Guilherme Fiúza, ÉPOCA
Os ministros do
Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli são a prova
viva de que a revolução companheira triunfará. Dois advogados medíocres,
cultivados à sombra do poder petista para chegar onde chegaram, eles
ainda poderão render a Luiz Inácio da Silva o Nobel de Química:
possivelmente seja o primeiro caso comprovado de juízes de laboratório.
No
julgamento do mensalão, a atuação das duas criaturas do PT vem provar,
ao vivo, que o Brasil não precisa ter a menor inveja do chavismo.
Alguns
inocentes chegaram a acreditar que Dias Toffoli se declararia impedido
de votar no processo do mensalão, por ter advogado para o PT durante
anos a fio. Participar do julgamento seria muita cara de pau, dizia-se
nos bastidores.
Ora, essa é justamente a especialidade da casa.
Como um sujeito que só chegou à corte suprema para obedecer a um partido
iria, na hora h, abandonar sua missão fisiológica?
A desinibição
do companheiro não é pouca. Quando se deu o escândalo do mensalão, Dias
Toffoli era nada menos do que subchefe da assessoria jurídica de José
Dirceu na Casa Civil. Os empréstimos fictícios e contratos fantasmas
pilotados por Marcos Valério, que segundo o processo eram coordenados
exatamente da Casa Civil, estavam portanto sob as barbas bolivarianas de
Dias Toffoli. O ministro está julgando um processo no qual poderia até
ser réu.
(...)
Já
que o aparelhamento das instituições é inevitável, e que um dia seremos
todos julgados por juízes de estrelinha na lapela, será que não dava
para o estado-maior petista dar uma caprichada na escolha dos
interventores? Seria coincidência, ou esses funcionários da revolução
têm como pré-requisito a mediocridade?
Como se sabe, antes da varinha de condão de Dirceu, Dias Toffoli
tentou ser juiz duas vezes em São Paulo e foi reprovado em ambas. Aí sua
veia revolucionária foi descoberta e ele não precisou mais entrar em
concursos – essa instituição pequeno-burguesa que só serve para atrasar
os visionários. Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá, e
depois de advogar em campanhas eleitorais do partido alçou voo à
Advocacia-Geral da União – porque lealdade não tem preço e o Estado são
eles.
É claro que uma carreira brilhante dessas tinha que acabar no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Lewandowski vivia de empregos na máquina municipal de São
Bernardo do Campo. Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas
administrativas loteadas politicamente têm o poder de transformar
militantes medíocres em grandes personalidades nacionais – como comprova
a carreira igualmente impressionante de Dilma Rousseff. Lewandowski
virou juiz com uma mãozinha do doutor Márcio Thomaz Bastos, ex-advogado
de Carlinhos Cachoeira, que enxergou o potencial do amigo da família de
Marisa Letícia, esposa do bacharel Luiz Inácio.
(...)
O julgamento prossegue, e os juízes do PT no STF sabem que o que está
em jogo é a integridade (sic) do esquema de revezamento Lula-Dilma no
Planalto. Dependendo da quantidade de cabeças cortadas, a platéia pode
começar a sentir o cheiro dos subterrâneos da hegemonia petista.
Batman e Robin darão o melhor de si. Olho neles.
Leia a íntegra em A prótese do PT no Supremo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário