Faz muito bem o jornalista Reinaldo Azevedo, se os profissionais mais bem pagos do país não têm condições de exercer suas funções e usam o argumento da ignorância para negar o envolvimento em esquemas de corrupção, como alegam os advogados dos réus do Mensalão, quem se considera mais competente pode reivindicar tais cargos.
Esse tipo de justificativa, como se a ausência de diploma fizesse do indivíduo um ser incapaz, tem funcionado com o ex-presidente. Porém, se houvesse coerência nesse tipo de pensamento, alguém assim jamais poderia ser eleito presidente da República. Mas não tem fundamento que pessoas bem formadas utilizem a mesma artimanha em sua defesa.
Estou me oferecendo para os bancos, mesmo sem entender nada do assunto; só quero o salário
Há
ao menos um aspecto quase engraçado na defesa que Antônio Cláudio Mariz
de Oliveira faz de Ayanna Tenório, ex-diretora de do Banco Rural. Ela
pertencia à área de “compliance” do banco, que cuida justamente de
verificar se as regras internas e os procedimentos legais estão sendo
cumpridos pela empresa.
Mariz insiste que ela era “completamente
ignorante em matéria de finanças”.
Então tá. Estou me oferecendo às
maiores instituições financeiras do país. A exemplo de Ayanna, também
não entendo nada do assunto. Mas aceito receber o salário. Para fazer o
quê? Ah, sei lá…
Posso fazer como Rogério Tolentino, segundo o seu
advogado, que viajou a Portugal com Marcos Valério para comer bacalhau e
pastéis de Santa Clara.
Mariz de Oliveira, um dos advogados mais caros e
de maior reputação do país, diz que Ayanna está vivendo quase à míngua.
Não perguntarei quem paga seus honorários porque esse é um assunto
privado.
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