quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Famílias comprometem quase a metade da renda com dívidas

 

Daiane Costa - O Globo

Quase metade dos rendimentos da família brasileira é gasto no pagamento de dívidas. Esta é a conclusão de pesquisa da Proteste Associação do Consumidor feita com 200 moradores dos estados do Rio e São Paulo, 60% deles da classe C.

O estudo sobre endividamento familiar foi apresentado nesta terça-feira, na capital paulista, durante o X Seminário Internacional Proteste, que este ano discutiu o Novo Cenário da Economia Brasileira: o consumidor e o acesso ao crédito. Com uma renda média mensal de R$ 2.401, as famílias que participaram da pesquisa informaram pagar dívidas no valor de R$ 1.009,45, em média - o que resulta em um comprometimento de 42% dos rendimentos.

Para a coordenadora institucional da entidade de defesa do consumidor, Maria Inês Dolci, este dado é reflexo da euforia econômica vivida pelas famílias das classes C e D, proporcionada pela expansão do crédito:

— Esses novos consumidores gastam mais do que podem e carecem de experiência financeira para aprender a usar o dinheiro que têm.

Além da facilidade de obtenção de crédito, a pesquisa apontou que a falta de planejamento familiar e as altas taxas de juros praticadas pelo mercado impulsionam o endividamento. Segundo o estudo, quando a família assume uma dívida, paga em média 189% mais por ano que o valor real do bem financiado.

— O consumidor tem de ficar atento. Não existe milagre de preços no comércio. Todo o pagamento parcelado terá juros embutidos — alerta Maria Inês.

O uso do cartão de crédito e o não pagamento integral da fatura também contribuem para o endividamento. Em média, os entrevistados gastam até R$ 500 por mês com o pagamento de compras parceladas no dinheiro de plástico. E mais de um terço deles (38%) não paga a fatura à vista, esquecendo que o país é o campeão de juros cobrados no cartão de crédito.

Os brasileiros que recorrerem ao financiamento por meio do cartão, o chamado rotativo, paga taxa média de juro anual de 323,14%, informa Maria Inês.

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