Relator do processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa disse nesta
quinta-feira (16) que "estão caracterizados" os crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e de
corrupção ativa do publicitário Marcos Valério e de seus ex-sócios
Cristiano Paz e Ramon Hollerbarch. Barbosa começou seu voto discorrendo
sobre as acusações de desvios de dinheiro da Câmara dos Deputados, pela
SMP&B, agencia de Valério.
"Ao meu ver, estão caracterizados os
crimes de corrupção ativa a Valério, Paz e Hollerbach e corrupção
passiva atribuída a João Paulo Cunha", disse Barbosa, que ainda não
concluiu seu voto.
Cunha é denunciado por corrupção passiva, peculato e lavagem de
dinheiro. Valério, Hollerbach e Paz respondem por formação de quadrilha,
corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Na
avaliação de Barbosa, Cunha atuou para favorecer Valério na época em que
era presidente da Câmara e abrindo uma licitação desnecessária para a
contratação de uma empresa de publicidade.
O relator questionou as versões apresentadas por Cunha para ter recebido
R$ 50 mil do valerioduto. Ele lembrou que, inicialmente, o deputado
disse ao Conselho de Ética da Câmara que sua mulher e sua secretária
foram ao Banco Rural para resolver pendências de uma cobrança de TV por
assinatura e só depois apresentou a versão de que o recurso teria sido
do PT para pesquisa de marketing.
"Não havia dúvidas que o dinheiro não
era do PT nem de Delúbio Soares, mas que vinham das agências de Valério.
As provas conduzem ao entendimento que o réu sabia da origem dos R$ 50
mil e aceitou a vantagem indevida", disse o relator. (Folha Poder)
Nenhum comentário:
Postar um comentário