Miriam Leitão, O Globo
Quebrou-se a
certeza da impunidade. O julgamento do mensalão pode ser a mais
importante barreira ao agravamento da corrupção no Brasil. Ainda não se
tem o fim do processo, não há penas para os que já estão condenados, mas
a partir de agora ficará mais difícil a repetição dos mesmos
comportamentos dos políticos e de seus nomeados para cargos de
confiança.
Os costumes políticos no Brasil começaram a aceitar
qualquer coisa, os limites éticos ficaram cada vez mais gasosos nos
últimos anos, tudo se aceitava em nome do pagamento de custos de
campanha. Não mais.
As desculpas que o Brasil ouviu nos inúmeros
escândalos desrespeitaram a inteligência coletiva.
(...)
O peso deste
julgamento marcará o Brasil. Aqui sempre se teve convicção de que a
impunidade cercaria políticos, governantes, poderosos. É essa convicção
que já está quebrada, mesmo antes do fim do processo, e isso servirá
como fato dissuasório. Pensarão duas vezes os corruptos antes das suas
transações.
Muitos escaparam neste mesmo caso, muitos escaparam em
outros casos. Outros sequer foram apanhados. Mas uma enorme barreira
foi levantada contra os desvios dos recursos públicos e um passo
decisivo foi dado na travessia do caminho que levará o país a mais
controle no uso do bem coletivo.
O ministro Gilmar Mendes
perguntou-se o que pode ter acontecido ao Banco do Brasil. Tomara que
nada mais tenha havido porque o que foi detectado neste processo foi o
suficiente.
Mas é bom lembrar que no começo do governo Lula foi
criado o Banco Popular do Brasil, que teve vida curta, mas custou caro.
Só no primeiro ano gastou mais com propaganda, R$ 24 milhões, do que
realizou operações de crédito, R$ 21 milhões.
(...)
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