Blog de Augusto Nunes
Os 33 bacharéis a serviço dos mensaleiros são os mais caros do país. Quase todos especializados em tirar da cadeia delinquentes sem chances no Dia do Juízo Final, costumam cobrar por hora e calculam o preço em dólares.
Pela gastança da tropa de doutores em impunidade nos restaurantes de Brasília, nenhum parece temer calotes. É natural que meio mundo esteja intrigado com o enigma: quem vai bancar os honorários dos carrascos da verdade?
Os banqueiros, empresários, diretores de estatais e publicitários afundados na roubalheira do mensalão juntaram patrimônio mais que suficiente para o arrendamento de chicaneiros supervalorizados.
E há o caso de José Dirceu: desde que passou a exercer o ofício de facilitador de negócios forjados por capitalistas selvagens, o guerrilheiro de festim compra imóveis, passeia de jatinho e patrocina jantares de dar inveja à Turma do Guardanapo.
E os outros? E o bando que posa de carmelita descalça para jurar que decidiu ficar mais pobre para servir à nação? Delúbio Soares anda espalhando que, como o faturamento mensal encurtou, virou sem-teto e sobrevive hospedado na casa da sogra.
Candidato a prefeito de Osasco, João Paulo Cunha chora a escassez de verbas para as despesas de campanha.
José Genoíno aperfeiçoou a imitação de pedinte de cruzamento em São Paulo.
Como vão conseguir dinheiro para pagar advogados que não abrem mão sequer do adicional comparsa? Só a polícia poderá decifrar o mistério que, se depender dos companheiros mensaleiros, jamais será desfeito. É compreensível que deixem a pergunta sem resposta. Eles aprenderam que contar a verdade dá cadeia.
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