Matéria de O Globo de hoje alerta que há pelo menos 32 cidades brasileiras com taxas de desocupação acima de 20%, é o que apontam os dados do Censo 2010. Mais da metade dessas cidades está no Nordeste.
São os brasileiros invisíveis, ignorados pelo poder que financia os veículos de comunicação com o dinheiro de nossos impostos, aplicando em propaganda o que deveria ser investido em setores essenciais como saúde e educação, portanto, pauta boa parte do jornalismo comprometido com o Estado patrão.
Gerson de Freitas, 35, analfabeto com 5 filhos desistiu de procurar trabalho:
"Sou feito um menino de abelha, caçando mel pelas matas"
Agência O Globo / Foto: Hans von Manteuffel
— O mercado de trabalho no Sul é mais organizado, num reflexo do desenvolvimento econômico dos seus estados — resumiu João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ.
Campo Alegre do Fidalgo, no interior do Piauí, ostenta a pior taxa de desemprego do país, de 41,82%, de acordo com o último Censo.
Na pequena cidade, moram cerca de 4.600 pessoas, boa parte vivendo na zona rural. A lista dos municípios com elevada desocupação passa ainda por outros estados do Nordeste e Norte do país. Pernambuco contribui com três nomes, sendo que o pior cenário aparece em Araçoiaba, a 60 quilômetros de Recife. Lá, a desocupação atinge taxa de 23%.
(...)
Ex-morador de favela, Gerson de Freitas, de 35 anos, mora há dois anos em uma casa de alvenaria, cedida pelo poder público e construída em um terreno doado por uma usina. Ele tem cinco filhos e a mulher está doente. Analfabeto, nunca teve carteira assinada e até já desistiu de procurar emprego:
— Tem dia que trabalho como moto-táxi com uma moto emprestada por um amigo. Em outros, preparo lambedor (xarope para tosse) para vender em casa. Mas, para fazer o lambedor, fico feito o menino da abelha, tenho que ir para a mata procurar mel — disse Freitas, acrescentando que a carteira profissional nunca teve serventia. — É tão velha que até a foto já se apagou. Mas não tem nada de emprego escrito.
Ex-morador de favela, Gerson de Freitas, de 35 anos, mora há dois anos em uma casa de alvenaria, cedida pelo poder público e construída em um terreno doado por uma usina. Ele tem cinco filhos e a mulher está doente. Analfabeto, nunca teve carteira assinada e até já desistiu de procurar emprego:
— Tem dia que trabalho como moto-táxi com uma moto emprestada por um amigo. Em outros, preparo lambedor (xarope para tosse) para vender em casa. Mas, para fazer o lambedor, fico feito o menino da abelha, tenho que ir para a mata procurar mel — disse Freitas, acrescentando que a carteira profissional nunca teve serventia. — É tão velha que até a foto já se apagou. Mas não tem nada de emprego escrito.
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