O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou o governo da
presidente Cristina Kirchner pela manipulação dos índices de inflação e
do Produto Interno Bruto (PIB) calculados pelo Instituto Nacional de
Estatísticas e Censos (Indec).
O índice oficial geralmente é metade ou um terço do cálculo elaborado pelos economistas independentes.
Caso o governo não melhore seu sistema de medição, a Argentina pode sofrer sanções.
Enquanto isso, os índices anunciados no Brasil reinam absolutos sobre os fatos.
Confiram, como exemplo, matéria do Estadão sobre uma das irregularidades da gestão Haddad no MEC.
Leiam, também, um apanhado das notícias recentes publicadas nos jornais, incluindo a fraude no convênio do MEC com a Petrobras, em postagens no blog do Coturno. Trechos abaixo:
Brasil Aparelhado: TCU investiga CUT por convênio fraudulento com a Petrobras em programa do MEC de Haddad.
A turma afabetizada em convênios: Marinho, Lula e Haddad. Haja TCU!
De um lado, Luiz Marinho, que presidia a CUT. De outro, José
Gabrielli, que presidia a Petrobras. No meio, um convênio fraudulento
com o MEC de Haddad, onde uma central sindical iria alfabetizar 200.000
alunos. Agora o TCU abre mais uma caixa-preta da gestão Lula, que deixa
um rombo de R$ 26 milhões nos cofres públicos.
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta quarta-feira, 26, a
abertura de tomadas de contas especiais para calcular prejuízos e
identificar eventuais responsáveis por irregularidades em convênios da
Petrobrás com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Braço sindical do
PT, a entidade recebeu R$ 26 milhões da estatal para alfabetizar mais
de 200 mil alunos, mas, de acordo com a corte, não provou ter aplicado o
dinheiro na realização dos cursos.
Comandada pelo partido desde
o início do governo Lula, a empresa não fiscalizou a execução do
projeto e aprovou as contas sem exigir provas do cumprimento, diz o
relatório técnico do tribunal. O TCU auditou convênios e patrocínios da
Petrobrás, identificando em 2009 falhas em diversas parcerias de
entidades supostamente ligadas ao PT e outras legendas. As constatações
foram apreciadas na terça-feira em plenário.
(...)
Na
documentação analisada pelos auditores, não havia fichas de
acompanhamento individual dos alunos, listas de presença nas supostas
aulas, acompanhamento das ações dos alfabetizadores, número de
estudantes envolvidos e documentos que atestassem que os materiais
didáticos foram realmente entregues.
(...)
O Programa Brasil Alfabetizado, comandado por Haddad, foi uma
grande picaretagem. Vejam a noticia abaixo, publicada pelo Globo na
saída do ex-ministro para ser candidato do PT em São Paulo.
Um
balanço das ações do Ministério da Educação (MEC) divulgado na
despedida do ex-ministro Fernando Haddad, na última terça-feira, diz que
a pasta alfabetizou 13 milhões de jovens e adultos, desde 2003. A
informação é incorreta. Se fosse verdadeira, teria levado o país a dar
um salto na redução do analfabetismo, o que não ocorreu. De 2000 a 2010,
a redução do número de iletrados foi de apenas 2,3 milhões - deixando o
Brasil ainda com 13,9 milhões de analfabetos, conforme o censo do IBGE.
Procurado
pelo GLOBO, o MEC admitiu o erro, publicado na página 40 de uma edição
caprichada, com páginas coloridas, tiragem de mil exemplares, com o
título: "PDE em 10 capítulos - ações que estão mudando a história da
educação brasileira." O balanço trata do Plano de Desenvolvimento da
Educação, lançado por Haddad e pelo então presidente Lula, em abril de
2007.
O livreto foi distribuído na terça-feira, quando Haddad, que
é pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, deixou o governo. Ele
reproduz texto de uma outra publicação do ministério, divulgada em
setembro de 2011, mas com redação diferente.
Na versão do ano passado, o
texto falava que aproximadamente 13 milhões de jovens, adultos e idosos
tinham sido “beneficiados” pelo programa Brasil Alfabetizado - o que
significa que houve matrícula, mas não que aprenderam a ler e escrever.
No novo formato, consta que todos foram “alfabetizados”.
Luiz Marinho, depois desta trampolinagem na CUT, virou ministro da
Previdência, ministro do Trabalho, prefeito de São Bernardo do Campo,
candidato à reeleição, big boss do município que recebeu as maiores
verbas de Lula. Está sendo preparado para ser candidato ao Governo de
São Paulo, em 2014. Dinheiro não vai faltar para a campanha. Afinal de contas, ele é o amigão de Lula.
Dá para acreditar em pesquisas no Brasil do PT?
Pesquisas de opinião são compradas por um lado e por outro no Brasil.
Entidades como a CNI e a CNT organizam sondagens cujo único objetivo é
bajular ou pressionar os governos. Em termos de eleições, a Vox Populi é
braço estatístico do PT, errando sempre, mas oferecendo munição para
elevar o moral da tropa cada vez menor de militantes.
(...)
Ontem saiu a nova pesquisa de popularidade do governo e os números
foram estratosféricos. Dilma é aprovada por 77% dos brasileiros, mas 62%
desaprovam a saúde. Pode? Agora, para completar, vemos um IBGE
aparelhado, servindo a interesses do governo de plantão, que mascara
número dos desemprego. Pelo menos é o que mostram os números do Dieese.
Vejam notícia abaixo da Folha de São Paulo.
Ao contrário do que tradicionalmente ocorre no mercado de trabalho no
segundo semestre, o desemprego cresceu em agosto, segundo taxa medida
pelo Dieese em sete regiões metropolitanas. Passou de 10,7% em julho para
11,1% no mês passado. O que explica esse aumento é que em agosto foram
criados menos postos de
trabalho (35 mil) do que os necessários para atender as 135 mil pessoas
que buscaram uma oportunidade. Com isso, o número de desempregados
cresceu 100 mil.O total de desempregados estimado nas sete regiões (Belo
Horizonte,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal)
é de 2,5 milhões.
(...)
Os dados do Dieese divergem dos
divulgados pelo IBGE (desemprego medido
pelo instituto passou de 5,4% em julho para 5,3% em agosto) por razões
metodológicas. Consideram regiões diferentes, além de o Dieese incluir
em sua taxa
total pessoas que buscam emprego, não acham e estão fora da população
economicamente ativa.