segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Impostos "invisíveis" respondem por até 93% do preço de produtos e serviços no Brasil



 

Estudo exclusivo para o "Estado" analisa 25 itens e mostra como os tributos indiretos afetam a renda e o consumo de uma família da classe média.

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Veja o peso dos tributos sobre o salário e sobre o preço dos produtos e serviços consumidos por uma família brasileira que não recebe de volta serviços públicos de qualidade nem compatíveis com o que pagamos ao governo.

A  imagem de um emaranhado de impostos, em três diferentes níveis de governo, é evocada pelo professor da Escola de Negócios Trevisan Alcides Leite ao falar sobre o sistema tributário brasileiro. Para ter a dimensão exata, é necessário pensar no conjunto formado por União, 27 Estados e Distrito Federal e mais de cinco mil municípios, cada um com sua legislação específica. É nesse intricado cenário que consumidores e empresas se perdem entre impostos, taxas e contribuições.

No caso da tributação indireta, por exemplo, a cobrança não fica clara para o consumidor.
"Esses impostos são invisíveis para as pessoas, pois não estão destacados no preço da mercadoria. O cidadão não tem consciência tributária e, com isso, não tem clareza sobre o papel que o Estado poderia desempenhar com a arrecadação", afirma o especialista em finanças públicas e professor da Escola do Legislativo de Minas Gerais, Fabrício Augusto de Oliveira.

Os tributos “invisíveis” incidem sobre mercadorias e serviços e representam cerca de 40% do total arrecadado pelo País. Na conta de luz, um insumo de consumo básico, 31,3% do valor é  imposto, segundo a pesquisa realizada com exclusividade para o Estado. No feijão, a parcela é de 32,7%, enquanto na água mineral chega a quase 60% e no vinho importado, 93,3%.

“Quando compra um produto, o rico paga exatamente o mesmo imposto embutido que o pobre”, destaca Leite. Com isso, as classes sociais mais baixas acabam desembolsando muito mais em relação à sua renda.

Em 2010, a carga tributária brasileira (relação entre total arrecadado e PIB) ficou em 33,6%, superior aos Estados Unidos (25%) e ao México (18%), por exemplo.

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