Por Augusto Nunes
“É
pesada como chumbo a herança desse estilo bombástico de governar que
esconde males morais e prejuízos materiais para o futuro da Nação”, diz
um trecho do artigo de Fernando Henrique Cardoso reproduzido na seção Feira Livre.
Publicado no domingo, o texto resume o legado do governo Lula.
FHC
comenta a crise moral, a institucionalização da corrupção impune, o
mensalão, a farra dos gastos públicos, a paralisia administrativa e o
desastroso aparelhamento da Petrobras, fora o resto.
O erro de FHC foi ignorar que Dilma Rousseff é um codinome de Lula, e
que a afilhada se jacta de ter ajudado a parir o Brasil Maravilha que o
padrinho registrou em cartório. A réplica veio em menos de 24 horas na
forma de uma nota oficial que alguém escreveu. A presidente que não sabe
quando se deve usar porque ou por que apenas assinou a
sopa de letras. Mas só depois que alguém leu o original em voz alta
para o chefe que acha leitura pior do que exercício em esteira.
Aliviado por livrar-se de um confronto direto com a sigla que o
surrou duas vezes nas urnas, e está para o SuperLula como a kriptonita
verde para o Super-Homem, o mestre autorizou a divulgação da nota em que
a discípula critica FHC, promove um embusteiro a “estadista” e acha
“bendito” tudo O que herdou.
O mensalão está nesse balaio, mas o
palavrão perturbador não deu as caras no texto. Dilma também faz de
conta que nem imagina o que anda acontecendo no Supremo Tribunal
Federal.
Confira a íntegra do texto e a constatação de que a presidente que suscreveu a nota oficial não rima com a que enviou,
há pouco mais de um ano, uma carta em que cumprimentou Fernando
Henrique Cardoso pelo 80° aniversário. Confira também a mensagem.
(Augusto Nunes volta para o arremate.)
A nota foi assinada pela Dilma ciente de que tem dono.
A
carta foi assinada pela Dilma que de vez em quando esquece que tem
dono.
Qual das duas é a verdadeira?
Nenhuma. São duas faces da mesma
moeda falsa.
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