgamento, “o Brasil mudou”, falando da “grande indignação” que os fatos em julgamento provocaram.

Ela considerou que o fato de João Paulo Cunha ter mandado sua mulher apanhar o dinheiro de Valério no Banco Rural em Brasília demonstra uma “singeleza extremamente melancólica para nós brasileiros, de uma certeza de impunidade, de que nada se terá descoberto. Fez às claras para se esconder”.
(...)
Leia a íntegra em O Brasil vai mudando

UM BASTA À IMPUNIDADE, SEJA QUAL FOR O CRIME

STF: caixa dois vira crime como qualquer outro.

 
A safadeza do PT sempre quis colocar o caixa dois como uma categoria menor de crime. Não é. 
 
Por trás do caixa dois existe sonegação fiscal, desvio de dinheiro público de obras como escolas e hospitais, superfaturamento em licitações fraudulentas.  
 
Cometido por criminosos que detém poder constituído para gerir a riqueza da nação, é tão nojento quanto qualquer outro ato de corrupção. 
O STF está colocando as coisas no devido lugar, considerando o crime de caixa dois no mesmo nível de importância de peculato, corrupção ou formação de quadrilha. 
 
A tese do PT desaba e nós, brasileiros decentes e honestos, devemos comemorar o fato. 
 
A propósito: lembram que João Paulo Cunha contratou a agência de propaganda de Marcos Valério para fazer a campanha da sua reeleição, quando ele era candidato único? Querem maior  prova implícita de corrupção?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

PToffoli não nega a militância



Na sessão desta segunda-feira, quatro ministros do STF apresentaram seus votos sobre o Mensalão
O video abaixo explica o voto dos dois primeiros ministros que se pronunciaram e faz referência à decisão de um deles de condenar os réus e absolver Joao Paulo Cunha em uma das acusações de peculato.
Rosa Weber votou pela condenação de Marcos Valério, seus sócios e Pizzolato. Sobre João Paulo Cunha, ela o condenou por um peculato e o absolveu por outro. O ministro Luiz Fux acompanhou relator.

O relator, Joaquim Barbosa, divergiu do voto sobre o peculato com dados muito bem fundamentados, que foram repetidos no voto de Carmem Lúcia. A ministra Carmem chegou a sugerir que, numa análise superficial, poderia-se considerar pela absolvição do réu. Entretanto, informou ter estudado profundamente todos os detalhes do caso e, de acordo com as evidências incontestáveis, concluiu que João Paulo Cunha realmente recebeu propina de R$ 50 mil, por meio da mulher, Márcia Regina, para favorecer outra empresa do grupo de Valério, a SMP&B, no contrato de propaganda institucional da Câmara dos Deputados, presidido à época por ele.
 
João Paulo recebeu dois votos pela absolvição: do ministro revisor Ricardo Lewandowski e, nesta tarde, do ministro Dias Toffoli. 
Com o voto pela absolvição do ex-presidente da Câmara na acusação de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Toffoli absolveu também o empresário Marcos Valério e os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz por crimes de corrupção ativa e peculato, exatamente como foi o voto do ministro revisor do processo, Ricardo Lewandowski.
 
Ex-advogado do PT, o voto de Toffoli é tido como certo em favor dos réus petistas e, assim como Lewandowski, não fez o mínimo esforço para disfarçar sua intenção favorável ao partido. Ambos agiram como advogados de defesa, não como juízes.
 
Assim não dá, só falta repetir o mantra recitado por lula de que o Mensalão não existiu e dizer que Marcos Valério ficou preso todos esses anos injustamente. Logo mais, quem sabe, o publicitário vai se sentir no direito de pedir indenização, como fizeram alguns oportunistas que foram presos na época da ditadura porque cometeram crimes, não apenas por divergência política.
 
 
Leiam mais no Estadão:

Em enquete inovadora do iG, FHC é eleito o presidente que mais fez pelo Brasil

Tucano, que venceu Lula duas vezes no 1º turno, em 1994 e 1998, teve 116.306 votos e levou a melhor sobre o petista, Itamar, Dilma, Collor e Sarney vêm em seguida

iG São Paulo

 
Baseada no conceito de real time, que proporciona uma interação entre todos os usuários do portal iG , a nova plataforma de enquete lançada no final de julho apontou Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como o presidente que mais fez pelo País durante seus dois mandatos.

