segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Julgamento do mensalão: o que foi mais importante - 8º dia

Não há dúvidas quanto ao momento mais delicado do dia de hoje, quiçá de todos os dias de sustentações orais. O advogado de Roberto Jefferson, na defesa de seu cliente, definiu novos contornos à silhueta do mandante de todo o esquema do mensalão, apontado pelo Ministério Público como José Dirceu.

A defesa do presidente do PTB concluiu que Lula não só sabia do esquema, como ordenou que ocorresse.
Segundo o advogado, Lula era o grande mandante, cujas ordens orientavam os demais envolvidos e todos os Ministros denunciados agiam em seu nome.

O ataque a Lula já era esperado na defesa de Roberto Jefferson. Inesperadas, contudo, foram as duras críticas ao Procurador-Geral, Roberto Gurgel.
O advogado destacou que o Procurador responde à representação relativa ao caso Cachoeira no Senado Federal, e classificou como omissa a decisão de não incluir Lula no polo passivo da ação, embora não tenha sido Gurgel o Procurador Geral da República responsável pela elaboração da denúncia.

Nesse ponto do julgamento, não se poderia esperar que fosse provido o pedido de conversão do julgamento em diligência para inclusão de Lula entre os réus do processo, embora haja previsão legal que a autorize.
Não se pode crer que mesmo o próprio advogado espere que ocorra a inclusão de Lula, assim como, no primeiro dia, era improvável que o Tribunal acolhesse o desmembramento do processo, conforme requerido por Márcio Thomaz Bastos.

Ironicamente, a tese da defesa de Jeferson aproveita outro réu ligado ao PT, justamente José Dirceu. Ora, se ao final ficar decidido que o mensalão existiu de fato, um líder deverá ser apontado.

Tal como hoje está, Dirceu ocupa o topo da pirâmide, que, obviamente, pelo cargo que era dele, de Ministro Chefe da Casa Civil, e considerando que era o Presidente de fato do PT, tal como colocado da tribuna do STF pelo advogado de Genoíno, só pode ser desbancado pelo próprio Lula.

Murilo Leitão, advogado do escritório Lira Rodrigues, Coutinho e Aragão Advogados.

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