O tucano, que governou o Brasil de 1995 a 2002, recebeu 116.306 votos, superando o petista Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Itamar Franco (1992-1994), a atual presidenta Dilma Rousseff (desde 2011), Fernando Collor de Mello (1990-1992) e José Sarney (1985-1990) apareceram em seguida, nesta ordem. Ao todo, foram computados 195.028 votos em sete dias.

Mais uma vez, a plataforma inovadora do iG teve um grande alcance nas redes sociais, em especial no Twitter e no Facebook. A repercussão da enquete foi imediata e, durante a semana, vários usuários convocaram os amigos para votar na home do portal.

Bem atrás da polarização entre FHC e Lula , o ex-presidente Itamar Franco, que morreu em 2011 exercendo o mandato de senador por Minas Gerais, recebeu 5.187 votos. Atual chefe da Nação, Dilma Rousseff, com um ano e oito meses de mandato, teve 4.884 votos e ficou à frente dos ex-presidentes Fernando Collor, alvo de um processo de impeachment em 1992 (4.275 votos), e José Sarney (1.064).

Os anos FHC
Eleito em 1994 após vencer Lula ainda no primeiro turno, FHC ficaria no cargo por oito anos.

O tucano foi o primeiro presidente da história brasileira a ser reeleito, ambas as vezes em um turno só. Mas o grande legado de FHC se concentraria no campo econômico.

Em 1994, ele teve papel fundamental na criação do Plano Real, que acabou com a hiperinflação. No ano seguinte, teria de domar a crise bancária gerada pelo fim da era inflacionária, no programa que ficou conhecido como Proer.

Em 1999, contornou mais uma ameaça à moeda, quando a mudança para o câmbio flutuante fez disparar a cotação do dólar, então tido como âncora do real. Para piorar, o período ficou marcado por crises financeiras sucessivas – no México, na Ásia e na Rússia – que também faziam a economia nacional balançar. Ainda que as manobras para segurar o real tenham sido alvo de críticas, no fim elas garantiram a estabilidade da moeda, quando ela foi testada de forma mais decisiva.

Na área social, FHC introduziu os primeiros programas de distribuição de renda, depois ampliados pelos sucessores.

Plataforma inovadora
No início do mês, os internautas do iG já participaram de uma enquete para escolher qual foi o pior prefeito de São Paulo nos últimos 20 anos - Luiza Erundina, Paulo Maluf, Celso Pitta, Marta Suplicy, José Serra ou Gilberto Kassab. A senadora Marta Suplicy (PT) teve o maior número de votos.

MENTIRA TEM PERNA CURTA E LINGUA PRESA


Lula nega o Mensalão no New York Times

O jornal americano The New York Times publicou ontem em sua edição impressa entrevista com o ex-presidente. À reportagem,o petista disse que“ o mensalão nunca existiu”. Argumentou ainda que seu governo não precisaria comprar votos em troca de apoio, porque possuía maioria parlamentar no Congresso.

Mas quem denunciou o esquema à imprensa não concorda com mais essa "inverdade", confiram no  blog do Jefferson

Pergunta Tostines 

Da imprensa nativa, quando o tema é julgamento do mensalão, Lula mantém distância. Mas neste fim de semana ele concedeu entrevista sobre o malfadado assunto ao "The New York Times". Para os gringos o raciocínio de Lula é linear: não teria existido mensalão porque ele já teria apoio suficiente no Congresso quando foi eleito pela 1ª vez. Não que Lula esteja mentindo, ele só omite que a política de apoio no País não é assim, tão linear, além de deixar no ar importante pergunta: não tinha mensalão por que tinha apoio ou tinha apoio por que tinha mensalão?

Mist: as novas potências que hoje ofuscam os Brics

Com Brics em baixa, Mist surge como novo oásis econômico

México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia despertam a atenção de um mercado frustrado por crise no mundo desenvolvido e desaquecimento nos emergentes

O Mist é um grupo de economias que se notabiliza por altas taxas de crescimento, disciplina fiscal e monetária e constante promoção do ambiente de negócios 

O termo Brics – sigla que se refere ao grupo de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, que por uma década foi pronunciado à exaustão como promessa de crescimento e retorno aos investidores, está a um passo de ter um concorrente. O motivo é a ascensão de outro time de emergentes que atende pelo apelido de Mist: México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia (leia um pouco mais sobre cada um). 

Esses países crescem mais, passaram nos últimos anos por turbulências econômicas menos profundas e possuem menos burocracia. Em suma, são hoje vistos como um novo oásis num mercado frustrado por perdas na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil e na China. 

Jim O'Neill, presidente do Goldman Sachs Asset Management (GSAM) e criador da alcunha Brics, é considerado o autor, mesmo que involuntariamente, da nova sigla. 
"Muitos pensam que criei esse acrônimo, mas ele nasceu do fato de eu ter definido, cerca de quinze meses atrás, onze novos países como economias promissoras. Como, do grupo de onze, os quatro são os que mais se destacaram, jornais disseram que havia criado o conceito de Mist. Achei engraçado", disse em entrevista ao site de VEJA.

O "Belo" e a "Fera"

Diplomatas vêem Patriota vítima de assédio moral

Por Cláudio Humberto

Diplomatas já inativos, e alguns integrantes do chamado “quadro especial” do Itamaraty, vão tentar convencer o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) a não apenas pedir demissão do cargo como ainda ajuizar processo contra a presidenta Dilma por assédio moral. Eles consideram que Patriota, diplomata tão brilhante quanto discreto e cordial, não merece – ninguém merece – as humilhações impostas por Dilma.

Inclua-me fora

Ela quis substituir Patriota, mas as sondagens a eventuais substitutos deram em nada: ninguém parece aceitar o papel de saco de pancadas.

Falta ousadia

A presidenta considera que o Itamaraty, na gestão de Antonio Patriota, assumiu atitude à imagem e semelhança dele: tímida, pouco ousada.

Visita chinfrim

A gota d’água ocorreu durante a visita de Dilma a Washington, em março, a menos relevante de um presidente brasileiro em décadas.

Fora do jogo

Irritada, Dilma alijou Patriota das ações que resultaram na trapalhada brasileira, que “puniu” o Paraguai para enfiar a Venezuela no Mercosul.

O bom juiz

por Ricardo Noblat

Erra o juiz que leva em conta a opinião pública?
Por opinião pública entenda-se a opinião geral de uma sociedade. Da parcela majoritária ou dominante da sociedade que se expressa por meio de pesquisas e dos veículos de comunicação.

Ricardo Lewandowski, ministro-revisor do processo do mensalão, votou a favor da absolvição de réus que antes haviam sido condenados pelo ministro-relator Joaquim Barbosa.
Com os mesmos elementos, cada um deles enxergou sua "verdade processual". Certamente a partir de "fatos incontroversos".

Alvo de duras críticas, o próprio Lewandowski saiu em defesa do seu voto.
"Já esperava. As críticas, as incompreensões, isso faz parte do nosso trabalho", argumentou. "Mas eu tenho certeza de que o Brasil quer um Judiciário independente, um juiz que não tenha medo de pressões".

E por fim: "Eu acho que o juiz não deve ter medo das críticas porque o juiz vota ou julga com sua consciência e de acordo com as leis. Não pode se pautar pela opinião pública."


Quem disse que um juiz não pode se pautar pela opinião pública?
Quem disse que o melhor juiz é o que vota em desacordo com ela?

Sem dúvida é mau juiz aquele que se orienta unicamente pela opinião pública. Mas não é bom o outro que parte do princípio de que a opinião pública deve ser desprezada.
Se num processo há elementos de convicção possíveis de justificar um voto para um lado ou para o outro por que tapar os ouvidos ao clamor popular?

Por que só ouvi-lo quando se trata de crime que choca a sociedade?
Até ser julgado, o casal Nardoni ficou longos meses preso, acusado de ter assassinado Isabella, de cinco anos de idade, jogada do sexto andar do edifício London, em São Paulo, onde passava o fim de semana com o pai e a madastra.
Salvo a indignação produzida por crime tão bárbaro, nada na lei autorizava um período extenso de detenção sem julgamento. Os acusados não tinham condições de fugir. Nem de prejudicar a coleta de provas.

Corrupção rima com indignação, mas as duas palavras raramente andam juntas.
Corrupção é vista como crime menor e corriqueiro. A impunidade dos casos de corrupção esteriliza a indignação das pessoas.

Sim, o Brasil quer um Judiciário independente. Mas isso é tudo o que ele infelizmente não tem.
Quem escolhe os ministros do Supremo Tribunal Federal?
O presidente da República.
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